Nas Ciências Sociais são discretos e numericamente pouco expressivos os trabalhos que exploram a relação entre velhice e religião ou religiosidade. A pouca atenção dada a esse tema por estas ciências estaria repondo um imaginário social de que “religião é coisa de velho”? Seriam os idosos tão “invisíveis” a ponto de encontrarem seus lócus nos interiores de templos, igreja, terreiros, sinagogas, entre outros, ou entre as quatro paredes dos cômodos que habitam? Muitas vezes as lacunas acadêmicas são preenchidas pela produção literária. Foi o que aconteceu na pesquisa realizada para este artigo. Nele encontramos farto material sobre a relação entre velhice e a religião na obra Encontros de Vida, de Zélia. Goldfeld. A obra não se restringe à relação buscada; abrange várias dimensões da existência de trinta e quatro sujeitos. Mas a parte relativa a esta dimensão da vida é particularmente rica. Os depoimentos coletados pela autora foram objeto, neste trabalho, de análise e categorização. Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa, realizada junto a uma fonte secundária específica. Para o tratamento dos dados levantados foi utilizada, sem a pretensão de esgotar todas as possibilidades de “leitura”, a técnica da Análise do Discurso.
