MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO E RESPONSABILIDADE SOCIAL: A criação de valor compartilhado como uma síntese conciliatória

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2237-4418.2019v34i2p23-42

Palavras-chave:

Paradigma, Lucro, Responsabilidade Social, Stakeholder, Valor Compartilhado

Resumo

 

O século XX originou dois paradigmas que buscam com diferentes abordagens definir o papel social das organizações comerciais: a Maximização do Lucro dos Acionistas e a Responsabilidade Social Corporativa, percebidos por alguns autores como antagônicos pela suposta incompatibilidade entre necessidades econômicas e necessidades sociais, e como semelhantes, por outros. Assim, o objetivo desta pesquisa qualitativa, básica, exploratória e bibliográfica foi, mediante a análise dos livros que representam estes paradigmas (“Capitalismo e Liberdade”, de Friedman, e “Responsabilidades sociais do homem de negócios”, de Bowen, respectivamente), e de recursos das Ciências da Informação e Computação (mapas conceituais, semelhança entre conceitos, software Cmap Tools e linguagem de programação PHP), apurar se haveria uma similaridade entre eles. O resultado indicou uma grande similaridade entre estes paradigmas, o que permitiu considerar que talvez estabeleçam uma relação dialética entre si e onde uma síntese plausível é a criação de valor compartilhado segundo Porter e Kramer.


Biografia do Autor

Mauricio Augusto Cabral Ramos Junior, Universidade Federal Fluminense (UFF).

Possui graduação em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1997), especialização em Administração de Sistemas de Informação pela Universidade Federal Fluminense (2001), especialização em Tecnologia da Informação aplicada à Gestão de Negócios pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003) e mestrado em Administração pela Universidade Federal Fluminense (2016). Atualmente, é doutorando em Ciência da Informação na Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Gestão, Estratégia, Gerenciamento de Projetos e Tecnologia da Informação.

Referências

ALMEIDA, L. T., SARTO, V. H. R. (2015). A teoria dos custos de transação: uma análise a partir das críticas evolucionistas. Revista Iniciativa Econômica-eletrônica, 2(1). Recuperado de: https://periodicos.fclar.unesp.br/iniciativa/article/view/7301.

AUSUBEL, D. P. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano Edições Técnicas.

BARBOSA, A. M. (2010). Ciência e experiência: um ensaio sobre a fenomenologia do espírito de Hegel. Porto Alegre: EDIPUCRS.

BARCELLOS, R. M. R., DELLAGNELO, E. L. (2013). Responsabilidade social corporativa: uma discussão a respeito da epistemologia subjacente aos conceitos utilizados na área. REAd Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre), 19(1). Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-23112013000100002.

BARDIN, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, Lda.

BARITÉ, M. (2015). Diccionario de organización del conocimiento: classificación, indización, terminología. Montevideo: CSIC.

BAZZO, W. A., LEMOS, D. C. (2011). Administração como uma ciência social aplicada: integrando ciência, tecnologia e sociedade no ensino de administração. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 5(3), 1-14.

BENINI, E. G.; BENINI, E. A.; NEMIROVSKY, G. G. (2019). Paradigmas de administração e legitimidade: a democracia como forma de dominação. Revista Organizações & Sociedade, 26(89), 200-220.

BOWEN, H. R. (1957). Responsabilidades sociais do homem de negócios. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

BRAGA, M. (2017). A finalidade da empresa, valor e propósito. Harvard Business ReviewBrasil-eletrônica. Recuperado de http://hbrbr.uol.com.br/a-finalidade-da-empresa-valor-e-proposito/.

CAMPOS, M. L. A. (2004). Modelização de domínios de conhecimento: uma investigação de princípios fundamentais. Revista Ciência da Informação, 33(1), 22-32.

CILLO, L. V., SOUSA, C. B., WEFFORT, E. F. J. (2015). Função-objetivo da empresa sob a ótica da continuidade e das teorias econômicas. Revista FAE. 18(2), 84-93.

CRANE, A., PALAZZO, G., SPENCE, L. J., MATTEN, D. (2014). Contesting the value of ‘creating shared value’. California Management Review, 56(2), 130-153.

DABUL, M. S. (2017). Responsabilidade social corporativa: uma discussão teórica a partir da nova sociologia econômica e da teoria da dádiva (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DA SILVA, M. P., REZENDE, J. F. de C. (2018). Evidenciação de níveis de maturidade na criação de valor compartilhado em empresas brasileiras a partir da abordagem de Porter e Kramer. BASE – Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 15(4), 275-291.

DI DOMENICO, M. D., TRACEY, P., HAUGH, H. (2009). The Dialectic of Social Exchange: Theorizing Corporate—Social Enterprise Collaboration. Organization Studies, 30(8), 887–907.

FICHTE, J. G. (1988). A doutrina-da-ciência de 1794 e outros escritos. São Paulo: Nova Cultural.

