Eikasía: A consciência nas sombras do cinema
Resumo
Platão utilizava o termo eikasía para referir-se à forma mais baixa da consciência: consciência das sombras, domínio das aparências e dos simulacros (logo, da alienação), que a filosofia condena em nome de um olhar crítico sobre as coisas. O cinema enquanto objeto da estética se apresenta, nessa medida, como uma inversão radical da perspectiva platônica. O pensamento entra novamente na caverna, mas já não para fazer a crítica do espetáculo, nem dos espectadores; procura, pelo contrário, interrogar as imagens e os olhares, tentando reconhecer as formas em que certas poéticas cinematográficas problematizam o real e o imaginário, o sentido e a significação, abrindo espaços para a emancipação. O presente trabalho pretende explorar alguns desses artifícios cinematográficos, que continuam a relançar o sonho benjaminiano de uma arte que ao mesmo tempo suscite a distração e a crítica, o prazer e o pensamento.
Palavras chave: Cinema; Imagens; Espectador; Emancipação
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