Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp
<p><a href="https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/management/settings/context//emp"><img src="https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/management/settings/context//public/site/images/portalrevistas/EMP.jpg" alt="" align="left" /></a>ISSN 1983-3156: A revista Educação Matemática Pesquisa, (Qualis A1 da CAPES) do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática da PUC-SP, de regularidade quadrimestral, tem o objetivo de constituir-se em um espaço de divulgação científica da área, em âmbito internacional. Há anos vem contribuindo com esse objetivo e, assim, conseguiu reconhecimento internacional. Sendo considerada excelente na área educacional, dissemina temas contemporâneos – presentes em chamadas de trabalhos e agendas investigativas nacionais ou internacionais recentes - além de trazer interessantes e relevantes questões novas, para o desenvolvimento da área. Entre as bases em que é indexada citamos: <a href="http://www.periodicos.capes.gov.br/" target="_blank" rel="noopener"> Portal Periódicos CAPES </a>, <a href="http://ejournals.ebsco.com/home.asp" target="_blank" rel="noopener">EBSCO Publishing,</a><span style="color: black;"><a href="http://www.zentralblatt-math.org/matheduc/" target="_blank" rel="noopener"> Mathematics Education </a>,<a href="http://www.latindex.unam.mx/" target="_blank" rel="noopener"> Latindex </a>, <a href="http://pkp.sfu.ca/ojs-journals" target="_blank" rel="noopener"> PKP-Public Knowledge Project </a>, <a href="http://www.inep.gov.br/pesquisa/bbe-online/default.asp" target="_blank" rel="noopener"> Bibliografia Brasileira de Educação (MEC-INEP) </a>, <a href="https://scholar.google.fr/citations?hl=fr&authuser=1&user=_5Tg-u4AAAAJ">https://scholar.google.fr/citations?hl=fr&authuser=1&user=_5Tg-u4AAAAJ</a> . O projeto editorial da revista prioriza artigos científicos inéditos, da área de Educação Matemática, particularmente os relacionados às linhas de pesquisa do Programa: A Matemática na Estrutura Curricular e Formação de Professores; História, Epistemologia e Didática da Matemática e, também, Tecnologias da Informação e Didática da Matemática.</span></p> <p><span style="color: black;"><strong>Observação</strong>: A revista não cobra taxa para a publicação dos artigos aceitos.</span></p> <p><span style="color: black;"> </span></p>Pontifícia Universidade Católica de São Paulopt-BREducação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática1516-5388<span>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</span><br /><br /><ol type="a"><ol type="a"><li>Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</li><li>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</li><li>Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>).</li></ol></ol>Editorial do número temático - GT 13 -SBEM
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/64972
Agnaldo da Conceição EsquincalhaAna Lucia ManriqueClélia Maria Ignatius NogueiraEdmar Reis Thiengo
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325400100810.23925/1983-3156.2023v25i4p001-008MathLibras na sala de aula do 3º ano do ensino fundamental e as primeiras percepções sobre três vídeos do projeto
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63178
<p>O presente artigo tem como objetivo descrever e problematizar as primeiras apresentações de três vídeos da Fase 1 do projeto <em>MathLibras</em> em uma turma de estudantes surdos do 3º ano do ensino fundamental, em uma escola bilíngue de surdos em 2022, localizada no RS. Cada vídeo apresenta, em Libras, uma narrativa que propõe um desafio matemático relacionado ao campo aditivo, a partir de problemas de composição. A metodologia, de caráter qualitativo, contou com a apresentação de três vídeos em dois encontros, nos quais estavam os alunos surdos, uma coordenadora da escola e a equipe do <em>MathLibras</em>. Os dados foram produzidos a partir da filmagem das apresentações e dos materiais produzidos pelos alunos. Para a análise dos vídeos, foram selecionadas algumas cenas consideradas como eventos críticos pela equipe, nos quais os alunos manifestaram seu entendimento para o desafio proposto. Como resultados, destaca-se a percepção de equívocos visuais na hora da edição das imagens, o que gerou uma interpretação confusa por parte dos alunos. Uma das professoras precisou explicar e escrever o cálculo no quadro para que os alunos compreendessem o enunciado proposto no vídeo. Com as explicações e exemplificações escritas no quadro, os alunos resolveram de forma independente o desafio proposto no terceiro vídeo. A avaliação da recepção também destacou que aos atores precisam sinalizar a Libras de forma mais lenta, visando o público infantil. </p>Thais Philipsen GrutzmannTatiana Bolivar LebedeffMônica Mendes GarciaJoseane Maciel Viana
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325400904610.23925/1983-3156.2023v25i4p009-046Uma (Educação) Matemática Normalizadora:
