Rupturas epistemológicas na Administração: para além da racionalidade instrumental
DOI:
https://doi.org/10.23925/2178-0080.2025v27i2.74237Palabras clave:
epistemologia da administração, racionalidade instrumental, racionalidade substantiva, pluralidade epistemológica, estudos organizacionaisResumen
O editorial discute as rupturas epistemológicas no campo da Administração, problematizando a persistência da racionalidade instrumental diante das demandas contemporâneas por uma gestão responsável, plural e socialmente comprometida. Argumenta-se que, apesar dos avanços técnico-operacionais, os fundamentos epistemológicos da área permanecem ancorados em pressupostos funcionalistas e universalizantes, o que limita a relevância social do conhecimento produzido. O texto destaca a centralidade da epistemologia como eixo crítico para repensar os critérios de rigor científico, as políticas editoriais e as práticas de pesquisa e ensino. A obra de Maurício Serva é mobilizada como referência para a consolidação de uma racionalidade substantiva, ética e pragmatista, capaz de reposicionar a Administração como ciência social aplicada de caráter público e plural.
Citas
Alcadipani, R., & Barros, A. (2023). Decolonizing journals in management and organizations? Management Learning, 54(4), 576–586. https://doi.org/10.1177/13505076221083204
Banerjee, S. B. (2022). Decolonizing management theory: A critical perspective. Journal of Management Studies, 59(4), 1074–1087. https://doi.org/10.1111/joms.12756
Biesta, G. (2009). Good education in an age of measurement: ethics, politics, democracy. Boulder: Paradigm Publishers.
Bispo, M. de S. (2022). A impossibilidade da ciência aberta sem alteridade e pluralidade epistêmica. Revista de Administração Contemporânea, 26(2), e210246. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2022210246.por
Blau, A. (2021). Defending instrumental rationality against critical theorists. Political Research Quarterly, 74(4), 1067–1080. https://doi.org/10.1177/1065912920958492
Burrel, G., & Morgan, G. (1979). Sociological paradigms and organisational analysis. London: Heinemann.
Caitano, D. O., & Serva, M. (2020). No limite da razão: o deliberar e a phrónesis no trabalho prisional. Cadernos EBAPE.BR, 18(Spe.), 821–835. https://doi.org/10.1590/1679-395120190051
Carlsen, A., Clegg, S. R., Pitsis, T. S., & Mortensen, T. F. (2020). From ideas of power to the powering of ideas. European Management Journal, 38(6), 829–835. https://doi.org/10.1016/j.emj.2020.03.006
Ferro, B. (2025). More than regulation: Challenging Habermas on the future of the public sphere. Journal of Social Philosophy. https://doi.org/10.1111/josp.70018
Foucault, M. (1980). A ordem do discurso. São Paulo: Loyola.
Giotto, O. T., Bencke, F. F., & Mozzato, A. R. (2025). Racionalidades substantiva e instrumental: evidências em startups. Cadernos EBAPE.BR, 23(4), e2023–0243. https://doi.org/10.1590/1679-395120230243
Habermas, J. (1987). Teoria da ação comunicativa. São Paulo: Martins Fontes.
Ho, H. C. Y. (2025). A one‑year prospective study of organizational justice and work attitudes. Journal of Managerial Psychology, 40(1), 21–36. https://doi.org/10.1108/JMP-02-2024-0113
Lockwood, C. (2023). The rise of checklists and the fall of reflexivity. Nursing & Health Sciences, 25(4), e13246. https://doi.org/10.1111/nhs.13046
Louredo, F., & Oliveira, T. (2022). Administração desnorteada? Research, Society and Development, 11(2), e25378. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25378
Mielly, M., Islam, G., Peredo, A. M., Muzanenhamo, P., Irigaray, H. A. R., & Bazana, S. (2024). Decolonizing perspectives and pluriversality. Cadernos EBAPE.BR, 22(6), e2024–0172. https://doi.org/10.1590/1679-395120240172
Mignolo, W. (2007). The darker side of Western modernity: global futures, decolonial options. Durham: Duke University Press.
Olmos‑Vega, F. M., Stalmeijer, R. E., Varpio, L., & Kahlke, R. (2023). A practical guide to reflexivity. Medical Teacher, 45(3), 241–251. https://doi.org/10.1080/0142159X.2022.2057287
Portschy, J. (2020). Times of power, knowledge and critique in the work of Foucault. Time & Society, 29(2), 392–419. https://doi.org/10.1177/0961463X20911786
Quijano, A. (2000). Coloniality and modernity/rationality. Cultural Studies, v. 21, n. 2-3, p. 168–178.
Ramos, A. G. (1981). A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. Rio de Janeiro: FGV.
Santos, L. S. (2012). A tensão entre a racionalidade substantiva e a racionalidade instrumental na gestão pública: novos caminhos de um campo de estudo (Dissertação de Mestrado, UFSC). https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/99306
Serva, M. (1997). A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. Revista de Administração de Empresas, 37(2), 18–30. https://doi.org/10.1590/S0034-75901997000200003
Serva, M. (2017). Epistemologia da administração no Brasil: o estado da arte. Cadernos EBAPE.BR, 15(4), 740–750. https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/73209
Serva, M. (2023). Análise pragmatista de organizações. Revista de Administração de Empresas, 63(1), e2021‑0563. https://doi.org/10.1590/S0034-759020230101
Serva, M., Caitano, D., Santos, L., & Siqueira, G. (2015). A análise da racionalidade nas organizações — um balanço do desenvolvimento de um campo de estudos no Brasil. Cadernos EBAPE.BR, 13(3), 414–437. https://doi.org/10.1590/1679-395116344
Tardif, M. (2014). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes.
Visser, M. (2025). Honneth and normative reconstruction in CMS. Frontiers in Sociology, 10, 1646745. https://doi.org/10.3389/fsoc.2025.1646745
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Francisco Antonio Serralvo; Laís Stephany do Carmo Vieira Feitosa

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.





