Vovós feiticeiras: algumas reflexões sobre tristes relatos de idosas moçambicanas
DOI :
https://doi.org/10.23925/2176-901X.2011v14i3p181-196Mots-clés :
Este artigo tem por objetivo trazer algumas reflexões, e alertar a sociedade para os vários tipos de violência que enfrentam as idosas em Moçambique, perda de bens, terras e morada, violência física, sexual, psicológica, abuso financeiro, isto é, o uso ilRésumé
Este artigo tem por objetivo trazer algumas reflexões, e alertar a sociedade para os vários tipos de violência que enfrentam as idosas em Moçambique: perda de bens, terras e morada, violência física, sexual, psicológica, abuso financeiro; isto é, o uso ilegal e não autorizado dos bens, dinheiro, pensão ou outros bens de valor da pessoa idosa, incluindo falsificar o testamento do idoso para incluir o perpetrador como herdeiro, expulsão da casa onde vive com a acusação de serem feiticeiras, até chegar a seu assassinato. Para além disso, as idosas confrontam-se com a dilema de terem sob sua responsabilidade crianças órfãs do HIV/SIDA e outras doenças, quase sem o apoio do Estado. Particular realce se dá às acusações de feitiçaria em que a Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO) e os curandeiros intervêm de duas formas: quer com o papel de acusador, nstigador da violência, quer como alvo da violência. O conceito feitiço está presente no quotidiano e na vida social e nas relações sociais de muitos moçambicanos que tentam encontrar a causa dos seus problemas no feitiço e, sob esta óptica, as idosas são o bode expiatório dos males. Por outro lado, a constatação da alta mortalidade de jovens adultos, quer devido ao HIV/SIDA quer por outros motivos, e o número de pessoas idosas sobreviventes aos inúmeros males da sociedade, criam suspeitas sobre a razão da sua longevidade que atribuem, muitas vezes, à feitiçaria.Téléchargements
Publié-e
2012-06-28
Comment citer
Sayagues, M., Muchanga, S., & Silva, T. da. (2012). Vovós feiticeiras: algumas reflexões sobre tristes relatos de idosas moçambicanas. Revista Kairós-Gerontologia, 14(3), 181–196. https://doi.org/10.23925/2176-901X.2011v14i3p181-196
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Artigos