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63186
<p>A virada sociopolítica da Educação Matemática tem possibilitado reconhecer a não neutralidade da Matemática, principalmente no que tange às questões de gênero e sexualidade. Todavia, esse movimento ainda não é muito refletido em formações iniciais ou continuadas de docentes que ensinam Matemática, assim como em práticas pedagógicas que já tenham sido publicizadas. Em função desse cenário, o objetivo desse texto é analisar as discussões de um fórum do curso de extensão “Estudos de Gênero: o que a Matemática tem a ver com isso?” voltado para (futures) docentes que ensinam (ensinarão) Matemática, sobre os possíveis estereótipos que a Matemática pode (re)produzir no que diz respeito às pessoas que dissidem das normas de gênero e sexuais. Neste estudo visamos o estranhamento da pseudoneutralidade que foi discursivamente construída como inerente à disciplina ao longo dos anos. Para isso, organizamos a análise em torno de três eixos temáticos: a (i) visão da Matemática como campo restrito ou neutro, as (ii) dinâmicas de gênero na Matemática e as (iii) práticas e materiais pedagógicos como (não) potencializadores de processos de normalização. Concluímos, a partir da análise, que a Matemática ainda é atravessada por intencionalidades de uma pequena parcela da sociedade que visa a manutenção do s<em>tatus quo</em>, e apontamos a necessidade de tensionarmos e rompermos com a (re)produção de processos discriminatórios que ocorrem na/pela Matemática.</p>Hygor Batista GuseHugo dos Reis Detoni
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325404707010.23925/1983-3156.2023v25i4p047-070Desenvolvimento do pensamento matemático em estudantes com deficiência intelectual
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/62423
<p>Discutimos sobre o desenvolvimento do pensamento matemático em estudantes com deficiência intelectual (DI). O estudo baseia-se na teoria histórico-cultural e na teoria do ensino desenvolvimental. Buscamos responder o questionamento: De que forma podemos contribuir com a mobilização do pensamento matemático em estudantes com DI? Para responder à questão norteadora, realizamos um experimento didático formativo do qual participaram três estudantes com diagnóstico de DI que frequentavam o atendimento educacional especializado (AEE) em turno inverso à escolarização comum. Trabalhamos com a tarefa “A casa inacabada”, por meio da qual foi possível identificar indícios de mobilização e ação do pensamento matemático por parte dos estudantes participantes. Destacamos que se utilizarmos nas ações pedagógicas o princípio da educação que desenvolve, promovemos nos estudantes com deficiência intelectual possibilidades de criar e consolidar diferentes zonas de desenvolvimento proximal (ZDP) e com isso potencializamos a aprendizagem e o desenvolvimento de conceitos matemáticos.</p>Adriela NoronhaSani de Carvalho Rutz da SilvaElsa Midori Shimazaki
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325407109110.23925/1983-3156.2023v25i4p071-091Representações de um gráfico de setores para alunos cegos no ensino de estatística
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/62577
<p>Este artigo tem como objetivo apresentar como um aluno cego congênito pode realizar a leitura tátil de algumas representações de um gráfico de setores acessíveis. O gráfico apresentado neste trabalho foi retirado de um livro didático de matemática em tinta e representado por meio de grafo-táteis produzidos pelo programa Braille Fácil, pelo <em>software</em> MONET e artesanalmente utilizando diferentes artefatos materiais, tais como EVA, cubinhos do material dourado e diversos tipos de texturas. Este estudo se baseou em trabalhos e pesquisas relacionados às representações gráficas estatísticas e à confecção de materiais acessíveis para alunos cegos e com baixa visão, em especial, grafo-táteis. A metodologia utilizada neste artigo tem caráter qualitativo e foram utilizadas técnicas de entrevistas baseadas em tarefas. Por meio deste instrumento metodológico, descrevem-se o perfil do entrevistado e a maneira como ele realizou a leitura tátil das representações gráficas apresentadas. Nos resultados obtidos, percebeu-se que a interpretação de um gráfico não é aprendida espontaneamente; segue em etapas para que o aluno possa processar as informações de modo a conectá-las e adquirir um conhecimento que seja significativo para ele.</p>Rodrigo Cardoso dos SantosClaudia Coelho de Segadas ViannaAntônio Carlos Fontes dos Santos
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325409211010.23925/1983-3156.2023v25i4p092-110Aspectos do conhecimento para ensinar Matemática a estudantes com síndrome de Down suscitados em uma comunidade de professoras
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/62520
