A CRISE CRIATIVA NO MORRER: A MORTE PASSA APRESSADA NA PÓS-MODERNIDADE

Autores

  • Clarissa De Franco

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-901X.2007v10i1p%25p

Resumo

A pós-modernidade pauta-se no tempo como o grande controlador do amanhã. A ilusão de infinitude, endossada pelos avanços biomédicos e pela indústria da eterna juventude, tenta conter a angústia da incerteza, e a morte, apesar de certa, não nos dá tantos avisos (será?) quanto gostaríamos. O “morrer” sofre com a pressa moderna, já que os rituais em torno da morte estão empobrecidos, simbolicamente, evitando-se cada vez mais um contato profundo com essa fase da vida. Em conseqüência, a morte deixa de ser um “ato social”, partilhado pela comunidade – como foi durante séculos –, passando para o âmbito privado, algo a ser vivenciado solitariamente. Como aponta o sociólogo Norbert Elias, os idosos foram, durante as últimas décadas do século XX, vistos como representantes vivos da morte. Por esse motivo, sua exclusão servia à sociedade pela insuportável possibilidade de contato com a finitude. Atualmente, com o aumento da expectativa de vida, a chamada terceira idade não mais é associada diretamente à idéia de morte, portanto, abriu-se um campo de possibilidades mais inclusivas a esse setor, mas que ainda funcionam dentro da lógica de negação da morte. A morte deve representar à vida uma possibilidade de tomada de consciência de nosso processo existencial e não o marcador do fim da linha. Deve ser uma aliada e não uma adversária. Palavras-chave: morte; idoso; temporalidade.

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Como Citar

De Franco, C. (2010). A CRISE CRIATIVA NO MORRER: A MORTE PASSA APRESSADA NA PÓS-MODERNIDADE. Revista Kairós-Gerontologia, 10(1). https://doi.org/10.23925/2176-901X.2007v10i1p%p

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