ARTIGO  
Diy Videolessons: minissérie para guiar o design  
de videoaulas para o ensino de inglês como língua  
adicional  
Diy Videolessons: miniseries to guide the design of video lessons for  
teaching English as an additional language  
FLUXO DA SUBMISSÃO  
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil.  
Submissão do trabalho: 05/12/2022  
Aprovação do trabalho: 24/04/2023  
Publicação do trabalho: 12/05/2023  
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil.  
Resumo  
Videoaula é um gênero multimodal em ascensão nos eventos de  
letramentos do contexto digital pelo seu uso intenso no ensino on-line. Em  
vista disso, estudar a organização retórica desse gênero, o seu consumo,  
produção e disseminação, é importante para fundamentar novos estudos  
interdisciplinares. Neste artigo apresentamos a descrição da organização  
retórica de videoaulas, pela análise de 14 exemplares e uma proposta de  
material digital no formato de uma minissérie. Resultados indicam a  
relevância do material desenvolvido, já que teve a intenção de auxiliar  
professores a entender sobre o gênero, tipologias e sobre o seu processo  
de produção para uso em aulas de Inglês como Língua Adicional.  
https://doi.org/10.23925/2318-  
7
115.2023v44i1a9  
Palavras-chave: Inglês como língua adicional; Videoaulas; Material Digital;  
Gênero Multimodal.  
Abstract  
The video lesson is a rising multimodal genre in literacy events in the digital context  
due to its intense use in online education. Therefore, studying the rhetorical  
organization of this genre, its consumption, production, and dissemination, is  
important to support new interdisciplinary studies. In this article, we present the  
rhetorical organization description of video lessons, through the analysis of 14  
samples, and the proposal of digital material as a short series. Results indicate the  
relevance of the developed material, as it aimed to assist teachers in understanding  
the genre, typologies, and its production process for use in English as an additional  
language class.  
Distribuído sob Licença Creative Commons  
Keywords: English as an additional language; Video lessons; Digital material;  
Multimodal genre.  
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1.  
Introdução  
O uso de tecnologias digitais e as atuais abordagens de ensino disseminadas na Internet  
tais como o ensino híbrido, a sala de aula invertida e as modalidades de ensino remoto e, também,  
a distância são alguns dos propulsores da necessidade de se saber usar e de elaborar videoaulas  
para fins pedagógicos.  
De acordo com Reis e Pletsch (2019), as pesquisas sobre sala de aula invertida com foco  
no ensino de língua adicional, a oferta de programas que fomentem a internacionalização e das  
agências governamentais às atividades de intercâmbio no exterior identificam a carência em  
tornar o ensino de línguas cada vez mais prático e acessível, o que justifica também a importância  
da produção de videoaulas com fins pedagógicos para proporcionar a aprendizagem de línguas  
por meio de recursos digitais.  
Na mesma direção, estudos prévios, como o de Almeida e Sabota (2015), Barros e Costa  
(2017), Mussio (2018), Plestch e Reis (2019), Schiefelbein (2018), Winter (2013), entre outros  
destacam a necessidade de se apoiar em videoaulas para promover a aprendizagem de conteúdos  
diversos. Mais especificamente, na área de línguas adicionais, tais recursos podem atrair a atenção  
dos alunos para explorar novos conteúdos disseminados na Internet e, ainda, motivá-los a  
aprendizagem de outros (WINTER, 2013; OU et al., 2019). De mesmo modo, Almeida e Sabota  
(2015) argumentam que  
A seleção de um material didático adequado proporciona a melhoria e transformação do  
modo de ensino-aprendizagem, tornando mais fácil a aquisição de um idioma estrangeiro tanto  
na formação do professor quanto para seu futuro aluno. Na aprendizagem de um idioma  
estrangeiro independente de classes sociais, cada vez mais as mídias acompanham o ser humano  
em seu cotidiano. A tecnologia apoia também aqueles que sabem que estudar uma língua é uma  
tarefa constante, pelo poder que esta tem de modificar-se com o tempo. (ALMEIDA e SABOTA,  
2
015, p. 1).  
Além desses aspectos, há ainda outras lacunas dentro das investigações em Linguística  
Aplicada e, também, na área Interdisciplinar de Tecnologias na Educação que motivaram a  
investigação sobre uso de videoaulas em aulas de línguas. Por exemplo, ao iniciarmos a  
investigação sobre esse tema, alguns questionamentos despertaram nossa curiosidade, entre  
eles: Que critérios podemos considerar para avaliar o que constitui uma videoaula para o ensino  
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de línguas adicionais? Como elaborar uma videoaula engajadora? Como orientar professores em  
formação inicial quanto à sistematização de uma videoaula para línguas adicionais?  