<p>A pesquisa apresentada neste artigo teve por objetivo investigar aspectos do conhecimento para ensinar Matemática a estudantes com Síndrome de Down, suscitados em um contexto formativo de uma Comunidade de Professoras. Nesse sentido, foi assumida a perspectiva qualitativa do tipo pesquisa-intervenção. Para tal, foi constituído um grupo de sete professoras que ensinam Matemática para estudantes com Síndrome de Down, atuantes tanto em escola na modalidade de Educação Especial quanto em escola comum. O grupo relacionou-se de maneira síncrona e assíncrona, considerando que a formação ocorreu antes e depois do início da Pandemia causada pela Covid-19. Para a produção dos dados, foram utilizadas gravações em áudio, anotações da pesquisadora em diário de campo e registros de interações em um grupo de <em>WhatsApp</em>. As análises das informações produzidas foram orientadas por três aspectos emergentes do conjunto dos dados: a) Síndrome de Down, potencialidades e dificuldades relacionadas à Matemática; b) conhecimento do conceito (número) para o ensino e a aprendizagem de estudantes com Síndrome de Down (SD); e c) adaptação curricular e o uso de materiais multissensoriais. Como conclusão, destaca-se que ações formativas pautadas em uma Comunidade de Professores possibilitam um plano de trabalho flexível, conduzindo o professor a pensar o ensino de Matemática considerando as dificuldades, habilidades e motivações específicas do estudante com SD, com valorização das diferentes visões dos professores e da importância de compartilhar seus conhecimentos e experiências, atendendo as necessidades que emergem do grupo, articulando seus interesses e práticas.</p>Neusa Eliana Wollmann TabakaFábio Alexandre BorgesEverton José Goldoni Estevam
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325411113610.23925/1983-3156.2023v25i4p111-136Narrativas de professores de matemática sobre situações vividas em classes com estudantes cegos
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63294
<p>O artigo apresenta parte de uma pesquisa que objetivou compreender a comunicação que ocorre em classe inclusivas, a partir de narrativas de professores que ensinam matemática em classes com estudantes cegos. Fundamenta-se em estudos sobre a Educação Inclusiva e a Educação Matemática Crítica para produzir dados a partir de narrativas dos professores que participaram da pesquisa, por meio de entrevistas episódicas realizadas remotamente, em 2022, no período da pandemia causada pela Covid-19. Para analisar os dados, utiliza-se – com base nas abordagens teóricas de referência – de categorias analíticas que estão associadas aos conceitos de acessibilidade e de diálogo. As análises colocam em evidência a preocupação dos professores em incluir os estudantes cegos nas atividades narradas, mesmo que, por vezes, a inclusão não tenha ficado explícita nos episódios narrados. Esses resultados confirmam os achados de outras pesquisas de que a presença de estudantes com deficiências causa dúvidas e incertezas nos professores, relacionadas tanto às escolhas didáticas quanto ao modo de agir e ensinar. Conjectura-se que a superação dessas dificuldades passa por fatores que incluem a infraestrutura física adequada, a disponibilidade de recursos apropriados ao ensino e o acesso a formação inicial e formação continuada que discutam a Educação Inclusiva.</p>Andréa Paula Monteiro de LimaIranete Maria da Silva LimaJaqueline Aparecida Foratto Lixandrão Santos
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325413715810.23925/1983-3156.2023v25i4p137-158Abordagem exploratório-investigativa em matemática para incluir crianças e jovens em situação de fracasso escolar
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63120
<p>Este artigo pretende ressaltar, à luz das discussões sobre equidade e inclusão em educação matemática, a atualidade dos resultados de uma pesquisa concluída em 2007. Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, buscou investigar possibilidades e contribuições da abordagem exploratório-investigativa para a aprendizagem matemática de alunos participantes de um projeto de recuperação, sobretudo para compreender e enfrentar o problema do fracasso escolar. Este projeto de recuperação integrava o regime de Progressão Continuada da rede pública de ensino do estado de São Paulo, adotado atualmente por outros estados, o que torna esta discussão ainda relevante. Os dados analisados foram coletados em uma classe que equivale ao atual 9º ano do ensino fundamental (14-15). Os referenciais analíticos da pesquisa são oriundos dos campos da educação, da educação matemática e da antropologia. A revisitação deste estudo permitiu evidenciar que a abordagem exploratório-investigativa pode favorecer a emancipação e a inclusão escolar de alunos, constituindo-se como uma forma de ressignificar o fracasso escolar e de enfrentar um sistema que visa manter a barbárie.</p>Eliane Matesco CristovãoDario Fiorentini
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325415919010.23925/1983-3156.2023v25i4p159-190Quando a escola expulsa, o trabalho na rua é uma oportunidade de sonhar