FRACELIN, M. M.; MARTINS, M. T.; SOARES, M. S. B. (2012). Questões preliminares sobre os espaços de significação e a organização do conhecimento: conceito, linguagens e conhecimentos marginais. Informe: Estudos em Biblioteconomia e Gestão da Informação, 1(1), 78-86.

FREIRE, R., SOUZA, M. J. B., FERREIRA, E. (2008). Responsabilidade social corporativa: evolução histórica dos modelos internacionais. In XV Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Simpósio organizado pela Associação Educacional Dom Bosco, Resende, Brasil.

FRIEDMAN, M. (2014). Capitalismo e liberdade. Rio de Janeiro: LTC.

KOBASHI, N. Y., FRANCELIN, M. M. (2009). Conceitos, categorias e organização do conhecimento. Revista Informação & Informação, 16(3), 1-24.

KONDER, L. (2008). O que é dialética?. São Paulo: Brasiliense.

LÜDEKE-FREUND, F., MASSA, L., BOCKEN, N., BRENT, A., MUSANGO, J. (2016). Business models for shared value: Main report. Network for Business Sustainability South Africa. Recuperado de http://www.nbs.net.

HASKELL, L., PÅLHED, J. (2016). Creating shared value through business models based on sustainability and CSR: an empirical study of Swedish companies (Master thesis). Umeå School of Business and Economics, Umeå University, Uma, Sweden.

HJØRLAND, B. (2009). Concept theory. Journal of the American Society for Information Science and Technology, 60(8), 1519-1536.

MEDEIROS, H. S., DIÓGENES, A. P., MATOS, C. M. F., TASSIGNY, M. M., ASSIS, O. F. G. (2016). Criação de valor compartilhado: um novo olhar sobre as organizações?. Revista Brasileira de Administração Científica, 7(1), 217-229.

MOREIRA, M. A. (2010). Mapas conceituais e aprendizagem significativa. São Paulo: Centauro.

NETO, S. M., NEIS, D., PEREIRA, M. F. (2015). O processo de criação de valor compartilhado. Revista de Administração FACES Journal, 14(4), 138-156.

NONATO, R. S. (2009). Teoria do conceito e hipertextos: uma proposta para determinação de relacionamentos em links conceituais (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

OTT, E., ALVES, T. W., FLORES, G. S. S. (2009, Setembro). Investimentos ambientais e desempenho econômico das empresas: um estudo utilizando dados em painel. In XXXIII Encontro da ANPAD. Encontro organizado pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, São Paulo, Brasil.

PARMAR, B. L.; FREEMAN, R. E.; HARRISON, J. S.; WICKS, A. C.; PURNELL, L.; COLLE, S. de. (2017). Stakeholder theory: The state of the art. Academy of Management Annals, 4(1), 403-445.

PITRA, Z.; ZAUŠKOVÁ, A. (2014). Communication in knowledge: transfer management. Communication Today, 5(2), 50-64.

POMBO, O. (2005). Interdisciplinaridade e integração dos saberes. Liin em Revista, 1(1), 3-15.

PORTER, M. E., KRAMER, M. R. (2011). Criação de valor compartilhado. Harvard Business Review Brasil-eletrônica. Recuperado de http://hbrbr.uol.com.br/criacao-de-valor-compartilhado/.

SILVA, F. P., FREITAS, L. S., CÂNDIDO, G. A., SANTOS, D. B., SANTOS, D. A. S., MACEDO, L. O. B. (2016). Modelos teóricos de responsabilidade social corporativa e performance social corporativa: uma análise desde a década de 1950 a 2000. Revista Espacios, 37(2).

SOARES, E. C., PETRINI, M. C. (2014). Maximização de lucros dos shareholders e responsabilidade social corporativa (RSC): entre a competitividade e a sustentabilidade. Revista de Gestão do Unilasalle, 3(1), 189-208.

SOUSA, C. B., WEFFORT, E. F. J., CILLO, L. V. (2015). A função-objetivo sob a ótica da continuidade e das teorias econômicas. Revista da FAE, 18(2), 84-93.

SOUZA, J. M., SOUZA, J. F., OLIVEIRA, J., MELO, R. N. (2010). Uma abordagem estrutural para calcular similaridade entre conceitos de ontologias. Revista de Informática Teórica e Aplicada, 17(2), 249-269.

WASSILEW, A. Z. (2014). A socio-cognitive approach to semantic analysis and categorization processes. Online Journal of Applied Knowledge Management. 2(2), 172-181.

ZAGO, L. H. (2013). O método dialético e a análise do real. Kriterion: Revista de Filosofia, 54(127), 109-124.

ZAMAGNI, S. (2016). Uma crise de sentido, ou seja, de direção. In Sandra D. (Trad.). Cadernos IHU ideias, 14(242). São Leopoldo: Instituto Humanitas Unisinos.

Downloads

Publicado

2019-12-31