Do Togo ao Brasil
DOI:
https://doi.org/10.23925/1982-4807.2019i25p115-125Palavras-chave:
imigrantes, refugiados, Hotel CambridgeResumo
A imigração para o Brasil nas primeiras décadas do século XX é muito diversa da atual. Imigrantes e refugiados africanos são cada vez mais presentes na paisagem urbana de São Paulo, onde buscam estratégias de convívio com a população, cuja língua muitos desconhecem. Uma das estratégias recorrentes de reorganizar suas narrativas identitárias é a música, que não requer compreensão exclusivamente verbal.
Neste ensaio fotográfico, imigrantes do Togo oferecem aulas de dança e percussão no Hotel Cambridge em São Paulo. Abandonado desde 2002, foi ocupado pelo MSTC (Moradores Sem Teto do Centro) em 2012 e doado pela Prefeitura de São Paulo ao movimento em 2016. São 119 apartamentos, espalhados por 15 andares, com cerca de 500 moradores. Inúmeras atividades culturais lá ocorrem: projeção de filmes, exibição de artes visuais, residências artísticas, oficinas de vídeo e aulas de dança e percussão oferecidas pelos imigrantes do Togo aqui retratados, conduzidas pelo coreógrafo Sassou Espoir e pelo mestre percussionista Edoh Fiho.
As fotos do ensaio foram captadas em 2016, no contexto da pesquisa de Rose Satiko Hikiji (USP) e Jasper Chalcraft (University of Sussex): Ser/tornar-se africano no Brasil: Fazer musical e patrimônio cultural africano em São Paulo, que busca entender a música como um dos focos da construção da narrativa sobre identidade entre imigrantes africanos no Brasil.