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63196
<p>O presente artigo surge a partir de um projeto proposto junto aos/às discentes do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que à época cursavam, no período noturno, uma disciplina sobre Matemática no Ensino Fundamental. O projeto tinha como motivação um vendedor de rua e seu objetivo era perceber a matemática, mais especificamente a álgebra escolar, onde outras pessoas não percebiam. Embasado nas produções e reflexões deste projeto, o presente artigo tem como objetivo identificar sentidos que são produzidos sobre trabalhar na rua. Para tanto, o corpus de análise serão as entrevistas realizadas com dois homens negros que trabalham na rua e a entrevista com uma das alunas da disciplina. Teoricamente, nos vinculamos aos estudos críticos, com inspiração decolonial. Para a análise dos discursos oriundos das entrevistas, nos filiamos à Análise de Discurso sob a perspectiva de Eni Orlandi, a fim de responder a questão-problema: que sentidos são produzidos sobre trabalhar na rua? A análise resultou em três sentidos sobre trabalhar na rua a partir das entrevistas realizadas com os trabalhadores e um sentido sobre a matemática a partir da entrevista realizada com a estudante do curso de Matemática. Os sentidos observados apontam para o trabalho na rua como uma oportunidade de sonhar frente à expulsão escolar, como um risco a ser corrido devido à desvalorização do mercado de trabalho formal e ainda como um estigma; já o sentido atribuído à matemática refere-se ao seu distanciamento da vivência social.</p>Lucas MartiniYasmin Cartaxo LimaFernanda Dartora MushaElenilton Vieira Godoy
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325419121710.23925/1983-3156.2023v25i4p191-217Microagressões raciais no ensino superior
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/62653
<p>Microagressões raciais manifestam-se em relações interpessoais como uma das consequências do racismo estrutural. Elas podem ser entendidas como formas veladas de insultos verbais, não verbais ou visuais, direcionadas a pessoas com base em sua raça, feitas de forma intencional ou não pelos agressores, mas que causam um impacto negativo na vida daqueles que as vivenciam. Na pesquisa em Educação Matemática, poucos trabalhos têm problematizado a forma como estudantes negros e negras de cursos da área das ciências exatas têm vivenciado práticas de microagressões raciais ao longo de sua trajetória acadêmica. Neste artigo, apresentamos os resultados de uma pesquisa em que buscamos preencher essa lacuna ao identificar as experiências de estudantes de cursos superiores da área de ciências exatas com microagressões raciais em seu percurso universitário. Participaram deste estudo estudantes matriculados em cursos superiores da área de ciências exatas da Universidade Federal de Alfenas (n=390) que responderam a um instrumento denominado Escala de Experiências Acadêmicas, Sociais e de Sobrevivência no âmbito das Exatas (EASS-Exatas). Os resultados indicam que estudantes com idade entre 20 e 30 anos identificam com maior clareza aspectos relacionados às microagressões raciais. Além disso, estudantes autodeclarados pretos e pretas são aqueles que vivenciam de forma mais intensa as microagressões raciais, inclusive com <em>scores</em> acima dos/das estudantes autodeclarados pardos(as), que também compõem o grupo de estudantes negros no Brasil. Isso evidencia que a cor da pele está diretamente relacionada às experiências com racismo e com microagressões raciais vivenciadas por estudantes destes cursos. Os resultados também evidenciam que, mesmo vencendo a barreira do acesso, estudantes cotistas negros e negras continuam enfrentando o desafio de sobreviver academicamente devido a violência estrutural que vivenciam durante sua trajetória acadêmica.</p>Ronaldo André LopesGuilherme Henrique Gomes da Silva
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325421822710.23925/1983-3156.2023v25i4p218-227Construindo caminhos para aulas de Matemática na perspectiva inclusiva por meio da abordagem do Desenho Universal para Aprendizagem
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/62859
