Aquarela da intolerância: racialização e políticas de igualdade no Brasil
Palavras-chave:
intolerância, açoes afirmativas, políticas de igualdade, racismo, psicanáliseResumo
Definir “fronteiras raciais” no Brasil parece ser um problema mais profundo do que em qualquer outro país, porque uma marca identificatória brasileira é - precisamente - a forte miscigenação, que pelo tamanho e diversidade da população só pode ser comparado aos Estados Unidos da América, dois casos com poucos precedentes na história. Segundo pesquisas, um “brasileiro branco” é uma pessoa que “parece branco” e é socialmente aceito como “branco”, independentemente da ascendência, especialmente em razão da sua situação econômica. Uma das formas de implementação das denominadas “Políticas de igualdade” no Brasil nos últimos anos tem sido por meio de ações políticas denominadas Ações afirmativas, medidas positivas tomadas para aumentar a representação das minorias nas áreas do emprego e da educação. Como essas ações envolvem seleção preferencial com base em raça, gênero ou etnia, a ação afirmativa pode, no entanto, gerar intensa polêmica. O caso brasileiro se torna mais relevante com a recente chegada de consumidores das camadas economicamente excluídas da população brasileira às universidades e ao mercado mais amplo de consumo o que parece ter acentuado a intolerância em relação às diferenças étnicas e sociais, especialmente detectada nas redes sociais. Freud abordou os mecanismos de segregação existentes na cultura para explicar como humanos vivendo em sociedades teriam propensão à agressão uns contra os outros. Para isso, diz ele, haveria um processo no sentido de estigmatizar o outro com pequenas diferenças que construiriam o estranhamento deste outro e a segregação nos grupos.
Sobre o(s) Autor(es):
João Angelo Fantini é professor do curso de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos com Pós-doutorado pela University of London (Birkbeck College) e orientador no curso de Semiótica Psicanalítica da Pontifícia Universidade de São Paulo. Psicólogo e Psicanalista, pesquisa sobre a produção de subjetividade e os sintomas na clínica psicanalítica hoje. Publicações relacionadas aos estudos audivisuais, como autor e coautor: Imagens do Pai no Cinema: Clínica da Cultura Contemporânea (Edufscar, 2009), O Feitiço do Cinema. São Paulo. Ed. Arx/Saraiva. 2009; Estudos de Comunicação (Sulina, 2003); Interação e Sentidos no Ciberespaço e na Sociedade (EDIPUCRS, 2001); além de artigos em jornais e revistas acadêmicas.
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