Para as perguntas supracitadas buscamos respostas em pesquisas prévias, no entanto,  
percebemos que ainda haviam lacunas para investigação (REIS; PLETSCH, 2019; MARCHEZAN,  
2
020; CONTRERAS, 2002;). Portanto, é sobre tais questionamentos que gostaríamos de abordar  
neste artigo. Em vista disso, na sequência relatamos sobre a organização retórica de videoaulas  
com a finalidade de informar as etapas ou estágios que constituem esse gênero, com a intenção  
de explorá-lo no ensino de Inglês como Língua Adicional (ILA), bem como apresentamos uma  
proposta de material digital, no formato de uma minissérie, composta por cinco videoaulas, a qual  
nomeamos como Do It Yourself (DIY) Videolessons.  
Nossa intenção de apresentar esse produto tecnológico, com base na concepção “do it  
yourself” (faça você mesmo), é para motivar professores (em formação inicial ou em continuada)  
em atuarem como protagonistas e designers de seus próprios materiais didáticos digitais (REIS,  
2
021). Nesse caso, preferencialmente, na produção de suas próprias videoaulas, a fim de incentivá-  
los não só ao consumo, mas também quanto à produção e à disseminação desse gênero em  
diferentes eventos e práticas sociais de letramentos (BARTON; LEE, 2012).  
Assim sendo, neste artigo, na seção de revisão de literatura buscamos apresentar  
definições sobre videoaulas e suas tipologias, e como esse gênero tem sido explorado em práticas  
de ensino. Na metodologia descrevemos o contexto de realização da presente pesquisa, os  
participantes, o corpus e os procedimentos adotados para a realização deste estudo. Na análise e  
discussão dos dados apresentamos os resultados da análise retórica do gênero e da aplicação do  
produto no formato de minissérie. Por fim, nas considerações finais sumarizamos os resultados  
obtidos.  
2
. Definindo videoaulas como um gênero multimodal  
São poucos os estudos sistemáticos em Linguística Aplicada encontrados até o presente  
momento no contexto brasileiro que buscam identificar uma possível organização retórica desse  
gênero (MUSSIO, 2018; SCHIEFELBEIN, 2018). Com isso, buscamos mapear estudos prévios sobre  
a temática videoaulas em áreas interdisciplinares, com a intenção de identificar aplicações e  
resultados sobre a inserção desse gênero em práticas de ensino diversas.  
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O fato de haver diferentes terminologias nas diferentes áreas reforça o que foi proposto  
por Mussio (2018) que “um dos poucos conceitos de videoaula encontrados e definidos  
genericamente caracteriza a videoaula como uma aula gravada e distribuída em forma de vídeo”  
(
MUSSIO, 2018, p.94).  
Além desse conceito proposto, entendemos a videoaula como um gênero multimodal, já  
que se constitui por diferentes modos e semioses com a intenção de produzir significados  
SCHIEFELBEIN, 2018; PLESTCH; REIS, 2019;). Segundo Morán (1995, p. 28), “o vídeo é sensorial,  
(
visual, usa a linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem  
superpostas, interligadas, somadas, não-separadas.”  
De modo similar, pesquisas prévias apontam a videoaula como “um recurso audiovisual  
produzido para atingir objetivos específicos da aprendizagem” (SPANHOL; SPANHOL, 2009). Com  
isso, concebe-se que as videoaulas podem ser conceituadas como sendo “a explanação de um  
conteúdo didático em formato de vídeo” (RODRIGUES, SCHERER, et al. 2018; GOMES, 2008). Esses  
conceitos propostos são relevantes considerando o aspecto de objetivo pedagógico do gênero  
videoaula, porém não destacam com clareza as etapas ou como se dá sua organização retórica  
como gênero.  
2
.1 Trabalhos correlatos sobre uso de vídeos e videoaulas em práticas de ensino  
Estudos prévios sobre o uso de vídeos em práticas interdisciplinares têm sido recorrentes,  
conforme destacam as pesquisas de Arroio e Giordian (2006), Ferrés (1996), Gomes (2008), entre  
outros autores. Esses estudos destacam que vídeos têm sido disponibilizado on-line, a partir do  
surgimento de sites gratuitos de compartilhamento que surgiram na Internet, os quais facilitaram  
o processo de gravação de vídeos no contexto digital e de como disponibilizá-los de maneira  
gratuita, o que também contribuiu para intensificar e potencializar o seu uso como recurso  
pedagógico.  
De modo semelhante, a pesquisa de Winter (2013, p. 27) evidenciou a necessidade de se  
trabalhar o vídeo como instrumento para gerar motivação na aula de língua estrangeira. Nesse  
estudo, a autora teve como objetivo investigar a motivação dos alunos para a aprendizagem da  
Língua Inglesa por meio do uso de vídeos. Para isso, a autora coletou dados a partir da aplicação  
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de um questionário e averiguou o motivo que levou os alunos a estudarem inglês. Nesse estudo,  
a autora concluiu que todos os participantes tinham consciência sobre a importância de aprender  
inglês e que não estudavam essa língua por obrigação, sendo o vídeo um importante aliado no  
processo de aprendizagem.  
