Nhengatu https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu <p><strong>Nhengatu</strong> - Revista iberoamericana para Comunicação e Cultura contra-hegemônica é uma revista acadêmica iberoamericana que tem como propósito abrigar pesquisas em Comunicação e Cultura sob a referência contra-hegemônica seja do ponto de vista dos modelos teórico-conceituais, seja pelo exercício crítico dos meios de Comunicação e da Cultura comercial. Sua política editorial pretende contribuir com o debate científico a contrapelo das lógicas do mercado, da obsolescência e do consumo, da fabricação dos consensos das audiências, das corporações de mídia e da indústria de tecnologias proprietárias, centrando o foco acadêmico nos ambientes de Comunicação e de Cultura que privilegiam a produção colaborativa, as tecnologias livres e os vínculos de permanência produtores de sentido para os grupos sociais.</p> <p><span class="VIiyi" lang="es"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="es" data-language-to-translate-into="pt" data-phrase-index="1"> </span></span></p> Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP pt-BR Nhengatu 2318-5023 <p><a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/" rel="license"><img style="border-width: 0;" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png" alt="Creative Commons License" /></a><br />This work is licensed under a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/" rel="license">Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License</a>.</p> <p> </p> <p>Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.</p> Do imaginário ao mundo real https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/58960 <p>Entrevista com Norval Baitello Junior esmiúça definições e consequências das figuras imagéticas na vida dos seres humanos.</p> Rafaele Rocha Oliveira Isabela Cagliari Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 01 18 10.23925/2318-5023.2022.n6.e58960 Resistência, Imaginários e Decolonialidades https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/58231 <p style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%; orphans: 2; widows: 2; text-decoration: none;" align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Editorial da sexta edição de Nhengatu com o tema “Resistência, Imaginário e Decolonialidades”. Este pequeno artigo faz um convite aos leitores para que se enveredem pelas publicações deste periódico científico produzidas por <span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">pesquisadores ibero-americanos </span><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">com o objetivo de refletir sobre </span><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">sobre os ambientes simbólicos que demarcam os territórios de interesses políticos e econômicos das corporações de mídia.</span> </span></span></span></p> Cesar Augusto Vieira Leonardo Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-08-03 2022-08-03 1 6 01 02 10.23925/2318-5023.2022.n6.e58231 Drones: uma extensão do olhar ou sua desumanização ? https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/58232 <p style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%; orphans: 2; widows: 2; text-decoration: none;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><em>As imagens aéreas marcaram presença na sociedade moderna pouco tempo após o advento da fotografia. Também se tornaram parte da estratégia bélica desde que se tornaram viáveis tecnicamente. Atualmente, a utilizacão de veículos aéreos não tripulados, notadamente conhecidos como Drones, ampliou sua participação em diferentes segmentos da sociedade devido a sua miniaturização decorrente da convergência entre tecnologia e a imagem digital. Em que medida estes artefactos provocam transformações na produção e recepção de imagens aéreas ? Estamos diante de uma extensão do olhar ou sua desumanização ? Apoiado nas reflexões de Vilém Flússer e sua obra A filosofia da Caixa Preta e Edmond Couchot em seu livro A Tecnologia na Arte - da fotografia à realidade virtual, este artigo procura refletir sobre esta questão e analisar seus possíveis desdobramentos contemporâneos.</em></span></p> Cristiano Franco Burmester Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-08-03 2022-08-03 1 6 01 16 10.23925/2318-5023.2022.n6.e58232 Apresentação do Dossiê Comunimídia https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/61835 <p>Esta é uma pequena apresentação dos artigos que foram escolhidos para o Dossiê Comunimídia que será publicado nas páginas seguintes. Entre os assuntos abordados estão a crítica ao discurso midiático hegemônico, a importância da comunicação popular e comunitária, o papel das novas tecnologias na construção de uma comunicação mais democrática e a urgência da decolonização dos saberes na área de comunicação e mídia, entre outros. A numeração das páginas seguem uma ordem alheia aos demais artigos e entrevistas publicados nesta edição de Nhengatu, formando um tomo exclusivo do dossiê, apesar de estar dividido em arquivos diferentes.