Representações sociais do envelhecimento entre os moradores de um antigo hospital-colônia
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-901X2021v24i4p31-49Palavras-chave:
Representações sociais, Envelhecimento, HanseníaseResumo
Este estudo objetivou identificar e analisar as representações sociais do envelhecimento entre os moradores de um antigo hospital-colônia, do Nordeste brasileiro. Contou-se com a participação de 16 pessoas, com idade entre 48 a 85 anos (M = 67,0 anos; DP = 9,7). Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário sociodemográfico e entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram analisadas pelo método da Classificação Hierárquica Descendente, originando 5 classes de aproximação semântica. Os resultados indicaram que os participantes representam o envelhecimento como uma etapa (velhice). Além disso, esta representação evidencia elementos positivos e negativos. De forma positiva, a velhice é concebida quantitativamente como sinônimo de uma vida longa. Negativamente, os entrevistados associam esta etapa a perdas físicas e sociais, à dependência e ao aumento do cuidado consigo mesmo, situação que acarreta conflitos pessoais e sociais.
Referências
Arruda, Â. (2014). Representações sociais: dinâmicas e redes. In: Almeida, A. M. de O., Santos, M. de F. de S., & Trindade, Z. A. (Orgs.). Teoria das representações sociais: 50 anos (pp. 442-491). Brasília, DF: Scribd.
Baltes, P. B. (1987). Theoretical propositions of life-span developmental psychology: On the dynamics between growth and decline. Developmental Psychology, 2.1(5), 611-626. Recuperado de: https://library.mpib-berlin.mpg.de/ft/pb/pb_theoretical_1987.pdf.
Barreto, J., Gasparoni, J. M., Politani, A. L., Rezende, L. M., Edilon, T. S., Fernandes, V. G.., & Lima, V. M. (2013). Hanseníase e Estigma. Hansenologia Internationalis, 38(1-2), 14-25. Recuperado de: http://www.ilsl.br/revista/detalhe_artigo.php?id=12215.
Barros, R. A.., & Falcão, P. H. de B. (2014). Atividades fora da nucleação familiar: Uma experiência de independência no desempenho das Atividades de Vida Diária vivenciada pela Terceira Idade. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, 12(2), 444-457. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.5892/ruvrd.v12i2.1603.
Batista, T. V. G. (2014). Representações sociais do corpo para pessoas acometidas pela hanseníase: processos saúde/doença. Dissertação de mestrado. Recuperado de: http://www.bdtd.unitau.br/tedesimplificado/tde_arquivos/8/TDE-2014-11-05T135033Z-579/Publico/Talitha%20Vieira%20Goncalves%20Batista_seg.pdf.
Biasus, F., Demantova, A., & Camargo, B. V. (2011). Representações sociais do envelhecimento e da sexualidade para pessoas com mais de 50 anos. Temas em Psicologia, 19(1), 319-336. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2011000100025&lng=pt&tlng=pt.
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16.
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2016). Tutorial para uso do software de análise textual IRAMUTEC. Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e Cognição, LACCOS, Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina. Recuperado de: http://iramuteq.org/documentation/fichiers/Tutorial%20IRaMuTeQ%20em%20portugues_17.03.2016.pdf.
Carvalho, A. B. G., Paiva, A., A., & Carvalho, C. M. R. G. (2017). Evidências das políticas em favor da pessoa idosa: conquistas e perspectivas. In: Carvalho, C. M. R. G., & Araújo, L. F. Envelhecimento e práticas gerontológicas. (pp.153-168). Curitiba, PR: CRV.
Castro, A., Antunes, L., Brito, A. M. M.., & Camargo, B. V. (2016). Representações sociais do envelhecimento e do rejuvenescimento para mulheres que adotam práticas de rejuvenescimento. Psico, 47(4), 319-330. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2016.4.22495.
Castro, S. M. S., & Watanabe, H. A. W. (2009). Isolamento compulsório de portadores de hanseníase: memória de idosos. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 16(2), 449-487. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702009000200010.
Chaves, A. M., & Silva, P. de L. (2011). Representações sociais. In: Camino, L., Torres, A. R. Lima, M. E. O., & Pereira, M. E. (Orgs.). Psicologia social: temas e teorias (pp. 299-350). Brasília, DF: Technopolitik.
Cruz, A. (2016). Uma cura controversa: a promessa biomédica para a hanseníase em Portugal e no Brasil. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 26(1), 25-44. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312016000100004.
Duarte, Y. A. de O., Lebrão, M. L., Tuono, V. L., & Laurenti, R. (2008). Religiosidade e Envelhecimento: Uma análise do perfil de idosos do município de São Paulo. Revista de Saúde Coletiva, 5, 173-177. Recuperado de: http://www.fsp.usp.br/sabe/Artigos/2008_Yeda_Religiosidade_SCol.pdf.
Erikson, E. H., & Erikson, J. M. (1998). O ciclo de vida completo. Porto Alegre, RS: Artmed.
Falcão, D. V. da S., & Carvalho, I. S. (2009). Idosos e saúde mental: demandas e desafios. In: Silva, D. V., & Araújo, L. F. Idosos e saúde mental. (pp. 11-32). Campinas, SP: Papirus editora.
