Surtos e murmúrios

a insensatez da escrita em Sylvia Plath

Autores

  • Derick Davidson Santos Teixeira Universidade Federal de Minas Gerais | Faculdade de Letras | Programa de Pós-Graduação em Letras | Av. Antônio Carlos, 6627, 31270-901, Pampulha, Belo Horizonte, MG. http://orcid.org/0000-0003-0311-1403

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2020i25p60-74

Palavras-chave:

Sylvia Plath, Poesia, Roland Barthes, Impossível

Resumo

O presente trabalho pretente investigar as marcas da desrazão na escrita da poeta Sylvia Plath, em especial, em seu livro Ariel. Veremos não a suposta loucura da escritora, mas uma loucura da própria escrita. Para analisar o projeto poético da autora, partiremos de algumas propostas teóricas de Roland Barthes acerca do desejo insensato da literatura, cotejando-as com propostas teóricas de Michel Foucault, dos filósofos Giorgio Agamben e Gilles Deleuze e do psicanalista Jacques Lacan. Veremos quais são os loucos procedimentos poéticos utilizados pela poeta, no seu esforço para dizer o impossível. Será possível ver como a poeta tensiona ao máximo a linguagem e revela um grão de loucura no centro do texto. Neste ponto, a insensatez da poesia ameaça vencer o juízo da língua, a escrita enlouquece e murmura, enquanto se afasta do utilitarismo comunicacional e se livra dos comuns princípios linguísticos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Derick Davidson Santos Teixeira, Universidade Federal de Minas Gerais | Faculdade de Letras | Programa de Pós-Graduação em Letras | Av. Antônio Carlos, 6627, 31270-901, Pampulha, Belo Horizonte, MG.

Possui graduação em Letras, Inglês, pela Universidade Federal de Minas Gerais (2014), com período de estudos na University of Wisconsin, Madison, e mestrado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (2017). Atualmente, é aluno do programa de doutorado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada da Universidade Federal de Minas Gerais e aluno do Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais. Trabalha, principalmente, os seguintes temas: escritura, corpo, Literatura e Piscanálise.

Referências

AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015.

ALVAREZ. A. Sylvia Plath: a memoir. In: ALEXANDER, P. (Ed.). Ariel ascending: writing about Sylvia Plath. New York: Colophon books/ Harper & Row, 1985. p. 185-213.

ALVAREZ, A. The savage god: a study of suicide. London: W. W. Norton & Company, 1990.

“Taking its place alongside such psychotic visual art” e “the demoniac fantasies of Bosch.” (Tradução nossa).

BARTHES, R. Sade, Fourier, Loyola. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

BARTHES, R. Aula. Trad.Leyla Perrone-Moiséd. São Paulo: Cultrix, 2015.

BRITZOLAKIS, C. Sylvia Plath and the theatre of mourning. New York: Clarendon Press, 1999.

CAMPOS, H. O Afreudisíaco Lacan na Galáxia de Lalingua. Afreudite - Revista Lusófona de Psicanálise Pura e Aplicada, Lisboa, v. 1 n. 1, p. 1-22, 2005. Disponível em : https://revistas.ulusofona.pt/index.php/afreudite/article/view/824. Acesso em: 29 set. 2020.

CARVALHO, A. C. A poética do suicídio em Sylvia Plath. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

DELEUZE, G. Gaguejou. In: DELEUZE, G. Crítica e clínica. Trad. Peter Pál Pelbart. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 138-146.

ELIOT, T. S. Tradição e talento individual. In: ELIOT, T. S: Ensaios. Trad. Ivan Junqueira. São Paulo: Art Editora, 1989, p. 37-48.

FOUCAULT, M. História da Loucura na Idade Clássica. Trad. José Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Editora Perspectiva, 1978.

FOUCAULT, M. Outros espaços. In: FOUCAULT, M. Ditos e Escritos vol. 3. Estética: Literatura e pintura, música e cinema. Trad. Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

HOLBROOK, D. Sylvia Plath: Poetry and Existence. New York: Bloomsbury Academic, 1976.

HOWE, I. The Plath celebration: a partial dissent. In: BLOOM, Harold (Ed.). Modern critical views: Sylvia Plath. New York: Chelsea House Publishers, 1989, p. 5-15.

LACAN, J. Conférences et entretiens dans des universités nord-américaines. Revista Scilicet n. 6/7, p. 42-45,1975.

PLATH, S. A 1962 Sylvia Plath interview with Peter Orr. PLATH, S. The poet speaks. London: Routledge, 1966. Interview given to Peter Orr. Disponível em: https://www.modernamericanpoetry.org/content/1962-sylvia-plath-interview-peter-orr. Acesso em: 11 set. 2020.

PLATH, S. The Colossus and other poems. New York: Vintage, 1998.

PLATH, S. The unabridged journals of Sylvia Plath. Ed. Karen V. Kukil. New York: Anchor Books, 2000.

PLATH, S. The collected poems. New York: Harper & Row, 2008.

ROSE, J. The haunting of Sylvia Plath. London: Virago Press, 1992.

STEINER, G. Dying is an art. The reporter, oct. 7, p. 51-53, 1965. Disponível em: http://www.unz.org/Pub/Reporter-1965oct07-00051. Acesso em: 11 set. 2020.

TILLINGHAST, R. Words of their own, In: WAGNER-MARTIN, L. (Org.). Sylvia Plath critical heritage. Londres: Routledge, 1997, p. 79-80.

Downloads

Publicado

2020-12-07

Como Citar

Teixeira, D. D. S. (2020). Surtos e murmúrios: a insensatez da escrita em Sylvia Plath. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (25), 60–74. https://doi.org/10.23925/1983-4373.2020i25p60-74