As AS OPERÁRIAS ENTRAM EM CENA

O AGENCIAMENTO FEMININO NA GREVE GERAL DE 1917 EM SÃO PAULO

Autores

  • Eliane Cristina Furoni Vieira dos Santos Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)
  • Lucia Maria Machado Bógus Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP

Palavras-chave:

Greve Geral de 1917; Memória; Operárias; Agenciamento feminino; Direitos trabalhistas.

Resumo

Este artigo traz a proposta de evidenciar a atuação feminina, sob o enfoque do conceito de agenciamento no que tange às relações sociais, considerando que essa atuação feminina não foi a de meras figuras individuais, mas sim agentes sociais na luta pelos direitos trabalhistas no maior movimento grevista do século XX que foi a Greve Geral de 1917. Por meio de levantamentos bibliográficos dos estudos já compilados sobre a temática, e, também, da leitura dos periódicos da época, percebeu-se um “apagamento” da história feminina por conta da cultura de uma sociedade de bases fortemente patriarcais. Mediante o contexto social e ideológico da República Velha (1890-1930), o artigo discute essa problemática machista e sexista que dificultou a inscrição feminina na memória social das lutas trabalhistas e destaca alguns nomes dessas mulheres, agentes sociais desse movimento paredista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliane Cristina Furoni Vieira dos Santos, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Bolsista CAPES.  

Lucia Maria Machado Bógus, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP

Professora titular do Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, atua nas áreas de Sociologioa Urbana e Demografia, com ênfase em Política Pública e População

Referências

BIONDI, Luigi. A greve geral de 1917 em São Paulo e a imigração italiana: novas perspectivas. Cadernos AEL, 2009.

BOENAVIDES, Débora Luciene Porto. A escrita da mulher trabalhadora na imprensa operária brasileira da República Velha: a luta contra o enclausuramento e o preconceito linguístico. 2018.

BOENAVIDES, Débora Luciene Porto. Nem no convento, nem no cabaré, na imprensa operária: a ampliação das esferas discursivas da mulher trabalhadora na república velha. Linguagem em (Dis) curso, v. 17, p. 297-313, 2017.

BOLETIM DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DO TRABALHO – 1911-1920 (DET-SP). São Paulo. Acervo do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica – PUC-SP

CACCAVELLI, Bruno. Associações de trabalhadores no bairro paulistano da Mooca entre 1900 e 1920. Revista Mundos do Trabalho, v. 7, n. 14, p. 145-166, 2015.

DE MORAES, José Damiro. Educação anarquista no Brasil da primeira República. 2006.

DE PAULA, Amir El Hakim. A relação entre o estado e os sindicatos na era Vargas: uma análise geográfica. Pegada-A Revista da Geografia do Trabalho, v. 19, n. 1, 2018.

DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo. Indústria, trabalho e cotidiano: Brasil, 1889 a 1930. Atual, 1991.

DEL ROIO, José Luiz. A greve de 1917: os trabalhadores entram em cena. Alameda Casa Editorial, 2020.

FELITTE, Almir Valente. História da polícia no Brasil: estado de exceção permanente?. Autonomia Literária, 2023.

FERREIRA, Dina Maria Martins. Do semelhante ao mesmo, do diferente ao semelhante: sujeito, ator, agente e protagonismo na linguagem. Revista brasileira de linguística Aplicada, v. 17, p. 619-640, 2017.

FONSECA, Guido. O Anarquismo e as origens da polícia política em São Paulo. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, São Paulo, v. 93, 1997.

FRACCARO, Glaucia Cristina Candian. Mulheres, sindicato e organização política nas greves de 1917 em São Paulo. Revista Brasileira de História, v. 37, n. 76, p. 73-90, 2017.

_______________. Os direitos das mulheres: organização social e legislação trabalhista no entreguerras brasileiro (1917-1937). Campinas, SP:[sn], 2016.

GONÇALVES, RINO GABRIEL SIQUEIRA. Imprensa, trabalhadores e democracia: São Paulo de patrões e empregados, as avenidas dos interesses e as vielas da necessidade. Encontro ANPUH, 2020.

GRIGOLIN, Fernanda. Sou aquela mulher do canto esquerdo do quadro: pode um trabalho de arte narrar com as mulheres anarquistas?. Verve. Revista semestral autogestionária do Nu-Sol., n. 38, 2020.

