“Criação”

Autores

  • Andréa Menezes Masagão

Palavras-chave:

modelando o real, Flaubert

Resumo

Em Criação, Andréa Menezes Masagão nos conta que, assim como o oleiro cria o vaso, o homem cria os significantes e vai modelando o real, criando o pleno e o vazio, o dentro e o fora, o dia e a noite. A arte permite apresentar esse vazio que resulta da ação simbolizadora das palavras sobre as coisas, do corte que o significante realiza sobre o real. Focault aponta que durante o século XIX uma experiência nova se introduz no discurso a partir da literatura. O precursor desse movimento seria Flaubert, que ao escrever "A tentação de Santo Antonio", abre espaço para a existência de uma literatura que só existe na rede do já escrito; uma literatura que se desfaz de um elemento ordenador exterior a ela e toma o próprio escrito como matéria-prima; uma literatura que escreve sobre o escrever. Flaubert inaugura uma série: Mallamé, Kafka, Bataille, borges, Joyce... Assim, nessa dobra, o escrever abandona os propósitos utilitários com os quais se revestiu durante muito tempo e se aproxima de experiências limites como a experiência do êxtase ou da loucura.

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