Muito além da moda: uma abordagem com viés educacional

Autores

  • Natalia Peric de Freitas Cogeae / PUC

Palavras-chave:

moda, educação, expressão individual

Resumo

Buscamos, neste trabalho, refletir sobre as relações entre o universo da moda e o da educação, a partir de uma experiência prática que a antecede. O projeto Moda na Escola propõe a reflexão e prática a respeito da moda e suas relações com o universo individual. Apontamos a ação criativa através da experiência do papel do estilista como caminho para proporcionar uma maior autonomia do sujeito, usuário das roupas, com relação aos ditames da moda. Para este fim, procuramos estabelecer relações entre a noção de “eu” e a imagem que esta atrelada a ela, a autoimagem. Em seguida, buscamos compreender as forças que estão em ação na construção do look, entendido aqui como lugar de reflexão e conscientização. Também observamos a moda como fenômeno que mantém grupos unidos através da substituição do ideal do eu individual por um coletivo. Apresentamos ao final um relato sobre a experiência, afim de ilustrar a pratica ali desenvolvida e refletir sobre ela. Ao final podemos concluir que o lugar da moda também é na escola, abrindo vias para uma expressão que pode ser libertadora para o indivíduo.

Biografia do Autor

Natalia Peric de Freitas, Cogeae / PUC

Formação Superior em Desenho de Moda, Faculdade Santa Marcelina, 2002

Especialização em Semiótica Psicanalítica: Clínica da Cultura, PUC, 2013

Referências

Em primeiro lugar, parece-nos que a autoestima expressa o tamanho do ego; os vários elementos que irão determinar esse tamanho são aqui irrelevantes. Tudo o que uma pessoa possui ou realiza, todo remanescente do sentimento primitivo de onipotência que sua experiência tenha confirmado, ajuda-a a aumentar sua .(FREUD, 1914, p.63)

“Uma vez processados, os elementos do sistema vestimentar vão constituir aquilo que convencionamos chamar de aparência. A aparência prevê não só o desejo de mostrar-se similar a um modelo desejável (parecer), que pode ter surgido do mundo natural ou da própria fantasia do sujeito, mas sobretudo, de estar manifesto como tal diante de si e do Outro (aparecer). Funciona como uma camuflagem […] uma edificação de mundo onde o sujeito pode se projetar e por meio da qual pode evoluir” .(GARCIA e MIRANDA, 2005, p. 18).

“Sob essas aparências agradáveis e superficiais, uma espécie de autoagressão predomina, manifestada pelo abandono de uma estética pessoal, do gosto por uma aparência mais singular, e o prazer de vestir-se segundo seu próprio estilo parece não ter nenhum direito de se expressar”. (NAVARRI, 2010, p. 142)

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Publicado

2014-09-03

Edição

Seção

Artigos