Layla SCHIEFELBEIN; Susana Cristina dos REIS
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de línguas adicionais? Como elaborar uma videoaula engajadora? Como orientar professores em
formação inicial quanto à sistematização de uma videoaula para línguas adicionais?
Para as perguntas supracitadas buscamos respostas em pesquisas prévias, no entanto,
percebemos que ainda haviam lacunas para investigação (REIS; PLETSCH, 2019; MARCHEZAN,
2
020; CONTRERAS, 2002;). Portanto, é sobre tais questionamentos que gostaríamos de abordar
neste artigo. Em vista disso, na sequência relatamos sobre a organização retórica de videoaulas
com a finalidade de informar as etapas ou estágios que constituem esse gênero, com a intenção
de explorá-lo no ensino de Inglês como Língua Adicional (ILA), bem como apresentamos uma
proposta de material digital, no formato de uma minissérie, composta por cinco videoaulas, a qual
nomeamos como Do It Yourself (DIY) Videolessons.
Nossa intenção de apresentar esse produto tecnológico, com base na concepção “do it
yourself” (faça você mesmo), é para motivar professores (em formação inicial ou em continuada)
em atuarem como protagonistas e designers de seus próprios materiais didáticos digitais (REIS,
2
021). Nesse caso, preferencialmente, na produção de suas próprias videoaulas, a fim de incentivá-
los não só ao consumo, mas também quanto à produção e à disseminação desse gênero em
diferentes eventos e práticas sociais de letramentos (BARTON; LEE, 2012).
Assim sendo, neste artigo, na seção de revisão de literatura buscamos apresentar
definições sobre videoaulas e suas tipologias, e como esse gênero tem sido explorado em práticas
de ensino. Na metodologia descrevemos o contexto de realização da presente pesquisa, os
participantes, o corpus e os procedimentos adotados para a realização deste estudo. Na análise e
discussão dos dados apresentamos os resultados da análise retórica do gênero e da aplicação do
produto no formato de minissérie. Por fim, nas considerações finais sumarizamos os resultados
obtidos.
2
. Definindo videoaulas como um gênero multimodal
São poucos os estudos sistemáticos em Linguística Aplicada encontrados até o presente
momento no contexto brasileiro que buscam identificar uma possível organização retórica desse
gênero (MUSSIO, 2018; SCHIEFELBEIN, 2018). Com isso, buscamos mapear estudos prévios sobre
a temática videoaulas em áreas interdisciplinares, com a intenção de identificar aplicações e
resultados sobre a inserção desse gênero em práticas de ensino diversas.
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São Paulo (SP), v. 44 n.1, jan./jul. 2023
ISSN 2318-7115