HUBNER, Alysson. Agência na Sociologia:: os diferentes usos do conceito de agência em Weber, Giddens e Latour. Ponto-e-Vírgula, v. 1, n. 33, 2023.

JUNIOR, Demetrio Q.B. Por uma organização autônoma do proletariado: sindicatos de ofício e os trabalhadores em São Paulo (1917-1930), 172 fls., Dissertação (Mestrado em História) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Guarulhos, Brasil, 2019.

LOPREATO, Christina da Silva Roquette. O espírito da revolta: a greve geral anarquista de 1917, 281 fls., Tese (Doutorado em História), Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Campinas, Brasil, 1996.

MENDES, Samanta Colhado. As mulheres anarquistas na cidade de São Paulo: 1889-1930, 254 fls., Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de História, Direito e Serviço Social, UNESP, Franca, Brasil, 2010.

PAULA, Amir El Hakim de. Os operários pedem passagem!-A Geografia do operário na cidade de São Paulo (1900-1917), 164 fls., Tese (Doutorado), Universidade de São Paulo USP, São Paulo, Brasil, 2005.

PIOVEZANI, Carlos Félix. Discursos sobre a fala pública popular na imprensa brasileira. Revista da Anpoll, v. 1, n. 48, p. 136-144, 2019.

RAGO, Margareth. As mulheres na historiografia brasileira. Cultura histórica em debate. São Paulo: UNESP, p. 81-91, 1995.

______________. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar e a resistência anarquista. Editora Paz e Terra, 1985.

SILVA, Polyana Alves Almeida da. O protagonismo feminino nas greves de 1917, 194 fls., 2018.Dissertação (Mestrado em História Social) – Departamento de História, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUCSP, São Paulo, 2018.

TOLEDO, Edilene. Um ano extraordinário: greves, revoltas e circulação de ideias no Brasil em 1917. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), v. 30, p. 497-518, 2017.

TRENTO, Angelo. A Itália em guerra: a coletividade imigrada e o Fanfulla de São Paulo durante o primeiro conflito mundial. 2015. Repositório Rui Barbosa de Informações Culturais.

JORNAIS

Jornal "A Noite", 19 nov. 1947

Jornal "O Combate", abril 1920

Jornal "O Combate", Ed 780, Ano III

Jornal "O Combate", Ed 781, Ano III

Jornal "O Correio Paulistano", 21 dez. 1917

Jornal "O Correio Paulistano", 19 nov. 1917

Jornal “A Epoca”, 14 jul. 1917

Jornal “A Plebe”, 09 jul. 1917

Jornal “A Plebe”, 18 ago. 1917

Jornal “A Plebe”, 21 jul. 1917

Jornal “A Razão”, 14 jul. 1917

Jornal “A Razão”, 15 jul. 1917

Jornal “A Razão”, 16 jul. 1917

Jornal “A Razão”, 17 jul. 1917

Jornal “Correio Paulistano”, 17 jul. 1917

Jornal “Correio Paulistano”, 30 jun. 1917

Jornal “do Brasil”, 13 jul. 1917

Jornal “O Combate”, 18 jul. 1917

Jornal “O Paiz”, 13 jul. 1917

Revista "A Cigarra (SP), 26 jul. 1917

Revista "O Malho (RJ), 18 ago. 1917

SITES

Biblioteca Terra Livre: Disponível em https://bibliotecaterralivre.noblogs.org/editora/a-greve-geral-de-1917/. Acesso em 31 jun 2024.

Politize! Disponível em https://www.politize.com.br/interseccionalidade-o-que-e/. Acesso em 27 jul. 2024

TRUDELL, Megan. As mulheres de 1917 - Especial Revolução Russa. 2017. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2017/06/14/as-mulheres-de-1917-especial-revolucao-russa/. Acesso em: 15 jul. 2024.

Downloads

Publicado

2024-12-26

Como Citar

Furoni Vieira dos Santos, E. C., & Machado Bógus, L. M. . (2024). As AS OPERÁRIAS ENTRAM EM CENA: O AGENCIAMENTO FEMININO NA GREVE GERAL DE 1917 EM SÃO PAULO. Ponto-E-Vírgula, 2(36). Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/pontoevirgula/article/view/68489