<p>Com vistas a promover uma educação inclusiva em matemática, é essencial adotar novos paradigmas que eliminem ou reduzam as barreiras, permitindo práticas didáticas inclusivas. Esta pesquisa tem como objetivo analisar processos didáticos de uma professora-pesquisadora tecendo relações que aproximam o DUA da educação matemática inclusiva, com a intenção de enriquecer a experiência acadêmica e promover uma vida plena. A metodologia empregada é qualitativa, por meio de intervenção pedagógica com práticas didáticas aplicadas a 28 participantes, crianças com idades entre 7 e 10 anos, de uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental I, em uma escola municipal de Araucária (PR). Foram realizados 19 encontros de matemática, nos quais foram aplicadas 16 atividades práticas. Nesta proposta, serão apresentadas e analisadas cinco atividades práticas sobre o Sistema Monetário Brasileiro (SMB). Por meio da análise das observações e do embasamento teórico, foram confrontados os diálogos e situações ocorridas no contato com os estudantes. Até o momento, é possível afirmar que um planejamento baseado no desenvolvimento de atividades de matemática na perspectiva inclusiva, fundamentadas no DUA, tornou o conhecimento acessível a cada estudante, especialmente aqueles que apresentaram maiores dificuldades de aprendizagem. Dessa forma, o planejamento pode contribuir de maneira significativa na interação e na acessibilidade de diversos conhecimentos, destacando a importância dos conhecimentos matemáticos nesse processo.</p>Janaina Zanon Roberto StellfeldJosé Ricardo Dolenga CoelhoAnderson Roges Teixeira GóesHeliza Colaço Góes
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325412816110.23925/1983-3156.2023v25i4p128-161Espaços para sonhos nas aulas de matemática
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63166
<p>EEste artigo baseia-se em uma investigação que teve como objetivo identificar que espaços para sonhos são possíveis nas aulas de matemática e que problemáticas podem ser encontradas no que diz respeito a esses espaços. Isso se deu a partir das respostas produzidas por estudantes adolescentes brasileiros e colombianos em desvantagem social, que estudavam em escola pública. Em grupos de discussão, foi perguntado aos estudantes sobre como elas e eles viam os espaços para discussão e produção de sonhos na escola e, especificamente, nas aulas de matemática. Como resultado, foi possível identificar que tanto a escola como as aulas de matemática possibilitam pouquíssimos espaços para manifestação e desenvolvimento dos sonhos dos jovens. Ainda assim, os estudantes identificaram possibilidades para que professoras e professores pudessem fornecer mais espaços para isso, sendo a partir: do investimento na relação professor-estudante; de conteúdos mais próximos da vida dos estudantes; e da priorização de atividades coletivas e colaborativas em detrimento das competitivas. Fazendo interlocuções com perspectivas freirianas e críticas, refletiu-se também sobre a importância de que as aulas de matemática produzam significado na vida dos estudantes e que sejam incorporadas perspectivas críticas para interpretar o conhecimento matemático, de forma a fazer interlocuções com a cultura e a sociedade. Por fim, também se questiona o papel dos atuais sistemas econômicos e ideológicos no apagamento dos sonhos dos jovens.</p>Daniela Alves Soares
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325416218910.23925/1983-3156.2023v25i4p162-189O acesso ao saber matemático em turmas inclusivas
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/62947
<p>Ce texte vise à discuter l'accès au savoir mathématique " problèmes de structures additives avec les entiers naturels " en classe d'inclusion, à partir de tâches structurées autour de variables qui légitiment les différences des élèves sourds. Pour ce faire, il s'appuie sur la théorie des champs conceptuels de Vergnaud, pour approfondir les études sur les connaissances mathématiques considérées, sur la théorie anthropologique du didactique de Chevallard, pour le développement de l'enquête, et conjecture que la T4TEL est une possibilité de rendre l'accès aux connaissances mathématiques efficace pour les élèves ayant des besoins spécifiques différents, dans le même espace scolaire. Pour mener à bien la recherche, le champ conceptuel des structures additives établi par Vergnaud a été utilisé comme modèle de référence épistémologique pour développer un dispositif didactique basé sur la T4TEL, en considérant des variables didactiques qui prennent en compte les différences des élèves sourds. Le dispositif a été validé dans deux institutions spécialisées pour les étudiants sourds, puis mis en œuvre dans une classe composée d'étudiants sourds et entendants. L'une des conclusions est que, en s'appuyant sur la T4TEL et en s'appuyant sur des variables de légitimation, il est possible de générer un ensemble de tâches qui peuvent contribuer non seulement à ce que les étudiants sourds et entendants aient un accès simultané aux connaissances mathématiques étudiées, mais aussi à ce que la prise en compte des variables de légitimation des différences lors de la conception des tâches les rende potentiellement plus inclusives.</p>Nadjanara Ana Basso MorásClélia Maria Ignatius NogueiraLuiz Marcio Santos Farias
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325419021310.23925/1983-3156.2023v25i4p190-213Uma análise sobre agência dos alunos em textos de Educação Matemática
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63105
