O envelhecer institucionalizado de sujeitos sequelados pela Hanseníase da U/E Abrigo João Paulo II
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-901X.2014v17i1p103-123Palavras-chave:
Idoso, Hanseníase, Estigma, Institucionalização.Resumo
Este estudo objetiva (i) identificar como o estigma da hanseníase se relaciona ao processo de envelhecimento de idosos que foram compulsoriamente asilados, ainda jovens, na Unidade Especial Abrigo João Paulo II, e (ii) analisar a história de vida dos idosos, a partir do relato de suas impressões sobre o envelhecimento. A pesquisa foi realizada na U/E Abrigo João Paulo II, com participação de 12 idosos sequelados pela hanseníase, de idade entre 60 e 94 anos, 50% homens e 50% mulheres, residentes nessa Instituição, selecionados em 2 etapas: análise e avaliação de prontuários e entrevista com os sujeitos, seguindo um roteiro de questionário. Quanto ao nível educacional, apresentam baixo nível de escolaridade, sendo 16,66% analfabetos; e 83,33% com primário incompleto. Em em relação ao vínculo conjugal, observou-se que 75% são viúvos; 16,66%, solteiros; e 8,33%, casados. Destes últimos, 41,66% tiveram filhos biológicos; 25% filhos adotivos; 16,66% filhos biológicos e adotados; e 16,66% não tiveram filhos. O intuito foi ultrapassar o critério estatístico dos dados, e o discurso construído e socialmente aceito em torno da Hanseníase, trazendo vozes que expressam subjetividades, desvelando os diferentes modos de viver o envelhecimento, colaborando na construção de um saber gerontológico interdisciplinar.