</p> Cesar Augusto Vieira Leonardo Copyright (c) 0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 01 01 10.23925/2318-5023.2022.n6.e61835 A Água Como Motor de Criatividade https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60811 <p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Este artigo aborda cosmovisões e filosofias decoloniais para pensar na água como um motor de criação e imaginação de vidas e mundos possíveis. Trata-se de um texto ensaístico a respeito do elemento em sua potência máxima, como em um rompimento de uma barragem de represa: incontrolável e invencível. O objetivo é identificar, de maneira interdisciplinar, as possibilidades de saberes intelecto-corporais a partir desta contemplação. Como método, reunimos documentos como exposições artísticas, documentários, discursos públicos, entrevistas e textos acadêmicos, bem como canções da Música Popular Brasileira de Elza Soares, Liniker e Luedji Luna. A partir disso, formulamos interpretações sobre metáforas com a água, seus efeitos materiais e empíricos, a fim de vislumbrar a importância deste elemento no ato cotidiano de criar, lembrar e viver. Veremos se é possível reabitar existências brasileiras para além do trauma e do “Capitaloceno”, além dos entraves da commoditização da água e das armadilhas coloniais de raça e gênero. Ainda falaremos sobre as problemáticas sociopolíticas do estresse hídrico em grandes metrópoles como o Rio de Janeiro, as quais promovem uma ‘guerra d’água’. Ao final do artigo, veremos que a água é um motor de criatividade e pensamento de vida, por meio de processos de investigação e imersão interna, memória coletiva e bem-estar com o meio ambiente. Nesse texto ensaístico, afirma-se que o ecocentrismo é uma alternativa de mudança da nossa episteme. Concluiremos que a água pode estabelecer vínculos entre os diversos atores do mundo, sobretudo através de um mergulho profundo, com zelo e afeto.</span></p> Rafaela de Araujo Vieira de Oliveira Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 02 21 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60811 A Moral Estética do Corpo https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60812 <p style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Partindo do preceito que o corpo tatuado, sobretudo o negro e indígena, é visto com certo receio, quando não criminalizado pela sociedade, surge a necessidade de uma explicação para esta questão, que incorpora não apenas temas históricos, mas também sociais, raciais, religiosos, psicológicos e que dialogam diretamente com a história da arte e entre si.Objetiva-se investigar e analisar a função e o entendimento do corpo e arte dentro da tradição ameríndia brasileira e na tradição clássica eurocêntrica, assim como traçar uma relação entre a visão eurocêntrica do corpo e a forma que parte da sociedade atual enxerga as artes corporais, tanto indígena como tatuagens, piercings e outras modificações corporais. O trabalho também se trata de uma pesquisa bibliográfica, consultando diferentes autores e parte de suas próprias referências.</span></span></p> Cauê Huler Ferreira José Ronaldo Alonso Mathias Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 22 57 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60812 A Nudez como Estigma https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60814 <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 100%;" lang="pt-BR" align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">O movimento de perseguição e demonização da mulher conhecido como “caça às bruxas”, </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">se estendeu entre o século XV e o século XVIII por toda a Europa. Essa perseguição contra as mulheres acusadas de praticarem bruxaria se intensificou especialmente após a criação do Tribunal do Santo Ofício, que funcionava como uma espécie de tribunal religioso que condenava todos aqueles que eram contra os dogmas pregados pela Igreja Católica ou que eram considerados uma ameaça às doutrinas cristãs.