<p>Este estudo objetiva compreender como as estruturas coloniais se manifestam e influenciam os conceitos que tratam da agência dos alunos em artigos de referência no campo da educação matemática. Para tanto, analisou a agência dos alunos na educação matemática sob a perspectiva da justiça social, utilizando-se como referência as contribuições de Rochelle Gutiérrez e Jo Boaler, além da noção de colonialidade do poder e do saber proposta por Catherine Walsh. A metodologia envolveu a análise crítica que busca compreender e questionar as estruturas de dominação e poder, a partir das obras de autores como Eric Gutstein, Imani Goffney, Rochelle Gutiérrez e Melissa Boston, Ubiratan D’Ambrósio, Marilyn Frankenstein e Paola Valero, buscando identificar nuances e contradições em relação à agência do aluno. Os principais resultados revelaram que mesmo autores comprometidos com a justiça social podem reproduzir visões hierarquizadas e opressivas em relação aos alunos. As estruturas coloniais foram identificadas em diversos aspectos, incluindo a atribuição de poder e autoridade ao professor, a reprodução de narrativas eurocêntricas e a limitação da agência dos alunos. A análise crítica também destacou a importância de considerar como a educação matemática pode gerar seleção, exclusão e segregação. As conclusões apontam para a necessidade de desconstruir as estruturas coloniais presentes na educação e promover uma abordagem crítica e reflexiva. É fundamental valorizar as experiências, as perspectivas e os conhecimentos dos alunos e, assim, construir uma educação matemática mais inclusiva, equitativa e capacitadora. A agência do aluno deve ser fortalecida e possibilitar que ele se torne agente ativo na construção do conhecimento e na luta por justiça social.</p>Edmar Reis ThiengoFelipe Machado Teixeira Couto
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325421423310.23925/1983-3156.2023v25i4p214-233“Eu sei fazer na prática, mas não sei fazer na gramática”
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63208
<p>Este artigo é resultado de um estudo com idosos matriculados em uma turma de alfabetização pertencente à Educação de Jovens e Adultos (EJA) da cidade de Uberaba - MG. O principal objetivo foi conhecer os motivos de afastamento e retorno ao contexto escolar desses alfabetizandos e evidenciar os diferentes saberes matemáticos manifestados por eles durante a pesquisa. Para tanto, foi desenvolvido um estudo empírico, de natureza qualitativa, cujas principais ferramentas de produção de dados foram observações participantes e entrevistas semiestruturadas. Tanto os registros presentes no diário de campo, quanto os enunciados dos sujeitos da pesquisa foram objetos de análise deste estudo. Os resultados indicam que esses sujeitos não vivenciaram processos de escolarização anteriormente por uma convergência de inúmeros fatores, cujo principal residiu na ausência de um sistema educacional que assegurasse seu direito à educação, e atualmente, na busca pela efetivação desse direito, eles retornam com a variedade de saberes matemáticos produzidos e mobilizados por meio de suas práticas sociais em situações diversas. Concluímos destacando a necessidade de se avançar com novas práticas pedagógicas nas quais esses diferentes saberes matemáticos sejam foco de discussão.</p>Douglas Silva SantosCarla Cristina Pompeu
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325423426010.23925/1983-3156.2023v25i4p234-260Microexclusão e estudantes imigrantes
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63236
<p>Este artigo é teoricamente conduzido por dados de pesquisa de doutorado. A correspondente pesquisa de doutorado envolveu quinze participantes residentes no Brasil: imigrantes e pais de estudantes imigrantes do Haiti e da Venezuela e professores de matemática em escolas com estudantes imigrantes em São Paulo (Brasil). A pesquisa visa considerar exclusões social e racialmente estruturadas, discutir perspectivas e abordagens e desafiar a educação matemática com estudantes imigrantes para ações inclusivas. Pensar o que pode significar a inclusão e a educação matemática inclusiva com estudantes imigrantes vai no sentido de vislumbrar as raízes do que pode obstruir tal processo, o que significa trilhar o caminho para desvendar os processos de exclusão e violência contra a população imigrante. As vozes dos imigrantes e dos professores serão ouvidas neste artigo para apoiar as discussões sobre as questões em torno da educação matemática inclusiva. Apresento situações que ilustram como o contexto inclusivo pode vir acompanhado de microexclusões em práticas sutis. As microexclusões tendem a isolar as pessoas em um determinado ambiente, mesmo naquele ambiente considerado inclusivo. Este artigo visa, em particular, discutir uma situação crucial: as barreiras à inclusão de estudantes imigrantes têm a ver com vários níveis de estruturas sociais opressoras. Identifico cinco tipos de microexclusão relacionados aos imigrantes relacionados à exotização, identificação enganosa, tratamento do cidadão de segunda classe, assimilação e desprestígio.</p>Manuella Carrijo
