JUSTIÇA ECONÔMICA PARA TODOS:
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
E A ECONOMIA AMERICANA
Ms. Pe. Edson Donizete Toneti
RESUMO O presente artigo resgata alguns aspectos da carta pastoral Justiça Econômica para todos, que certamente revelam preocupações ainda hoje vigentes na sociedade americana. A carta pastoral tentou aplicar os grandes princípios da Doutrina Social da Igreja à estrutura da economia Americana. Os Bispos escreveram para oferecer perspectivas morais sobre a economia e para avaliar o impacto da economia sobre a vida do pobre. Os Bispos começaram sua carta com uma descrição da economia de hoje e desenvolveram uma visão moral de uma economia justa, com base no ensinamento bíblico e a tradição da Doutrina Social da Igreja. Eles então aplicaram esta visão em várias áreas políticas: emprego, pobreza, agricultura e o desenvolvimento internacional. Eles terminaram convocando todos a cooperar em um "New American Experiment" e um comprometimento assumido por todos os setores da economia para um futuro de solidariedade. |
ABSTRACT The present article talks about some aspects of the pastoral letter Economic Justice for All, which certainly reveal current concerns in the U.S. society. This pastoral letter attempted to apply the major principles of Catholic social teaching to the structure of the U.S. economy. The Bishops wrote to provide moral perspective on the economy and to assess the economy's impact on the poor. The Bishops began their letter with a description of the economy today and develop a moral vision, based on biblical teachings and the tradition of Catholic social thought, of a just economy. They then applied this vision to several policy areas: employment, poverty, agriculture, and international development. They ended by calling for cooperation in a "New American Experiment" and a commitment by all sectors of the economy to a future of solidarity. |
ALGUNS ASPECTOS SOBRE A CARTA PASTORAL
Os Bispos Americanos escreveram uma carta pastoral sobre a economia em 1986, intitulada Justiça Econômica para Todos, apenas três anos e meio após a publicação de outra substancial carta pastoral sobre a Paz, The Challenge of Peace: God's Promise and Our Response. Já na confecção desta última, um comitê de 5 Bispos capitaneados pelo Cardeal Bernardin, realizou uma ampla consulta entre teólogos, especialistas em defesa e segurança nacional, além de oficiais do governo de então. Depois de três documentos de trabalho oriundos das sucessivas consultas, todos influenciados pela Constituição Gaudium et Spes e as Encíclicas de João Paulo II, a Conferência Nacional dos Bispos Católicos Americana aprovou a redação definitiva. Na elaboração da carta pastoral que é objeto deste resumido artigo, Justiça Econômica para Todos, os Bispos Americanos realizaram novamente uma ampla consulta entre líderes empresariais, acadêmicos, funcionários governamentais e outros segmentos da sociedade Americana, assim como entre teólogos e líderes de outras Igrejas. Eles realizaram diversas audiências em várias localidades dos Estados Unidos e receberam quase vinte mil sugestões por escrito, uma vez que também circularam três documentos preliminares antes do definitivo. A carta pastoral é significativamente influenciada pela leitura dos "sinais dos tempos" sugerida pelo Concílio Vaticano II e pela Doutrina Social, além do ensinamento social proveniente das Encíclicas do Papa João Paulo II.[1]
Algo interessante de se notar, é o fato da carta pastoral Justiça Econômica para Todos ter passado por sucessivos projetos partilhados com diferentes categorias da sociedade, modelo de participação inaugurado pela carta antecessora sobre a paz.[2] A carta pastoral sobre economia representa uma meritória tentativa da Conferência Episcopal Americana de criticar e avaliar a sociedade capitalista à luz da Doutrina Social da Igreja. O tom usado na carta pastoral foi espinhoso o suficiente para arrefecer posições conservadoras e, ao mesmo tempo, decepcionar aqueles que queriam algo mais radical e concreto. Essa divisão política entre os apoiantes e os críticos acrescentou uma nova dimensão ao debate público proposto pela Igreja Católica nos U.S.. Os Bispos Católicos Americanos evidentemente sentiram no decorrer do processo de confecção da carta o peso de seu dever de ofício, ou seja, o ensino moral no âmbito público. Mas, uma vez participando na arena política – o fórum específico em uma democracia para argumentar sobre as propostas de política econômica e tomar decisões sobre elas – os Bispos perceberam-se, eles próprios, sujeitos às mesmas regras que se aplicam a todos os outros participantes nesse debate. Embora os Bispos admitiram suas limitações,[3] eles falaram como guardiães da moral, não como técnicos econômicos ou economistas capacitados a oferecer um projeto amplo para a economia Americana. De fato, foi inegável o aumento da influência do discurso do Episcopado Americano no debate público, o que permitiu-lhes estender a influência da Doutrina Social da Igreja para outras áreas de preocupação ante a grande sociedade, mas os expôs sobremaneira ao controverso debate sobre assuntos econômicos nesta declaração pastoral específica.