Na pesquisa de Nikmah (2018, p. 86), o autor propôs uma análise sobre videoaulas e  
concluiu que esse recurso aplica o behaviorismo como principal abordagem de ensino, já que  
nessa perspectiva para aprender o sujeito se concentra na repetição usada com frequência até  
que o conteúdo seja sistematizado automaticamente. Essa teoria quando vinculada com o público  
infantil, principalmente para aquisição de uma língua adicional, reforça a necessidade de se repetir  
as palavras para que se possa pronunciar corretamente e aprender a língua em estudo.  
No entanto, sabemos que não aprendemos somente pela repetição, conforme enfatizou a  
pesquisa de Nikmah (2018) durante a análise de videoaulas. Para a autora, vídeos podem se tornar  
ainda um recurso comunicativo, podendo gerar interatividade na aprendizagem, desde que o  
recurso permita fazer associações entre diferentes habilidades. Na opinião de Nikmah (2018), o  
uso de legendas seria um recurso valioso, pois ajudaria o aluno aprender a língua adicional ao fazer  
associações entre a grafia e a pronúncia das palavras em foco na videoaula.  
Já o estudo de Olivier (2019, p. 389) propôs com investigação entre os discentes, futuros  
professores em formação de uma universidade sul-africana. No artigo, o autor reporta que 82  
participantes criaram 50 pequenos vídeos instrucionais e encontraram uma série de desafios  
durante o processo de elaboração. Entre os desafios estavam fazer a redução e adaptação de  
informações para o formato de vídeo, bem como a ausência de letramento digital em termos de  
criação e edição.  
Oliver (2019) realizou análise dos vídeos propostos pelos alunos, incluindo na análise as  
reflexões sobre o processo de aprendizagem dos participantes que foram coletadas por meio de  
um questionário contendo perguntas fechadas e abertas. Os resultados dessa pesquisa  
apontaram que como futuros professores, os participantes reconheceram a importância de  
adotar uma abordagem multimodal para o ensino de línguas.  
Esse estudo e os demais supracitados nesta seção reforçam a importância de entender o  
processo de produção de videoaulas como gênero multimodal e nos mostram os desafios  
relacionados a esse processo, principalmente em contextos de formação inicial.  
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3. Metodologia  
A metodologia da presente pesquisa adota uma abordagem de métodos mistos, pois trata-  
se de uma pesquisa exploratória, descritiva e aplicada de abordagem qualitativa para análise dos  
dados. Trata-se de um estudo de caso com foco no desenvolvimento de um artefato digital, no  
formato de material digital, o qual foi elaborado tendo por base o framework MoDE (REIS, 2021)  
para orientar o design do artefato digital.  
A presente pesquisa foi aplicada em contexto de ensino superior público, mais  
especificamente na Universidade Federal de Santa Maria (doravante UFSM) e a justificativa por  
aplicá-la nessa instituição é porque esse estabelecimento de ensino representa o contexto de  
formação inicial de professores de Língua Inglesa e, também, é o curso de origem das  
pesquisadoras. Sendo assim, optamos por coletar dados e aplicar o material digital desenvolvido,  
na disciplina de graduação, nomeada como LTR 1014 - Fluência e Letramento Digital, junto aos  
acadêmicos matriculados na turma 12, no ano de 2020.  
Este artigo apresenta apenas um recorte dos dados coletados durante a investigação  
realizada pela autora 1 (2022). Para realizar essa pesquisa foram planejadas diferentes etapas,  
porém, iremos descrever os procedimentos realizados durante quatro distintas, as quais são:  
Etapa 1 - Análise de exemplares de videoaulas quanto à organização retórica; Etapa 2 - Processo  
de elaboração da versão piloto do artefato digital e; Etapa 3 - Avaliação da versão piloto de  
material e; por fim, Etapa 4 - Proposta final da minissérie de videoaulas.  
3
.1 Participantes da Pesquisa  
Os participantes desta pesquisa são os discentes da disciplina de Fluência e Letramento  
Digital do Curso de Graduação, Letras-Inglês na UFSM, matriculados no ano de 2020. Inicialmente  
os participantes foram informados sobre a pesquisa e participaram respondendo a um  
questionário diagnóstico (nomeado no estudo como QD1), por meio do qual buscamos confirmar  
o perfil dos participantes e o consumo deles com relação às videoaulas. Esse grupo foi composto  
por 18 discentes, todos alunos de graduação, tendo entre 18 e 40 anos e indicaram os seus  
consumos de videoaulas para a aprendizagem de línguas.  
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3
.2 Instrumentos de coleta de dados e corpus coletado  
O corpus está constituído por três conjuntos diferentes de dados, os quais são  
apresentados no Quadro 1.  