&nbsp;</span></span></span></span> <span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">O objetivo desta dissertação, ainda em andamento, é mostrar como a perseguição da Igreja Católica associada à divulgação de imagens das indígenas tupinambás nuas influenciou a disseminação de estereótipos da mulher tida como bruxa má em panfletos na Europa no século XVI. Vamos </span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">utilizar as propostas de estudos sobre a imagem de Hans Belting e Norval Baitello Junior, além do método da polimagem de Isabelle Anchieta para </span></span></span><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">analisarmos, a partir de imagens coletadas em meio </span></span><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;"><em>online</em></span></span><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">, a atuação da imprensa na construção dos estigmas relacionados ao corpo nu das mulheres tidas como bruxas. Esta dissertação busca evidenciar o fato de que, ao falarmos sobre a perseguição das mulheres tidas como bruxas, estamos contando também uma parte da história das mulheres e dos desafios enfrentados em sociedades patriarcais e misóginas. </span></span></p> Beatriz Couto Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 58 76 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60814 A Palavra Corpo-gesto como Resitência https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60815 <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 100%;" align="justify"><span style="font-size: small;">Este artigo propõe uma reflexão sobre a palavra como mídia no meio digital a partir de uma abordagem fenomenológica de três produtos comunicacionais, consistentes nos perfis no Instagram de Lilia Schwarcz e Debora Diniz e no </span><span style="font-size: small;"><em>website</em></span><span style="font-size: small;"> Sumaúma, de Eliane Brum e Jonathan Watts. Num mundo saturado de imagens, a corporeidade se perde em prol da iconização, compelindo tudo a se tornar visível. O excesso e a hipervisibilidade resultam no esgotamento do olhar e na crise de visibilidade (BAITELLO JUNIOR, 2014). Como resultado, não vemos ou enxergamos apenas o que as imagens querem nos mostrar. A profusão de imagens é também de palavras, afinal, toda palavra é uma imagem. Abordaremos a palavra como um meio primário de comunicação, uma prática do corpo biológico, social e cultural, que abrange diferentes linguagens cujas articulações se potencializam no digital com o entrelaçamento entre o verbal, o visual e o sonoro. Discutiremos a palavra a partir do conceito universalizante de imagem, em sua função mediadora e seu poder de impacto, para entendê-la como gesto capaz de articular uma liberdade (o que chamaremos de palavra corpo-gesto), com potencial para engajar, predispor ao diálogo e servir como resistência ao entorpecimento, abrindo os olhos para o invisível ou para o que é deliberadamente ocultado pelos arranjos de poder hegemônicos e mediáticos. A fundamentação teórica assenta-se em Aby Warburg, Harry Pross, Norval Baitello Junior e Vilém Flusser. </span></p> Juliana Gomide Arruda Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-10-24 2023-10-24 1 6 77 105 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60815 Articulaçãoes entre Publicidade e Sustentabilidade na Pesquisa em Comunicação no Brasil (2011 - 2021) https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60817 <p style="margin-bottom: 0cm; line-height: 100%; orphans: 2; widows: 2;" align="justify"><span style="font-size: small;">O presente artigo faz parte da pesquisa de mestrado sobre as práticas de contestação da publicidade (WOTTRICH, 2019) acerca da sustentabilidade em relação a marcas de moda no Instagram. O trabalho tem como objetivo mapear e discutir a produção acadêmica da última década no Brasil acerca da relação entre publicidade e sustentabilidade no campo da Comunicação. Para isso, foram buscados trabalhos publicados entre 2011 e 2021 na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, no portal de periódicos da CAPES, nos anais de quatro congressos e encontros de pesquisadores relevantes da área. No período selecionado, foram identificados 77 trabalhos publicados e, entre eles, os temas abordados em relação com a sustentabilidade incluem a publicidade de marcas e produtos, comunicação, imagem ou discurso de organizações, consumo, produção publicitária ou mercado da publicidade, marketing, campanhas de mobilização social, ensino da publicidade e produtos midiáticos. Foi possível perceber que há uma sistematicidade na abordagem do tema nos anos analisados. Contudo, nota-se que há uma carência em explorar a temática para além da publicidade de marcas e produtos e da comunicação, imagem ou discurso de organizações. Ainda há uma lacuna na investigação do tema a partir das práticas, sejam elas de produção, consumo ou recepção, uma vez que a maior parte dos trabalhos tem como instância de análise o texto. Nenhum dos trabalhos foca em práticas de contestação da publicidade, e apenas três abordam a publicidade no Instagram.