Loucura, imagem e pensamento: o hospício sob a investigação estética
Palavras-chave:
Georges Didi Huberman, Filosofia, Imagem, PsicoseResumo
O presente artigo tem por objetivo refletir, no âmbito estético-filosófico, imagens fotográficas acerca das psicoses, utilizadas como base dos diagnósticos utilizados pela medicina psiquiátrica. Essa proposta se fundamenta na perspectiva da análise imagética refletida pelo filósofo e historiador Georges Didi- Huberman em sua obra Invenção da histeria: Charcot e a iconografia fotográfica da Salpetrière. A reflexão de Didi-Huberman visa demarcar territórios comuns entre a forma sintomática exercida pela medicina e a representação filosófica de natureza estética e, por ela, acreditamos tornar claros elementos tidos como obscuros acerca das psicoses, possibilitando favorecer os sujeitos que têm por direito receber da sociedade o necessário amparo e proteção. Sabemos, contudo, que por muito tempo essas pessoas tornadas pacientes dos sistemas de tratamento psiquiátrico, foram submetidas a barbáries e condenadas a permanecerem isoladas. Justificativas não faltaram, até aquelas atribuídas a causas sobrenaturais, como “possessão demoníaca” foram utilizadas para a despersonalização desses sujeitos. Propomos, por meio de imagens fotográficas, uma tentativa de decodificação desse fenômeno humano, denominado loucura, estabelecer uma narrativa apreendida pela dimensão imagética no intuito de compreendermos de modo mais ampliado o que a clássica psiquiatria denomina de psicose e, por meio da observação das imagens registradas de pacientes tidos como psicóticos em ambiente clínico-hospitalar, inferir o modo como eram tratadas as psicoses e, por conseguinte, as pessoas tidas como psicóticas nas instituições responsável pela administração de cuidados médicos.
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