Quadro 1 - Corpora coletados para a pesquisa de Schielfelbein (2022)  
Corpus 1  
Corpus 2  
Corpus 3  
Instrumentos de  
coleta de dados  
e corpus gerado  
Aplicação de Questionário  
Diagnóstico 1 (QD1) e  
seleção de 14 videoaulas  
publicadas na plataforma  
Youtube  
Questionário de  
avaliação (QA 2),  
com 9 respostas  
obtidas  
5 videoaulas  
produzidas como  
material digital  
Fonte: As autoras  
O primeiro conjunto de dados (Corpus 1) são as videoaulas de Inglês como língua adicional,  
as quais foram coletadas por meio da plataforma Youtube, para análise inicial do gênero, com a  
intenção de entender sua organização retórica. A descrição resultante do gênero será  
apresentada na seção análise considerando os dados obtidos e incluídos nesse corpus.  
O segundo conjunto de dados (Corpus 2) é resultante da avaliação final realizada sobre o  
artefato digital desenvolvido e pertence ao corpus 3. Para coleta de dados, o questionário  
avaliativo (QA2) foi aplicado e era composto por 13 questões objetivas e 1 questão aberta.  
O terceiro conjunto de dados (Corpus 3) é constituído pelo produto tecnológico desta  
pesquisa, proposto no formato de uma minissérie constituída por cinco videoaulas, as quais foram  
produzidas para o material digital da disciplina. O material foi testado pelos acadêmicos em aulas  
aplicadas durante o ensino remoto emergencial, em 2020.  
3
.3 Procedimentos de análise e de seleção dos dados obtidos  
A partir da coleta de dados pela aplicação do QD1, selecionamos 65 exemplares de  
videoaulas de ensino de Inglês para análise. Para isso, consideramos os seguintes critérios para  
seleção do corpus 1, o qual seria composto por videoaulas: a videoaula deveria: a) ter duração de,  
no máximo, 15 min; b) não ser gravação de uma transmissão ao vivo; c) não ser link de um canal  
ou blog. Após aplicação desses critérios, foram selecionados 14 exemplares, indicadas pelos  
participantes da primeira fase da pesquisa.  
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Tabela 1: Descrição das 14 videoaulas de Língua Inglesa  
Número e título da videoaula  
Link  
Canal  
Duração  
3.53  
#
1 - Como Dominar O Trava-Língua  
#
2 -Turn Nouns & Verbs Into Adjectives!  
3 - Qual É A Diferença Entre Some And  
6.38  
#
Any?  
Ask Jackie  
6.16  
Learn English  
with Bob the  
Canadian  
#
4 - A Fun Way To Learn 50 English  
Phrasal Verbs With Examples!  
7.56  
5.53  
#5 Also X Too: Qual A Diferença?  
Small Advantages  
Learn English  
with English  
Classes  
#
6 - Talking About Occupations - English  
Conversational Phrases  
5.33  
6.55  
#7 - Todos Os Tempos Verbais Em Inglês  
Fácil  
Julia Jolie  
#
#
#
8 -This X That: A Regra Das Regras  
Small advantages  
Ask Jackie  
11.01  
9 - Yes, English Is Weird.  
07.03  
10 - Palavras Com Pronúncias  
Semelhantes Pt. 1  
https://youtu.be/j6v7k6BGuIM  
Small advantages  
Small advantages  
10.31  
#11 - N X On: Qual A Diferença No Inglês?  
#12 - Dica De Inglês | Pronúncia Do 'th'  
#13 - Inglês - 1- Fácil E Grátis - Começo  
#14 - A Diferença Entre True And Truth  
10.46  
English in Brazil  
by Carina Fragozo  
6.17  
9.59  
0.25  
Elizabeth Wagner  
Fonte: As autoras  
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As videoaulas foram analisadas considerando a organização retórica proposta em  
Schielfelbein (2018), buscando identificar os estágios recorrentes no novo corpus. A análise dos  
exemplares de gênero foi importante para sistematizar e desenvolver o material instrucional  
digital sobre a produção de videoaulas.  
3
. 4 Procedimentos para o desenvolvimento do Material didático digital  
A etapa de elaboração do material digital seguiu o modelo cíclico de Design de Artefatos  
Digitais (MODE) (REIS, 2021). Consideramos os dados da análise e organização retórica do  
gênero, planejamos a minissérie de videoaulas. Tendo por base os estágios da videoaula,  
realizamos a análise de cada uma por frames, buscando identificar os estágios e seus passos.  
Para ilustrar como procedemos para analisar as videoaulas, segue uma tabela síntese com base  
em um exemplar.  
Tabela 2: Exemplar da análise por frames realizada na videoaula 1 –  
Videoaula 1 - do Canal Small advantages (https://youtu.be/KeqdGMNZgrM).  