</span></p> Julia Sousa Capelaro Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 106 124 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60817 Cidadania e Direitos Humanos na Cobertura Jornalística https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60818 <p style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">A prática jornalística profissional é permeada de desafios, especialmente a cobertura de cidadania e direitos humanos no Brasil no atual cenário de esfacelamento democrático. A partir dos resultados da pesquisa de tese Sentidos de cidadania e direitos humanos na práxis de repórteres (MONTIPÓ, 2020), este trabalho busca apresentar relatos de repórteres sobre a cobertura de temas relacionados aos direitos humanos, cidadania e democracia tendo como base o arcabouço da epistemologia decolonial. Apesar do esmorecimento da prática jornalística em diversos aspectos na contemporaneidade e da própria racionalidade jornalística ser construída a partir de um sistema-mundo capitalista, masculinista, racista, heterossexista e ocidentalista (VEIGA DA SILVA, 2019) há fortes manifestações de resistência de repórteres para a cobertura sobre cidadania e direitos humanos no Brasil. Os exemplos citados a partir dos relatos de profissionais entrevistados evidenciam decolonialidade de saber, de ser, de poder, de gênero e da própria vida ou natureza. O trabalho desses profissionais cria fissuras em densas estruturas, como o coronelismo, o patriarcado, o capitalismo neoliberal e a colonialidade.</span></p> Criselli Maria Montipó Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-04-27 2023-04-27 1 6 125 143 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60818 Comunicação Decolonial https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60819 <p style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Propomos, neste artigo, algumas reflexões que giram em torno de um pensamento comunicacional que se paute pelo enredo das práticas e epistemologias decoloniais. Essas práticas e epistemologias se expressam não somente nas abordagens teóricas que consolidam este campo, mas também nos processos e dinâmicas de produção do conhecimento a partir da interculturalidade crítica em espaços formais e informais de ensino. Observarmos as experiências pedagógicas de formação de professoras/es do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC), da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), tendo como ferramentas teóricas as discussões dentro dos campos da Comunicação, decolonialidade, Cultura Visual e Arte/Educação. Buscamos destacar na produção de conhecimento das experiências pedagógicas de estudantes da LEdoC/UFNT, o encontro de saberes que pode ser gerado a partir de relações interculturais críticas. De que maneira a Comunicação, a Cultura Visual e a Arte/Educação podem atuar em favor da conquista de direitos de povos e comunidades tradicionais? Da mesma forma, de que modo os povos e comunidades tradicionais podem colaborar para a construção de novas epistemologias na Comunicação, na Cultura Visual e na Arte/Educação? Do ponto de vista metodológico, o artigo se caracteriza como um estudo teórico-conceitual que investiga conceitos que se encontram nos campos envolvidos, em diálogo com a prática da Pedagogia da Alternância, na formação de estudantes da LEdoC/UFNT e suas relações com os saberes de suas comunidades e pedagogias culturais. Constatamos que as experiências pedagógicas analisadas reconhecem, valorizam e ampliam as dinâmicas e fluxos de produção de conhecimento das comunidades envolvidas.</span></span></p> Cássia Oliveira Aia Oro Iara Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 144 174 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60819 CyPet e a Ciberperformance no Contexto Arte-educativo https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60820 <p style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Este artigo visa apresentar um estudo sobre a ciberperformance no contexto arte-educativo, a investigação vem sendo desenvolvida no âmbito do Projeto CyPeT, no Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC), em Portugal. Realizaremos uma reflexão do ponto de vista acadêmico e artístico português, tendo como eixos condutores os processos criativos, estratégias e a percepção do potencial da internet para a artes performativas online. Com o cenário pandémico dos últimos dois anos, a prática da ciberperformance à escala global potenciou a emergência de modos de expressão artística à margem dos circuitos tradicionais da chamada economia criativa, oferecendo um meio de criação e de divulgação que desafia as instituições artísticas convencionais. Em todos os setores, e no que diz respeito ao setor artístico e em particular, às instituições de ensino superior, a criatividade tornou-se fundamental para a adaptação a