Dona Doida está envelhecendo e precisa de cuidados
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-901X.2017v20i2p27-44Palavras-chave:
Adélia Prado, Velhice, Cuidado.Resumo
"A velhice é uma forma de sentir frio que me assalta/ e uma certa acidez": esse é o começo de um poema de Adélia Prado, no qual se trata da temática do envelhecimento, da velhice e do cuidado que é necessário nessa fase da vida. Em oposição à impressão inicial que essas estrofes nos transmitem, a perspectiva de Adélia Prado, neste poema inteiro, e sobre os outros poemas que abordaremos neste artigo, é a preocupação com a pessoa idosa, as práticas instrumentais de cuidado, as condições biopolíticas humanitárias e democráticas que podem otimizar a vida de idosos em nossa sociedade. Adélia Prado está inserida na illusio sobre a inexorabilidade da velhice e trataremos disso. Discutiremos também os dispositivos de cuidados que são evocados em seus poemas. Essas práticas de cuidado podem aliviar as desconstruções físicas e psicossociais "naturais" que a velhice pode trazer a todos nós. Neste estudo, trabalharemos com elementos conceituais de Simone de Beauvoir, Leonardo Boff, Pierre Bourdieu e outros.