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325426128310.23925/1983-3156.2023v25i4p261-283Pensamento geométrico, arte e questões raciais na educação infantil:
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63241
<p>Neste artigo, apresentamos e discutimos os dados de uma pesquisa que se propôs a investigar a construção do pensamento geométrico por crianças negras e faveladas na Educação Infantil, na favela da Maré, município do Rio de Janeiro, em uma perspectiva decolonial, a partir da arte. Mais especificamente, desenvolvemos e analisamos atividades que favorecem a construção do pensamento geométrico, tendo como principal recurso a obra <em>Autorretrato</em> de Tarsila do Amaral. O método empregado foi a pesquisa-ação. Concluímos que as crianças são extremamente capazes de analisar, nomear, relacionar e diferenciar as formas geométricas com os elementos encontrados na tela de Tarsila do Amaral e nos objetos que fazem parte do cotidiano, entre eles o próprio corpo. Constatamos também que a estratégia de ensino pautada nos projetos pedagógicos com viés interdisciplinar possibilita validar um currículo que perpassa a geometria e a arte, promovendo diálogos enriquecedores à aprendizagem integral das crianças. Essas ações, por sua vez, oportunizaram ações didáticas baseadas na decolonialidade e seus desdobramentos. A observação e análise do <em>Autorretrato </em>nos conduziu a reflexões sobre a cultura afro e à construção da identidade negra de forma afirmativa, favorecendo o protagonismo infantil.</p>Ariene Vitalino da SilvaBruno Gonçalo Penedo SouzaGabriela dos Santos Barbosa
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325428430810.23925/1983-3156.2023v25i4p284-308O que pode uma disciplina de Aplicações Matemáticas?
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63247
<p>O objetivo deste artigo é trazer reflexões sobre questões socioeconômicas que emergiram em uma pesquisa de mestrado que teve como campo a disciplina denominada Aplicações Matemáticas, no 9° ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal de um bairro periférico do município de Campo Grande/MS, no ano letivo de 2022. Para tanto, traremos excertos de <em>podcasts,</em> produzidos pelos alunos, com discussões que tiveram em sala de aula sobre as atividades dadas pelo professor. Por se tratar de um estudo em que o pesquisador trabalha como professor em escolas de educação básica e iria produzir os dados com seus próprios alunos, usamos a Pesquisa Participante como metodologia. Nessa direção, apresentamos os dados disponibilizados para os alunos na atividade juntamente com trechos dos podcasts que eles produziram e uma análise trazendo teóricos da área. Assim, foi possível perceber que os diálogos se estendiam em determinada temática, os alunos, por vezes, traçavam um paralelo dos dados às suas próprias condições, sejam elas relacionadas ao sexo, cor/raça, renda per capita familiar ou transporte utilizado. As tensões que eventualmente emergiram em cada cenário, diante dos múltiplos posicionamentos críticos ali envolvidos, enriqueciam as reflexões e, consequentemente, concebiam um aprendizado com mais significado.</p>Fernando Malinosky Coelho RosaThiago Donda RodriguesEverton Dutra Colodetti
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325430933110.23925/1983-3156.2023v25i4p309-331Discutindo a neurodiversidade na Educação Matemática
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63298
<p>Com o objetivo de explorar as terminologias, práticas e atitudes que permeiam a inclusão de estudantes neurodivergentes e que se mostram no vocabulário do professor de matemática, este artigo apresenta um estudo que respondeu à seguinte pergunta de pesquisa: quais são os pressupostos que podemos identificar no vocabulário de professores de matemática no que se refere à temática do autismo? Os dados produzidos no estudo se constituíram a partir de registros feitos por oito professores de matemática de duas escolas públicas da cidade de São Paulo respondendo um questionário on-line. A análise assume os princípios da neurodiversidade como um referencial teórico, e identifica três pressupostos no vocabulário dos professores participantes: (1) o reconhecimento das necessidades oriundas da neurodivergência como um critério para a validação da prática docente, sendo fundamental a busca de adequações, adaptações e apoio pedagógico que complemente o processo de inclusão escolar; (2) a introdução de terminologias oriundas do movimento da neurodiversidade; e (3) a explicação médica alinhada com as definições e descritores relacionados em manuais da área da saúde. Conclui-se que a neurodiversidade se mostra como um movimento com potencialidades para provocar mudanças no cenário educacional, principalmente por provocar o pensar de maneira sociológica e crítica, bases nas quais esse movimento se origina.</p>Elton de Andrad VianaAna Lucia Manrique