uma nova realidade que levou docentes e artistas a serem resistentes, a ponto de não estagnarem diante dos novos desafios e experimentarem modelos de performance online capazes de permitir reinventar metodologias e formas de interação. Este panorama motivou a criação do projeto, pois a entrada em cena de uma imensa massa da população no palco digital impõe um reequacionamento dos conceitos de performer e espectador, além de uma análise sobre o seu caráter comutável. Importa compreender quais são as condições necessárias para que esta redemocratização da participação em espetáculos online não se quede apenas na superfície de um simulacro de partilha, mas possa oferecer reais condições para potenciar as ciberperformances nativas.</span></span></p> Rosimária Sapucaia Célia Vieira Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 175 193 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60820 Decolonialidade e Arte https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60857 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Este artigo busca construir uma relação entre trabalhos de arte indígena contemporânea e a decolonialidade do ser a partir de Nelson Maldonado-Torres. Pretende-se abordar relações entre práticas artísticas indígenas contemporâneas que se utilizam da arte como forma de resistência para tornar visíveis as questões decoloniais e ambientais, comunicar de forma poética, incentivar ações micropolíticas e questionar a lógica eurocentrada. Para essa articulação, o corpus da pesquisa parte da análise de três artistas indígenas contemporâneos, Daiara Tukano, Jaider Esbell e Denilson Baniwa, cujos trabalhos estruturam discussões voltadas a criar fissuras no modelo capitalista que o “povo da mercadoria” (KOPENAWA, 2015) elegeu para viver e que resulta em crise ambiental e genocídio dos povos originários. A metodologia escolhida para análise desse corpus é a abordagem das extremidades, de Christine Mello (2007), que se vale das noções de desconstrução (da ideia de índio e de colonização), contaminação (da cultura ameríndia pela cultura eurocentrada) e compartilhamento (ideias e arte) para explorar os tensionamentos e as situações limítrofes entre espaços artísticos e a colonialidade. A estrutura teórica tem caráter interdisciplinar entre os campos da filosofia e da comunicação: Nelson Maldonado-Torres (2018) aborda algumas dimensões analíticas da colonialidade; Ailton Krenak (2019, 2020), o conceito de redes de afetos para transpor os muros da colonialidade; e Norval Baitello Junior (2018), o conceito da comunicação pela expansão de afetos.</span></p> Juliana Piva de Albuquerquer Lewkowicz Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 194 214 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60857 Fluxos de Resistência de Mulheres da Cracolândia em uma Experiência Jornalística em Quadrinhos https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60859 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">As representações midiáticas sobre as cenas urbanas de uso de drogas envolvem e reiteram discursos de nojo e degradação. No caso das mulheres frequentadoras de regiões de consumo de drogas, ao debruçar-se sobre as questões de gênero, suas fragilidades servem para corroborar as situações de violência e desigualdade enfrentadas. Frente a isso, analisa-se como elemento empírico, à luz de Rancière (2009, 2012, 2018, 2021), Didi-Huberman (2015, 2017), Quintana (2020, 2021, 2022) e Fontanille (2007, 2016, 2018, 2019), a reportagem em história em quadrinhos ganhadora do Prêmio Vladmir Herzog 2022, Três Mulheres da Craco, que trata das vivências e vulnerabilidades de mulheres que frequentam a Cracolândia, na região central da cidade São Paulo. Analisa-se como tal produto jornalístico constitui uma experiência dissensual na cena de resistência, testemunho, justiça e reconhecimento, refletindo sobre as possibilidades emancipatórias a partir de tal reportagem.</span></p> Júlio César Rigoni Filho Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 215 234 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60859 Formas de Financiamento e Manutenção do Webjornalismo Independente no Brasil https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60860 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">O presente trabalho tem como objetivo uma revisão da literatura no que diz respeito às formas de manutenção e financiamento do webjornalismo independente brasileiro. Foram consultadas pesquisas, artigos científicos, periódicos e e-books, com autoria de Lacerda (2016), Alves e Bitar (2017), Fígaro et al. (2021), Zacariotti, Assis e Guimarães (2021), Galli (2018), Anderson, Bell e Shirky (2013). Dentre as principais formas de financiamento no país, destaca-se o financiamento virtual coletivo (do inglês crowdfunding). Conclui-se que há um grande desafio para a autossustentabilidade de veículos e iniciativas independentes, mas o crowdfunding e outras formas de captação de recursos online estão fortalecendo o webjornalismo independente no Brasil.