“Orestes”
Um laboratório do Brasil como tragédia
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-9215.2023v9n1D14Palavras-chave:
violência de Estado, documentário, tragédia , OréstiaResumo
Entre a série de procedimentos empregados no intricado documentário Orestes (2015) para tratar do legado de extermínio de populações marginalizadas que a ditadura civil-militar deixou no Brasil contemporâneo, destaca-se o diálogo tramado com a trilogia da Oréstia, de Ésquilo. Este artigo investiga continuidades e descontinuidades entre as duas obras, tão distantes espacial e temporalmente, na tentativa de avaliar como a histórica dificuldade de se instaurar justiça e democracia em nosso país pode ser pensada sob uma perspectiva da tragédia, e os modos pelos quais o filme Orestes se confronta com essa perspectiva. Por um lado, o filme é expressão de um esforço secular de fortalecimento dos valores e das instituições democráticas. Por outro, observa um mundo em que o impulso arcaico de vingança não pode ser nunca completamente destacado do próprio movimento civilizatório.
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