O que resta de um corpo à espera ou memórias de La Douleur, de Marguerite Duras
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2021i26p94-103Palavras-chave:
Literatura francesa, Literatura pós-guerra, Marguerite Duras, Corpo, Memória.Resumo
Este artigo tem como objetivo refletir acerca do corpo da e na obra La Douleur (1985), de Marguerite Duras (1914-1996) – um corpo à espera, suspenso no tempo e ancorado na memória. O livro, narrado em primeira pessoa, recupera os diários da autora, escritos quarenta anos antes, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), nos quais Duras escreveu sobre e à espera do marido, Robert Antelme, preso no campo de concentração Buchenwald. O que pode esse corpo, se ainda pode alguma coisa? O que resta desse corpo diante de uma espera impossível? Como, e por que, escrever sobre essa dor? Qual a importância da memória nesse gesto? Buscando perseguir tais questões, mais do que respondê-las, dialogamos com autores como Gilles Deleuze, David Lapoujade e Michael Pollak, cujas teorias nos auxiliam na leitura e análise do corpo em La Douleur.
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