</span></p> Anderson Luan Santana Siqueira Liana Vidigal Rocha Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 235 254 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60860 Historicidade Discursiva e as Comunicações sobre Direito Social de Governos Ditatoriais Brasileiros https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60861 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Com o dispositivo teórico da Análise de Discurso materialista, esta pesquisa tem por finalidade investigar as relações da ordem do pré-construído, articulada à noção de historicidade, referentes ao termo cidadania nos dizeres de/sobre benefícios sociais, quando se observa uma propaganda de governos autoritários brasileiros que buscam sua legitimação. Com a análise discursiva de pronunciamentos e notícias, que partem de governos em regimes autoritários, busca-se revelar como o Estado apaga as heterogeneidades, quando insere na categoria de cidadão, tanto o sujeito trabalhador, quanto o sujeito proprietário dos meios de produção. É dentro deste contraditório que se insere a proposta de compreender o funcionamento discursivo das comunicações originadas pelos governos para divulgação de direitos sociais, especificamente, os direitos previdenciários. O corpus desta investigação se constitui das palestras do Ministro do Trabalho Alexandre Marcondes Filho veiculadas pela Rádio Nacional, para o período da ditadura Vargas; e das notícias protagonizadas pelo governo federal sobre previdência social veiculadas em jornais, no período da ditadura militar. Portanto, ao identificar, nos enunciados desses corpora, as evidências produzidas pela ideologia que dividem os sujeitos e os sentidos e marcam o Estado como articulador simbólico-político na individuação dos sujeitos, resgata-se a historicidade da designação previdência social.</span></p> <p style="line-height: 150%;" align="justify"><br /><br /></p> Mônica de Oliveira Pasini Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 255 281 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60861 Mídia, Poder e Verdade https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60862 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">O trabalho se estrutura sobre a abordagem de pessoas transgêneras femininas que sentem a necessidade de mudar seus corpos por meio de cirurgias de transgenitalização facial e corporal. O objetivo é percebê-las em três níveis: o corpo, o aspecto jurídico do corpo e a mídia. A transformação das resistências do saber-poder sob a abordagem de Michel Foucault se aplica a pessoas que lutam como sujeitos de resistência ao poder. O papel da mídia se dá pela criação da TV Justiça, que proporcionou a todos os brasileiros ver o julgado da Ação Direta de Constitucionalidade por Omissão (ADO 26) do Supremo Tribunal Federal (STF), que dada a ausência de lei própria, equipara a homo e a transfobia à prática racista. Há uma insurgência discursiva de grupos e Ongs como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) para mostrar, pela mídia, que há resistência, mesmo sendo o Brasil o país que mais mata transexuais no mundo, os quais têm uma expectativa de vida de 35 anos. O discurso está ligado à comunicabilidade midiática nos dias atuais pela ferramenta discursiva dos meios de comunicação de uma Internet globalizada, que fornece, hoje, a informação em tempo real do que acontece no mundo, minuto a minuto, inclusive a declaração do atual mandatário do governo de que “prefere ter um filho morto a ter um filho não heteronormativo”. Frase esta que será discutida nos resultados da pesquisa, os quais demonstram que se as pessoas transgêneras não são incluídas no que se entende por indivíduo e mesmo sujeito, a tendência é a majoração das mortes pelo simples fato de existirem, pois sua imagem incomoda as pessoas ditas normativas, discurso de ódio chancelado por um presidente contra uma classe já perseguida. Judith Butler, Gregolin e novas pesquisas sobre o tema, com destaque também para as telenovelas da TV Globo, possuem em seu discurso a intenção de reduzir a proliferação do discurso de ódio, mesmo com críticas de militantes de que em muitos casos, as atrizes interpretando os personagens não são transgêneras, e isso pode não representar a classe, fato que está mudando com a maior formação de atrizes transexuais. Em todos os fatores abordados, que são os corpos em transformação, aspectos jurídicos e transfóbicos e análise do discurso de vozes que não se silenciam pelo poder, está atrelada a mídia e a informação, que se propaga a todos pelo alcance da comunicação.