Frame - Duração 3.53  
Descrição/Objetivo  
Estágio/  
Descrição  
Neste frame aparece o autor da videoaula,  
ocupando o centro da imagem. Ele é um jovem O primeiro estágio presente na  
professor, de nacionalidade americana. Nesta videoaula 1 é o estágio 3 em  
videoaula usa blusa em cor laranja. Ao topo do que o tutor apresenta o trava  
Estágio 3  
Situando a aula  
frame, no lado esquerdo da tela, aparece a  
expressão “ If I put it in my batter”. Abaixo ao  
centro, temos a legenda da videoaula.  
língua, situando a aula.  
Passo 1: Introduzindo o  
tópico da aula  
Duração 0:00 até 1:00  
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O segundo estágio presente na  
videoaula 1 é o estágio 4 onde  
ele explica o trava língua,  
Estágio 4  
Expandindo o tópico da  
aula  
expandindo o tópico da aula.  
Passo 1: Esclarecendo os  
procedimentos  
Duração 1:00 até 2:50  
O segundo estágio presente na  
videoaula 1 é o estágio 4 onde  
ele explica o trava língua,  
Estágio 4  
Expandindo o tópico da  
aula  
expandindo o tópico da aula.  
Passo 2: Definindo  
conceitos chaves  
Duração 1:00 até 2:50  
Passo 3: Exemplificando os  
conceitos  
O terceiro estágio presente na  
videoaula 1 é o estágio 1 onde  
ele oferta o próprio curso -  
Fluency Week  
Estágio 1  
Divulgando um produto ou  
serviço  
Duração 2:50 até 3:00  
O quarto estágio presente na  
videoaula 1 é o estágio 2 onde  
ele se apresenta iniciando  
contato  
Estágio 2  
Iniciando contato  
Passo 2: Identificando-se  
Passo 3: Estabelecendo a  
marca/canal  
Duração 3:00 até 3:05  
O quinto estágio concluindo a  
aula é o encerramento da aula  
e a despedida  
Estágio 5  
Concluindo a aula  
Passo 2: Despedindo-se  
Passo 4: Pedindo por  
avaliação da videoaula  
Duração 3:45 até 3:53  
(curtidas)  
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4
. Análise e Discussão dos dados  
Os resultados obtidos pela análise dos exemplares de videoaulas nos apresentaram uma  
nova configuração na estrutura de estágios do gênero videoaula e seus passos, os quais  
serviram como ponto de partida para a próxima etapa. Com a análise, foi possível identificar  
que nem todos os estágios identificados no estudo de Schielfelbein (2018) são recorrentes no  
corpus analisado, e há aqueles estágios que sempre estão presentes, assim como já havia sido  
definido anteriormente.  
No entanto, outro dado relevante sobre a análise desses exemplares é que a sequência  
dos estágios não tem uma padronização, já que cada tutor tem uma sequência diferente, o que  
temos como hipótese é que seja devido ao estilo de aula de cada tutor (a). Os estágios com  
maior recorrência foram os estágios 4 e 3, respectivamente “Expandindo o tópico da aula” e  
“Situando a aula”.  
1
No estudo de Schielfelbein (2018) , o estágio 4 “Expandindo o tópico da aula” é composto  
por 3 passos, sendo eles: Passo 1: Esclarecendo os procedimentos; Passo 2: Definindo conceitos  
chaves; Passo 3: Exemplificando os conceitos. Desses 3 passos, o terceiro obteve uma  
recorrência de 100%, ou seja, esteve presente nas 14 videoaulas analisadas, já o passo 1 obteve  
uma recorrência de 95% não estando presente em apenas uma videoaula.  
Com relação ao estágio 3: “Situando a aula”, por sua vez é composto por 4 passos, sendo  
eles: Passo 1: Introduzindo o tópico da aula; Passo 2: Justificando a escolha do tópico; Passo 3:  
Organizando a sequência da aula; Passo 4: Prevendo os passos da aula. Desses quatro passos,  
o passo 1 obteve 75% de recorrência nas videoaulas, enquanto o passo 2 obteve 60% de  
recorrência. O estágio 1 comprovando seu caráter optativo esteve presente em apenas uma  
videoaula.  
