MIRANDO AO REVÉS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS: notas sobre um percurso de pesquisa

Autores

  • Rosana de Freitas Boullosa UFBA

Palavras-chave:

políticas públicas, aprendizagem social, mirada ao revés

Resumo

Este trabalho apresenta e discute a teoria da mirada ao revés para o estudo das políticas públicas. A teoria proposta modeliza a política pública (policy) como um fluxo historicizado de atores que se ativam para o governo de problemas e/ou bens considerados de pública relevância a partir de uma (re) compreensão individualizada, mas modelada socialmente, daquele mesmo problema ou bem que gerou aquele fluxo. Ao assumir o problema ou o bem público como as unidades analíticas centrais do processo de policy, a mirada ao revés insiste na compreensão da qualidade de público atribuído à política como reforçativo tradutor do policy não mais ao ator que a ativou, mas, sim, ao problema ou ao bem que a gerou. Considerar a política pública como um construto analítico significa assumir a subjetividade, artificialidade e parcialidade do olhar do observador-analista e atribuir a sua ação a responsabilidade por reconstruir o processo ou fluxo individualizado por ele imputando-lhe significado e significância, dentro de uma perspectiva pragmaticamente deweyana, para a qual a ação prática do pensamento é a reflexão, e democraticamente comprometida. A mirada ao revés vem sendo desenvolvida por um grupo de pesquisa de uma universidade federal brasileira e sua proposta carrega consigo implicações nos planos ontológico (da natureza das políticas públicas), analítico (sobre quais as relações e quadro de valores que guiam a leitura do problema de pesquisa), metodológico (quais as principais características do caminho proposto) e empírico (o que considerar como materiais de pesquisa) para quem vem estudando políticas públicas a partir de seus pressupostos.

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Como Citar

Boullosa, R. de F. (2013). MIRANDO AO REVÉS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS: notas sobre um percurso de pesquisa. Pensamento &Amp; Realidade, 28(3). Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/pensamentorealidade/article/view/17572