</span></p> Claudio Noel de Toni Junior Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 282 300 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60862 Mulheres Transexuais e Travestis Sobreviventes https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60863 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Este artigo pretende trazer à reflexão os apagamentos, os não acessos e as ausências de mulheres transexuais nas instituições sociais, consideradas aqui como: a família, a escola, o trabalho formal e o Estado. A metodologia da pesquisa se dá com a pesquisa bibliográfica e documental, e o método qualitativo, a fim de resgatar, denunciar, reverenciar toda a (re)existência de nossas sujeitas de estudo, visando entender como as mulheres transexuais/travestis, moradoras na cidade de Sorocaba/SP, consideradas “sobreviventes” por manterem-se vivas, acima da expectativa de vida de 35 anos ou mais, compreendem o mundo em que foram inseridas, os desafios enfrentados desde o momento em que formam expulsas do convívio familiar ainda crianças, e são obrigadas a sobreviverem, tendo apenas a marginalização de seus corpos como alternativa. Quais estratégias e como recalculam a rota para continuarem existindo, mesmo quando são consideradas velhas, e seus corpos não são mais considerados dignos de existir? As estatísticas comprovam que o Brasil é o país que mais mata no mundo, mesmo assim, o sistema cisheteronormativo segue com seu astigmatismo social ignorando as suas reivindicações por Direitos, por Educação e oportunidades no mercado de trabalho, e recorrentemente nos faz a mesma pergunta: Onde estão as trans?</span></p> Thara Wells Corrêa Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 301 319 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60863 Neoliberalismo em Tempos de Crise https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60864 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Este trabalho analisa a produção do canal de educação financeira do YouTube O Primo Rico no ano de 2020, com o intuito de observar a maneira como o conteúdo neoliberal do canal foi impactado pelo contexto de crise sanitária global causada pela pandemia da Covid-19. Entendendo o neoliberalismo como racionalidade governamental que mobiliza a existência dos sujeitos pelos princípios do capital, o contexto atual descrito por alguns estudiosos como midiatização tem potencializado o papel dos meios digitais de comunicação como ferramenta no processo de construção da subjetividade neoliberal na sociedade. A análise da produção do canal identifica uma percepção conformada acerca das contradições do capital que percebe nos momentos de crise uma oportunidade para o enriquecimento pessoal.</span></p> Matheus Santiago Gonçalves Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 320 340 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60864 O Cinema Autobiográfico de Mulheres Como Resistência https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60866 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Filmes autobiográficos são filmes que propõem o diálogo entre as experiências apresentadas em tela e as vivências de sua realizadora, ou mesmo de resquícios de vivências que a constituem. Eles partem de uma necessidade de exercer o direito de fala, de uma fala muitas vezes submetida ao silêncio através de exercícios de poder recorrentemente patriarcal, monetário, racista, heterossexual e colonialista. Representadas a partir do olhar externo, mulheres subalternizadas empoderam-se e criam formas de nomeação de si mesmas como oportunidades de serem compreendidas como sujeitos sociais, complexos e heterogêneos. Igualmente, abrem novas reflexões sobre a importância do ato de filmar-se como um ato político de tomada do poder de narração sobre si mesmas e estimulam que este ato seja exercido por outras mulheres. No âmbito do projeto de investigação “Speculum: Filmar-se e ver-se ao espelho: O uso da escrita de si por documentaristas de língua portuguesa” (EXPL/ART-CRT/0231/2021), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a presente pesquisa tem por objetivo a reflexão sobre um conjunto de obras que podem representar resistência ao cinema hegemônico comercial e a formas de representação estereotipadas das mulheres. Através do exercício de análise fílmica, pretende-se refletir como certas obras desmontam representações cristalizadas sobre a experiência de ser mulher, também nas interseccionalidades que dialogam com esta mesma experiência. Para tal, iremos analisar obras das cineastas brasileiras: Tila Chitunda, Mayara Santana, Vanessa Santos de Oliveira, Patrícia Ferreira Pará Yaxapy e Sofia Pinheiro, como também, Yasmin Thayná e das integrantes do Coletivo de Mulheres de Pedra.