Se considerarmos obrigatório apenas os estágios e passos que alcançaram mais do que  
50% de recorrência nas videoaulas de Língua Inglesa, chegaremos a seguinte atualização  
apresentada na tabela 3:  
1
Para melhor detalhamento e descrição dos passos, sugerimos a leitura do artigo de Schielfelbein (2018) disponível  
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Tabela 3: Estágios e passos estabelecidos a partir do corpus investigado  
Estágio  
Descrição  
Estágio 1  
Iniciando contato  
Passo 1: Saudando/Cumprimentando a audiência  
Passo 2: Identificando-se  
Passo 3: Estabelecendo a marca/canal  
Estágio 2  
Situando a aula  
Passo 1: Introduzindo o tópico da aula  
Passo 2: Justificando a escolha do tópico  
Estágio 3  
Passo 1: Esclarecendo os procedimentos  
Expandindo o tópico da Passo 2: Definindo conceitos chaves  
aula  
Passo 3: Exemplificando os conceitos  
Estágio 4  
Concluindo a aula  
Passo 2: Despedindo-se  
Passo 3: Agradecendo a audiência  
Passo 4: Pedindo por avaliação da videoaula (curtidas)  
Fonte: As autoras  
Na tabela 3 apresentamos a organização retórica de videoaulas com base nos 14  
exemplares analisados. Nessa configuração, embora o gênero multimodal esteja constituído por  
diferentes semioses, foram apenas descritos os movimentos retóricos textuais resultantes da  
análise. Em estudos futuros pensamos que é importante incluir na organização retórica também  
os elementos visuais, já que eles contribuem para a composição desse gênero. As escolhas verbais  
e não verbais comunicam informações além de compor as etapas do gênero, o que poderá ainda  
indicar novos estágios e passos.  
Neste estudo como concebemos o corpus com as videoaulas apenas uma amostra, não  
temos como afirmar que esse gênero realmente configura-se desse modo, porém, com base nos  
exemplares analisados, temos uma descrição inicial que utilizaremos para fomentar o  
desenvolvimento do material didático digital, já que nossa intenção era instigar o aluno de letras  
em formação inicial à construção de videoaulas, a fim de explorar nesse processo as diferentes  
tipologias e a estrutura de gênero multimodal disseminado na Internet.  
Após melhor compreensão sobre o gênero multimodal videoaula, entendemos que seria  
pertinente adequar nossa proposta de material digital com base nos estágios e nos passos  
recorrentemente encontrados em exemplares do gênero. Para tanto, iniciamos o processo de  
elaboração do design de interface do material didático digital no formato de videoaulas, seguindo  
o MoDE (REIS, 2021) para desenvolver novos artefatos digitais, tendo por base os estágios e os  
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passos identificados, com a intenção de inicialmente disponibilizarmos tais materiais no Ambiente  
Virtual de Ensino e Aprendizagem Moodle.  
A minissérie de videoaulas foi aplicada durante as aulas da disciplina de Fluência  
Tecnológica, do curso de graduação em Letras Inglês na UFSM, no ano de 2020. A aplicação foi  
feita de maneira remota, com aulas síncronas e assíncronas. Cada parte do material era  
disponibilizado na plataforma, juntamente com um desafio que buscava instigar também o  
conhecimento teórico-pedagógico sobre produção de videoaulas.  
Os desafios eram propostos como uma tarefa para que o aluno desenvolvesse o que havia  
acabado de aprender, a partir do acesso à videoaula. Essa aplicação envolveu o uso de diversas  
tecnologias (Moodle, google drive, wevideo, canvas, entre outras), de forma que os alunos se  
apropriassem dessas tecnologias como ferramentas potencializadoras de sua aprendizagem.  
4
.1 Redesign do Material Digital  
Tendo em vista a necessidade de apresentar o produto desenvolvido, descrevemo-lo e  
consideramos a avaliação piloto feita pelos acadêmicos participantes da disciplina. Esse artefato  
foi testado em sua primeira versão no segundo semestre de 2020.  
Para a elaboração e aplicação do material digital, em um primeiro momento foi aplicado  
um questionário diagnóstico no início das aulas do semestre, em que os alunos demonstraram  
seus gostos e critérios para definir o que eles consideravam como uma boa videoaula. A partir  
desse questionário foi pensado nos tópicos que seriam abordados no artefato digital, já que  
abordaremos o tema de produção de videoaulas, os tópicos pré-definidos foram: Videoaula 1 -  
What is a videolesson? / O que é uma videoaula? Videoaula 2 - Can we classify videolessons? how? /  
Podemos classificar as videoaulas? Como? Videoaula 3 - What are the stages of a videolesson? /  
Quais são os estágios de uma videoaula? Videoaula 4 - How to write a script for videolesson? / Como  
escrever um roteiro para videoaula?  
O material didático digital foi separado em quatro seções, iniciando na definição e  
conceituação de videoaulas, seguindo para as diferentes classificações e tipos de videoaulas, na  
sequência para os estágios das videoaulas de acordo com a análise previamente apresentada  
nesta pesquisa e por último apresentando dicas para a construção de um roteiro na elaboração  
de uma videoaula.  
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Cada seção foi elaborada como videoaula, e após os alunos as assistirem foi apresentado  
um Challenge com a intenção de verificar a compreensão do conteúdo apresentado. Nessa  
experiência foram propostos quatro challenges ao total, sendo o último aquele em que os alunos  
elaboraram um script e uma videoaula para o ensino de línguas.  
