Antropologia e arte de viver

Autores

  • Dorothea Voegeli Passetti

Resumo

A obra de Tomie Ohtake, artista plástica contemporânea falecida recentemente, é abordada através de um diálogo com Claude Lévi-Strauss, antropólogo francês amante das artes plásticas, das artes indígenas e da música erudita, além de apaixonado pela cultura japonesa. Mesmo se Lévi-Strauss não apreciava arte abstrata, ele pode ser o vetor da pesquisa a respeito da arte de Tomie, pois sendo abstrata, a arte que ela produz dialoga com o universo na busca de formas imensas que nos localizam em planetas e esferas siderais, assim como da vida orgânica e natural através de imagens que poderiam aproximar-se de células. Vida natural, orgânica e cósmica são os ingredientes que movem a arte de Tomie, e que podem ser entendidas como simbolismos em estado puro, atingindo o que Lévi-Strauss entende como "valor simbólico zero", ou seja, uma grande arte.

Palavras-chave: arte, antropologia, Tomie Ohtake, Claude Lévi-Strauss.

 

ABSTRACT:

The work of the recently deceased Tomie Ohtake, in painting and sculpture, is the subject of this paper, proceeding through a dialogue with the French anthropologist Claude LÈvi-Strauss, an enthusiast of indigenous art, highbrow music and japanese culture. Even though LÈvi-Strauss never showed abstract art much appreciation, he turns out an appropriate approach to Tomieís work, for abstract art establishes a dialogue with the universe while seeking immense shapes that project us on planets and the outer space environment, as well as on organic and natural life through images that may resemble body cells. Natural, organic and cosmic lives are the ingredients that drive Tomieís work and could be grasped as symbolisms in the raw, a pure state that would reach what Lévi-Strauss understands as the ësymbolic value zeroí, hence art in its finest shape.

Keywords: art, antrophology, Tomie Ohtake, Claude Lévi-Strauss.

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