O tema principal debatido pelos Bispos Americanos, repetido ao longo de todo o ofício pastoral, foi claro ao dizer que o governo federal devia gastar menos dinheiro na defesa nacional e mais com os pobres.[4] Além disso, o desemprego e a consequente erosão da estabilidade das estruturas familiares configuravam problemas que ameaçavam a dignidade e o bem-estar das pessoas não só nos U.S., mas por todas as partes do mundo. Esta carta pastoral também fez uma forte condenação do racismo como um pecado que divide a família humana. Neste diapasão, os Bispos Americanos relacionaram a situação econômica à sua carta pastoral anterior sobre a paz, lamentando o montante de fundos gastos em armas. Refletindo sobre questões econômicas no âmbito internacional, os bispos incluíram recomendações para a reforma do Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, e considerações a respeito do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio.[5] Assim, os Bispos procuram construir um novo espírito de cooperação e uma nova visão do que o ideal de justiça econômica exige para toda a sociedade. A carta pastoral Justiça Econômica para Todos afirma que "o elo comum da humanidade que liga todas as pessoas é a fonte da nossa convicção de que o país possa atingir uma renovada visão moral pública."[6] A origem deste elo comum é a mensagem bíblica que há um Deus que é criador do céu, da terra e da família humana.[7] O núcleo desta nova visão moral é o conceito de dignidade humana.[8] Neste sentido, as instituições sociais devem ser construídas de forma a garantir que os indivíduos tenham acesso aos bens materiais mínimos e tenham asseguradas as relações interpessoais e as liberdades fundamentais, que são indispensáveis para a sua participação na vida social. Quando a economia nega os direitos básicos que nutrem e protegem a dignidade humana que prejudica o indivíduo, ela fere também a comunidade como um todo.
Considerando o facto de que a sociedade deve atender às necessidades básicas de todos, os Bispos Americanos dirigiram implicativas palavras sobre justiça básica, que é o fundamento da relação entre a dignidade humana e a vida social.
Justiça básica exige o estabelecimento de níveis mínimos de participação na vida da comunidade humana para todas as pessoas. A finalidade última da injustiça é tratar ativamente ou abandonar passivamente uma pessoa ou grupo como se não fossem membros da raça humana. Tratar as pessoas desta forma é efetivamente dizer que elas simplesmente não contam como seres humanos.[9]
As exigências de justiça são que asseguram para cada pessoa humana o bem-estar e a dignidade, promovendo as condições sociais para que isto seja uma realidade possível. Ao assumir isto, os Bispos Americanos manifestaram o desejo de desenvolver um espírito de cooperação e de compromisso que são necessários para transformar os problemas econômicos enfrentados pelos U.S. e vários outros países do mundo, especialmente no "Terceiro Mundo." Talvez um meio de maximizar a dignidade humana seria proteger a capacidade de todas as pessoas para agir em seu próprio interesse. Os subsídios e o bem-estar públicos são necessários para lidar com os efeitos da injustiça, sendo que a sociedade sempre necessitará providenciar o cuidado dos que são física e mentalmente prejudicados. Mas a preocupação no resgate da dignidade das pessoas, exige que todos tenham oportunidades através da educação e capacitação profissional, para assumir a responsabilidade pelo seu próprio bem-estar. Em uma sociedade economicamente justa e igualitária a meta não seria ajudar os pobres, mas sim garantir a sua capacidade para ajudar a si mesmos e abandonar as fileiras da pobreza – uma autonomia digna. Grande parte da polêmica em torno da carta pastoral Justiça Econômica para Todos incididiu sobre a aplicação da visão moral dos bispos para questões econômicas, especificamente emprego, pobreza, alimentação e agricultura, bem como o papel dos U.S. na economia global. Um dos mais realistas e talvez mais eficazes critérios morais para decisões econômicas de qualquer tipo é que seja capaz de melhorar a qualidade de vida de alguém, sem a exploração de ninguém. Exclusão, dependência e exploração ocorrem quando a liberdade é limitada, quando as opções e alternativas são eliminadas. Seria papel do governo, imprescindivelmente, garantir a disponibilidade de opções e alternativas.
O Professor David Hollenbach foi um dos principais articuladores desta carta pastoral, sobretudo na argumentação da ética econômica, focada não sobre as forças de mercado, mas sobre a atividade humana, a comunidade e a cooperação. Hollenbach salientou que a responsabilidade da Igreja é dialogar sobre as normas de justiça que devem reger uma sociedade pluralista, como é a sociedade Americana.