Após a elaboração e aplicação do material, julgamos importante elaborar uma quinta  
videoaula com dicas sobre o uso de ferramentas e programas que poderiam facilitar a produção  
de videoaulas. A primeira aplicação do material nos permitiu inferir sobre a necessidade de  
reelaborarmos todas as videoaulas e definimos um padrão de cores e layout, além de priorizarmos  
àquelas do tipo cabeça falante (parte superior do corpo do professor falando para a câmera), de  
acordo com a classificação proposta por Medeiros e Pansanato (2015).  
A segunda versão da minissérie de videoaulas foi gravada via Canva e não mais via Power  
Point, oferecendo aos alunos a chance de conhecer uma outra ferramenta de trabalho. O Canva é  
uma plataforma de design gráfico que permite aos usuários criar gráficos de mídia social,  
apresentações, infográficos, pôsteres e outros conteúdos visuais. Também é um recurso que está  
disponível on-line e pode ser acessado, inclusive, por meio de dispositivos móveis e integra  
milhões de imagens, fontes, modelos e ilustrações para criar design de materiais digitais.  
No processo de redesign da minissérie, optamos por incluir uma quinta videoaula  
explicando como produzi-las pelo Canva. Portanto, o material didático digital foi separado em  
cinco seções, iniciando na definição e conceituação, seguindo para as diferentes classificações e  
tipos de videoaulas; na sequência para os estágios das videoaulas, apresentando dicas para a  
construção de um roteiro na elaboração de uma videoaula e, por último, como produzir uma  
videoaula no Canva. A seguir seguem os links de acesso para cada videoaula disponibilizada  
atualmente de modo aberto pelo canal do Projeto LabEOn.  
Tabela 4 - DIY Videolessons: Minissérie de Videoaulas  
Nº da  
Título  
Link da Videoaula no Moodle  
Link no Youtube do LabEOn  
Videoaula  
What is a  
videolesson?  
Videoaula 1  
Videoaula 2  
Can we classify  
videolessons?  
how?  
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What are the  
stages of a  
videolesson?  
Videoaula 3  
Videoaula 4  
How to write a  
script for  
videolesson?  
How to produce a  
videolesson on  
Canva?  
Videoaula 5  
Fonte: as autoras  
Cada seção do material digital disponível no Moodle incluiu a videoaula, e após os alunos  
as assistirem, eles realizavam um Challenge voltado à verificação da absorção do conteúdo  
apresentado, assim como na primeira versão. Na testagem desse material foram cinco challenges  
ao total, sendo o último aquele em que os alunos elaboraram uma videoaula para o ensino de  
línguas. A imagem a seguir mostra a re-apresentação do módulo dentro do Moodle da disciplina  
de fluência digital no primeiro semestre de 2021 que discutiu a produção de videoaulas.  
Figura 1 - Apresentação do módulo do material digital sobre a produção de videoaulas 2021/1 incluída no  
Moodle da disciplina  
Fonte: Disciplina Fluência e Letramento digital 2021/1 - https://ead06.proj.ufsm.br/course/view.php?id=47768  
A reapresentação do módulo incluiu a presença de um pequeno vídeo introdutório  
explicando a criação da minissérie de videoaulas como produto da pesquisa. A Figura 2 é o vídeo  
introdutório com o link de acesso livre:  
Figura 2 Capa da Videoaula 1  
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Do mesmo modo, as videoaulas foram disponibilizadas no Moodle e Youtube no canal do  
Projeto LabEOn-UFSM, para acesso aos conteúdos. Na sequência apresento alguns frames do  
redesign da videoaula 1.  
Figura 3 - Apresentação da videoaula 1 - What is a videolesson? / O que é uma videoaula?  
Fonte: Disciplina Fluência e Letramento digital 2021/1 https://ead06.proj.ufsm.br/course/view.php?id=47768  
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Após a elaboração e aplicação dessa segunda versão, aplicamos um questionário de  
avaliação questionando sobre o uso da minissérie, o qual foi respondido pelos alunos que  
consumiram esse conteúdo e também criar uma videoaula e seus Scripts como produto final da  
disciplina de Fluência Digital 2021/1. Por ser uma atividade voluntária, pedimos a participação dos  
alunos da turma, e dos 34 alunos matriculados, tivemos a participação de 16 alunos. Dessa média  
participaram da avaliação final somente 9 alunos.  
Os dados obtidos não nos permitem fazermos generalizações, no entanto, com relação à  
análise dos 9 participantes que avaliaram o material digital, podemos afirmar que o consumo do  
material foi satisfatório para 100% deles. Em relação às respostas dos alunos para a sétima  
pergunta do questionário “A partir da experiência no projeto, como você avalia a integração do  
uso de um material instrucional digital sobre a produção de videoaulas em uma remota ou, ainda,  
na modalidade híbrida? Explique”, percebemos que as avaliações foram bastante positivas, por  
isso selecionamos 4 respostas para apresentar neste artigo:  
Aluno 1: Gostei muito das videoaulas escolhidas pois me auxiliaram a ter um norte  
sobre como produzir um vídeo aula.  