</span></p> Julia Fernandes Marques Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 341 372 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60866 O Filme "Turistas" Dentro da Longa Duração https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/60873 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A presente pesquisa evidencia o filme Turistas (2006), em diálogo com a iconografia de viagem produzida por estrangeiros desde os primeiros contatos entre a América e a Europa. O trabalho constitui-se em um estudo de caso, focalizando a forma como o filme figura o Brasil. Tal forma, volve às representações do passado feitas pelos viajantes e que foram reverberadas pela película; construindo assim, imagens do Brasil cristalizadas numa longa duração na forma de se representar o país tropical. O trabalho então, mensura e compara essas representações distintas, mostrando como o filme traduziu os signos do exótico preconizados pela iconografia de viagem. Ao cotejar as figurações de Brasil eleitas pelo filme, com as imagens dos viajantes, constata-se que o imaginário social estrangeiro, ocidental, majoritariamente estadunidense e europeu, ao representar o Brasil, ancora-se nas imagens construídas pelo olhar itinerante, onde se acentua a alteridade e que ainda no início do século XXI, é capaz de ecoar juízos de valor que estigmatizam e generalizam uma ideia de Brasil, como local da barbárie e do atraso.</span></p> <p style="line-height: 150%;" align="justify"><br /><br /></p> <p style="line-height: 150%;" align="justify"><br /><br /></p> Gustavo Ferreira de Oliveira Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 373 403 10.23925/2318-5023.2022.n6.e60873 O Lixo que nos Condiciona https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/62885 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este artigo tem como proposta investigar como a sociedade ocidental tem se relacionado com os modelos arcaicos do “pai” e da “mãe” e como essa relação pode colaborar para a crise de sustentabilidade planetária vivenciada no presente século. Para tanto foi realizado um estudo a respeito de como os princípios paterno e materno têm se manifestado, a partir de uma revisão bibliográfica da filosofia de Vilém Flusser, que trata sobre o “aparelho” e a “sociedade do lixo”, da psicologia arquetípica de James Hillman, que escreveu sobre a dupla puer e senex e sobre a anima mundi; e das análises de Luigi Zoja a respeito do “pai”. Partindo da contribuição desses autores, podemos encarar a atual civilização ocidental como uma sociedade de “funcionários” presa à primeira infância, não mais guiada por figuras paternas, mas programada por um “aparelho” sem escrúpulos; empanturrada por “bens materiais”, matéria que perdeu seu status sagrado de maternidade e que foi transformada em escrava sem alma proibida de falhar, ou então em “lata de lixo” da humanidade. Mas a partir do pensamento desses mesmos autores, também é possível vislumbrar alguns caminhos para se desenvolver um olhar mais ecológico para o mundo, a partir das ciências arqueológicas, propostas por Vilém Flusser, e da aistheis, defendida por James Hillman.</span></p> Ana Catarina Santilli Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 404 429 10.23925/2318-5023.2022.n6.e62885 Participação e Representação das Mulheres na Política https://revistas.pucsp.br/index.php/nhengatu/article/view/62886 <p style="line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A população brasileira é composta por 51,1% de mulheres, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) realizada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, essa proporção não é refletida na representação política das mulheres. Nas eleições de 2022, apesar de o Brasil ter registrado o maior número de candidaturas femininas da história esse número está longe de ser satisfatório, foram 9.892 candidaturas - cerca de 34% do total, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A pesquisa tem como objetivo traçar um panorama das eleições de 2022, com foco no Legislativo Federal (deputadas federais e senadoras), a fim de compreender os avanços no que corresponde à representatividade das mulheres na esfera pública. A partir dos dados divulgados pelo TSE objetiva-se analisar de forma quantitativa os resultados das 27 unidades federativas, assim como relacioná-los aos aspectos comunicacionais – uso das mídias digitais pelas parlamentares.</span></p> Julia Corrêa Borges Santos Maria Teresa Miceli Kerbauy Copyright (c) 2022 Nhengatu https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2022-12-15 2022-12-15 1 6 430 455 10.23925/2318-5023.2022.n6.e62886