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325433235810.23925/1983-3156.2023v25i4p332-358Narrativas de licenciandas em matemática cujos corpos fogem dos padrões hegemônicos sobre seus percursos formativos
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63287
<p>Este artigo analisa percursos de jovens mulheres estudantes de licenciatura em matemática sob a perspectiva das epistemologias feministas. A pesquisa fundamenta-se em epistemologias feministas, investigando várias facetas das mulheridades em diferentes contextos. O corpo é examinado através das óticas butlerianas e do transfeminismo, destacando dimensões interseccionais do feminismo negro. O estudo adota uma abordagem qualitativa feminista e utiliza entrevistas narrativas como fonte de dados. Duas licenciandas em matemática auto identificadas como feministas e com corpos políticos dissidentes das normas hegemônicas (uma negra e outra travesti) foram entrevistadas. A análise dos dados inclui a identificação de singularidades nas narrativas das licenciandas e a convergência de temas nas entrevistas. Os resultados indicam que várias mulheridades, enquanto corpos políticos, fomentam uma pedagogia inclusiva pautada na justiça social, questionando a pseudoneutralidade da matemática. Também ressaltam como a visibilidade desses corpos diversos na relação entre professores e alunos enriquece a formação matemática com uma abordagem crítica e envolvente.</p>Jéssica Maria Oliveira de LunaAgnaldo da Conceição Esquincalha
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325435938910.23925/1983-3156.2023v25i4p359-389“Da cerveja, cês não quer tirar a validade não?”
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63224
<p>O objetivo deste artigo é focalizar mulheres idosas alfabetizandas na Educação de Pessoas Jovens Adultas e Idosas (EJA), apropriando-se de práticas matemáticas hegemônicas, a que chamamos <em>práticas de numeramento</em> para destacar sua natureza discursiva. Analisamos a participação dessas mulheres nas interações discursivas durante uma atividade escolar proposta pela professora e desenvolvida dentro de um supermercado, que incluía fazer a leitura de prazos de validade de produtos industrializados. Essas interações, por sua dimensão histórica e por envolverem práticas matemáticas, são identificadas como <em>eventos de numeramento</em>. A atividade foi registrada em áudio, vídeo e apontamentos em diário de campo, e as interações foram cuidadosamente transcritas a partir desses registros. Nossa reflexão assume as contribuições teóricas dos estudos sobre envelhecimento, letramento e numeramento, apropriação de práticas sociais e constituição do sujeito e implica uma análise social do discurso. Nesta análise, tensionamos perspectivas sobre os processos de envelhecimento feminino e a produção de significados nas ações sociais que as alfabetizandas protagonizam quando se posicionam discursivamente e elaboram uma compreensão de como funciona o sistema de datação e dos significados semânticos e pragmáticos do registro de prazos de validade nas embalagens de produtos postos à venda. Assim, consideramos essa apropriação como instância de expressão dessas mulheres – e de sua continuada constituição – como sujeitos de aprendizagens e conhecimentos; de vivências e culturas; de memórias e esquecimentos; de direitos e expectativas.</p>Flávia Cristina Duarte Pôssas GrossiMaria da Conceição Ferreira Reis Fonseca
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325439041210.23925/1983-3156.2023v25i4p390-412A aula de matemática e os desafios da inclusão
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/63211
<p>A Transposição Didática é o fenômeno que descreve a trajetória percorrida por um saber, desde sua criação científica, até se transformar em objeto de ensino nas escolas. O presente trabalho é um recorte da pesquisa de mestrado do primeiro autor. O objetivo principal do presente artigo foi analisar os objetos matemáticos ensinados para um estudante cego, matriculado em uma sala de aula regular. Assim, buscamos evidências da Transposição Didática Interna (TDI) durante o ensino dos conceitos de variáveis estatísticas e distribuição de frequências, em uma sala de aula do 9º ano, com a inclusão de um estudante cego. Participaram desta pesquisa, o professor da turma, com licenciatura em Matemática, o estudante cego e os estudantes videntes. Constatamos que existe, lacunas no saber matemático ensinado para o aluno cego que acarretam dificuldades em sua aprendizagem, em relação aos objetos matemáticos ensinados para os alunos videntes. As formações dos professores de matemática precisam discutir os procedimentos pedagógicos que facilitam o processo de ensino-aprendizagem com estudantes cegos.</p>Vanessa Lays Oliveira dos SantosMarcus Bessa de MenezesEduardo Onofre
Copyright (c) 2023
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2023-12-232023-12-2325441343510.23925/1983-3156.2023v25i4p413-435