Aluno 2: Eu achei muito interessante aprender sobre as classificações e estágios de  
uma videoaula, me ajudou a produzir um vídeo aula mais organizada.  
Aluno 3: Gostei dessa videoaula pelo embasamento teórico e exemplificações usadas,  
assim como a tabela que é um recurso visual que ajuda bastante a fixar o conteúdo.  
Aluno 4: eu gostei bastante de aprender a criar aula pelo canva, geralmente eu usava  
Google slides.  
Em síntese, inferimos que o material está adequado para orientar futuros professores de  
inglês na produção de videoaulas e que todas as etapas desta pesquisa demonstraram a  
importância de se estudar esse gênero multimodal, seja pela busca de uma organização retórica  
que guie a sua produção ou para auxiliar nas futuras análises do gênero.  
5
. Considerações Finais  
Nesta pesquisa tivemos por objetivo elaborar uma minissérie de videoaulas, com a  
intenção de orientar e auxiliar professores em formação inicial sobre como produzi-la para uso no  
ensino de Inglês como Língua Adicional (ILA). A minissérie foi composta por 5 videoaulas na sua  
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versão final, autenticando assim que nosso objetivo foi alcançado. Além desse, outros objetivos  
foram alcançados no decorrer do caminho, como a busca da possível organização retórica, com  
seus estágios e passos de produção descritos, resultado este que foi investigado com base em um  
corpus constituído por 14 exemplares.  
Essa pequena amostra nos impede de fazer generalizações, mas ainda assim serviram de  
ponto de partida para a elaboração da minissérie. Pode-se dizer também que o material digital foi  
2
elaborado com uma melhora significativa da primeira versão para a segunda versão, já que  
considerou com critério para o redesign as avaliações propostas pelos usuários. Para a versão  
final, buscamos padronizar o layout das videoaulas, definir a paleta de cores, e aplicamos no  
design gráfico uma melhor harmonização entre os elementos verbais e não-verbais.  
A presente pesquisa investigou a lacuna de estudos em relação à definição, as tipologias e  
a organização retórica do gênero videoaula e concluiu que as videoaulas são gêneros multimodais  
com um grande potencial pedagógico para o ensino em práticas de ensino remoto, ou, ainda, na  
modalidade presencial, por meio de processos híbridos porque, de acordo com Vargas, Rocha e  
Freire (2007) as videoaulas instigam o desenvolvimento do pensamento crítico além de  
favorecerem uma visão interdisciplinar com a integração de diferentes capacidades e  
inteligências.  
O problema inicial da presente pesquisa estava relacionado com a dificuldade em encontrar  
pressupostos teóricos que ajudassem a definir e classificar as videoaulas, além da dificuldade de  
encontrar estudos sistemáticos para auxiliar na identificação de uma possível organização retórica  
do gênero (MUSSIO, 2018; SCHIEFELBEIN, 2018). Por fim, com esta investigação, pensamos que  
contribuímos para essa sistematização, além de apresentar uma proposta de material digital para  
orientar a produção de videoaulas de ILA por professores em formação inicial, o que vem ao  
encontro com o fomento das práticas de ensino de ILA e o uso de tecnologias educacionais que  
sejam mais inovadoras, afinal propõe o Do it yourself de videoaulas.  
Com a elaboração dessa minissérie foi possível aprender de maneira prática como produzir  
videoaulas, fomentando ainda a formação continuada das pesquisadoras principalmente durante  
o ensino remoto da pandemia. A necessidade de letramento digital e a formação continuada dos  
2
Descrição detalhada da primeira e da segunda versão do produto está disponível em Schiefelbein (2022).  
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professores indicam a importância de pesquisas no âmbito de tecnologias educacionais aplicadas  
ao ensino de línguas.  
Percebemos que as limitações encontradas durante o desenvolvimento da aplicação deste  
estudo, nos impediram ainda de propor critérios claros sobre como avaliar uma boa videoaula, ou  
seja, desejamos encontrar videoaulas na Internet que realmente estimulem a aprendizagem e ao  
engajamento do aluno(a) de línguas, instigando-o ao aprender fazendo e não apenas consumindo  
conteúdos on-line. No entanto, entendemos que o material proposto pode colaborar na busca de  
respostas de como elaborar uma videoaula, assim como tem a intenção de orientar professores  
em formação continuada ou em formação inicial quanto a sistematização de uma videoaula para  
línguas adicionais. Esperamos que esse material consiga alcançar muitos professores e os ajudem  
no seu protagonismo para propor o design de videoaulas para o ensino de línguas adicionais.  
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