Nas cinzas da memória: a poeira da tradição
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2018i20p81-97Palavras-chave:
Tradição oral, Memória, Imaginário, Narrador.Resumo
Primeiro romance da trilogia As areias do imperador, “Mulheres de Cinza” (2015), de Mia Couto, é uma narrativa contada por dois narradores que se desdobram nas mais diversas formas de narrar, concentrando em si vários status. Para além disso, o discurso desses narradores é portador de um imaginário construído por meio de uma memória denominada por Jacques Le Goff (2003) como “memória artificial”, que hora nos remete ao narrador da tradição oral, ora ao narrador da modernidade. Um discurso que entrecruza “a letra e a voz”[1], forjando a oralidade por meio da escrita. Esse imaginário nos remete à trajetória do narrador desde a tradição oral, tão bem contemplado nos estudos de Walter Benjamin (1994), até o narrador da modernidade e seus desdobramentos. Verificar como isso ocorre é o objetivo deste estudo.
[1] Título de uma obra de Paul Zumthor.
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