O envelhecimento sob a perspectiva da Umbanda: o Arquétipo do velho representado por Orixás e Entidades
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-901X.2019v22i1p421-435Palavras-chave:
Arquétipo do Velho, Umbanda, Envelhecimento, Puer-Senex.Resumo
Em busca de aprofundamento de algumas das representações do velho na sociedade brasileira, propusemos este trabalho que tem como objetivo estudar o Arquétipo do Velho na perspectiva de uma religião tipicamente brasileira: a Umbanda. Dois Orixás, Nanã Buruquê e Obaluaê, e as Entidades chamadas de Pretos Velhos, são aqueles que melhor representam o Arquétipo do Velho. A própria manifestação corporal de tais energias nos rituais de Umbanda traz, de modo inequívoco, símbolos ligados à velhice. É comum que os participantes dos rituais incorporem conhecimentos simbólicos e significados relativos aos Orixás e Entidades nela cultuados. O Arquétipo do Velho nessa religião representa o conhecimento adquirido ao longo do tempo, as experiências vividas, a sabedoria adquirida, a maturidade e a paciência. Estes são alguns de seus traços mais marcantes. A Umbanda lida com o envelhecimento e o Arquétipo do Velho como elementos essenciais para o processo de evolução da vida e sua importância no processo de individuação de cada um de nós. Neste estudo buscamos fazer uma correlação desse princípio arquetípico com o Arquétipo Puer-Senex da teoria de Carl Gustav Jung. No desenvolvimento da Psicologia Analítica, Jung mostra esse Arquétipo como elemento fundamental para a constituição do sujeito no seu processo de individuação.