Farina, M., Lopes, R. M. F., & Argimon, I. I. de L. (2016). Perfil de idosos através do modelo dos cinco Fatores de personalidade (Big Five): revisão sistemática. Diversitas: perspectivas em psicologia, 12(1), 97-108. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.15332/s1794-9998.2016.0001.06.
Fernandes, J. da S. G., & Andrade, M. S. (2016). Representações sociais de idosos sobre velhice. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 68(2), 48-59. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672016000200005&lng=pt&tlng=pt.
Gutz, L., & Camargo, B. V. (2013). Espiritualidade entre idosos mais velhos: um estudo de representações sociais. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 16(4), 793-804. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/S1809-98232013000400013.
Jodelet, D. (2001). Representações sociais: um domínio em expansão. In: Denise Jodelet (Org.) As representações sociais. (pp. 17-44). Rio de Janeiro, RJ: EdUERJ.
Kuchemann, B. A. (2012). Envelhecimento populacional, cuidado e cidadania: velhos dilemas e novos desafios. Sociedade e Estado, 27(1), 165-180. Recuperado em: https://doi.org/10.1590/S0102-69922012000100010.
Moscovici, S. (1978). A representação social da Psicanálise. Rio de Janeiro, RJ: Zahar Editores.
Neri, A. L. (2008). Palavras-chave em gerontologia. (3a ed.). Campinas, SP: Editora Alínea.
Neri, A. L., Yassuda, M. S.., Araújo, L. F.., Eulálio, M. do C., Cabral, B. E., Siqueira, M., Catunda, E., Santos, G. A., & Moura, J. G. de A. (2013). Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: Estudo FIBRA. Cadernos de Saúde Pública, 29(4), 778-792. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000400015.
Palmeira, I. P., Queiroz, A. B. A., & Ferreira, M. A. (2012). Quando o preconceito marca mais que a doença. Tempus Actas de Saúde Coletiva, 6(3), 187-199. Recuperado em: https://doaj.org/article/afdda26121664b729d560b61e89b5e04.
Papalia, D., & Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano. (12a ed.). Porto Alegre, RS: AMGH.
Prado, A. R. de A., & Perracini, M. R. (2007). A construção de ambientes favoráveis ao idoso. In: Néri, A. L. (Org.). Qualidade de vida na velhice: enfoque multidisciplinar (pp. 221-229). Campinas, SP: Alínea.
Santos, V. B., Tura, L. F. R., & Arruda, A. M. S. (2013). As representações sociais de “pessoa velha” construídas por idosos. Saúde e Sociedade, 22(1), 138-147. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902013000100013.
Silva, H. S., Silveira, M. H., & Freitas, T. H. da S. (2017). Práticas gerontológicas e os desafios da gerontologia como ciência e profissão. In: Carvalho, C. M. R. G., & Araújo, L. F. (Orgs.). Envelhecimento e práticas gerontológicas. (pp. 133-152). Curitiba, PR: CRV.
Silva, S. P. C., & Menandro, M. C. S. (2014). As representações sociais da saúde e de seus cuidados para homens e mulheres idosos. Saúde e Sociedade, 23(2), 626-640. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200022.
Simpson, C. A., Miranda, F. A. N., Meneses, R. M., Carvalho, I. H. da S., Cabral, A. M.de F.., & Santos, V. R. C. (2013). No habitus do antigo hospital-colônia - representações sociais da hanseníase. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental On-line, 5(3), 104-113. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2013.v5i3.104-113.
Sousa, G. M., Belucci, M. B., Gório, R. A. A., & Soler, V. M. (2008). O processo de envelhecimento na percepção de um grupo de idosos. CuidArte Enfermagem, 2(1), 11-22. Recuperado de: http://fundacaopadrealbino.org.br/facfipa/ner/pdf/ed02enfpsite.pdf.
Souza, J. F. M., & Sena, T. C. da C. B. (2014). O envelhecer institucionalizado de sujeitos sequelados pela Hanseníase da U/E Abrigo João Paulo II. Kairós-Gerontologia. Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Saúde, 17(1). Recuperado de: https://revistas.pucsp.br//index.php/kairos/article/view/19879/14790.
Torres, T. L.., Camargo, B. V., Boulsfield, A. B., & Silva, A. O. (2015). Representações sociais e crenças normativas sobre envelhecimento. Ciência & Saúde Coletiva, 20(12), 3621-3630. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152012.01042015.
Vieira, D. C. R.., & Aquino, T. A. A. (2016). Vitalidade subjetiva, sentido na vida e religiosidade em idosos: um estudo correlacional. Temas em Psicologia, 24(2), 483-494. Recuperado de: https://dx.doi.org/9788/TP2016.2-05Pt.
Vieira, K. F. L., Coutinho, M. da P. de L., & Saraiva, E. R. de A. (2016). A Sexualidade na Velhice: Representações sociais de idosos frequentadores de um grupo de convivência. Psicologia: Ciência e Profissão, 36(1), 196-209. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/1982-3703002392013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Kairós-Gerontologia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Kairós Gerontologia é detentora dos direitos autorais de todos os artigos publicados por ela. A reprodução total dos artigos desta revista em outras publicações, ou para qualquer outro fim, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor deste periódico. Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, mais de 500 palavras de texto, tabelas, figuras e outras ilustrações) deverão ter permissão por escrito do editor e dos autores.