Ser uma pessoa é ser um membro ativo da sociedade, dentro das diversas maneiras de relacionamento em seu conjunto. A questão fundamental que os bispos colocaram na agenda nacional estava assentada na premissa de que o sentido da justiça passa por este vínculo entre pessoa e participação social.[10]
Os Bispos esclareceram que os seres humanos são indivíduos e não apenas partes do todo social, mas também reconheceram que os seres humanos são seres sociais e, portanto, que a justiça é multi-dimensional. Descreveram ainda o bem comum, citando Vaticano II, como sendo "a soma das condições sociais de vida que permitem que os grupos sociais e seus membros individuais tenham pronto acesso à sua própria realização."[11] Nesse sentido, os direitos econômicos são incluídos entre aquelas condições de vida social que constituem o bem comum. Consequentemente, para o Episcopado Americano "o bem comum exige justiça para todos, a defesa dos direitos humanos de todos."[12]
Bem fundamentados biblicamente e em sua tradição da ênfase das obrigações cívicas para o bem comum, os Bispos Americanos não ignoraram o problema da participação e da marginalização. Na verdade, os direitos humanos são clamores morais que deveriam ter legitimidade processual, porque eles reclamam bens que são necessários para a pessoa participar com dignidade na vida comunitária de uma sociedade. O Professor Hollenbach escreve a respeito que "a antítese de tal participação é chamada de 'marginalização' pela carta pastoral – exclusão enquanto membro ativo da comunidade humana."[13] A função do governo para os Bispos Americanos é a promoção do bem comum da comunidade política. No entanto, a necessidade fundamental para a vida social e política não vem do que alguém possa receber de outras pessoas, mas sim do que alguém pode fazer para os outros. Vida comunitária não muda a necessidade de cada um ser sujeito de sua história, ela intensifica esta missão.
Porém, falando sobre a opção pelos pobres a Doutrina Social da Igreja poderia enfatizar um modelo mais conflituoso de justiça. MacCarthy e Rodes trouxeram à tona esta crítica dizendo:
O Americanismo retórico praticado pelos bispos mascara ou nega qualquer sentido real de confronto do conflito de interesses. Por exemplo, enquanto defendem o direito dos trabalhadores à greve, eles não definem o modo como isso se relaciona com a idéia de solidariedade e amor ao próximo. Um motivo poderia ser seu receio de divisões e conflitos sociais. Isto pode ser lido como uma preocupação liberal ou conservadora. (…) Os bispos parecem não reconhecer o ingrediente de conflito real na história americana que produziu reformas necessárias e direitos políticos e sociais consolidados. Os irmãos Boff também vêem esta questão como destoando da Sagrada Escritura, uma vez que o conceito bíblico de "opção pelos pobres" é inevitavelmente contraditório. Há um verdadeiro conflito de "competências", uma vez que os pobres são tanto espiritualmente quanto politicamente oprimidos e necessitam de libertação dessas estruturas opressoras.[14]
Embora o Episcopado Americano não fale de uma opção preferencial pelos pobres, a visão bíblica assumida vê o pobre como sendo um apelo à justiça, especialmente para os oprimidos. Os Bispos foram influenciados por esta noção de justiça, o que significava uma retomada dos esforços, através de várias instituições, de realocar recursos humanos de forma a trazer uma relativa igualdade para a enorme desigualdade existente entre ricos e pobres. Movendo-se em direção a um conceito de justiça igualitária, que mede esta virtude sobretudo por aquilo que é feito para os pobres e os oprimidos de uma sociedade, os Bispos apontam para a necessidade de mudanças institucionais, bem como a participação dos pobres nas referidas instituições. Evidentemente, concluíram que havia uma crescente necessidade de intervenção para tornar mais justas as estruturas, além de reformar a desequilibrada economia mundial, de acordo com uma base igualitária de justiça. No entanto, o que a Doutrina Social da Igreja propunha para a questão econômica permaneceu aberto à discussão. A carta pastoral propôs o início de uma discussão para a sociedade Americana, mas certamente não foi a última palavra.
Por fim, a carta pastoral Justiça Econômica para Todos provocou forte resistência à sua mensagem, o que representou um nível de eficácia nela consolidado. Outros elementos utilizados pelos Bispos Americanos, tais como consultas junto a especialistas seculares, o diálogo com o laicato, a incorporação dos comentários após cada projeto de consulta popular, além dos debates provenientes da abertura à mídia, foram iniciativas inovadoras e eficientes na confecção de uma carta pastoral oriunda do Episcopado Católico. O envolvimento de amplos setores da sociedade revelou um forte sentimento de comunidade, que mesmo com visões diferentes, trabalharam a fim de construir uma agenda social em conjunto com as lideranças católicas em torno de políticas públicas. Se a década de 1980 foi a época de ouro na produção de declarações pastorais por parte do Episcopado Americano, bem como para sua ação pastoral, o novo milênio exige um novo debate com vozes críticas e proféticas, a fim de lapidar os problemas éticos e de justiça social nos U.S., já que a guerra atormenta hodiernamente e a economia sente os efeitos negativos de passos mal dados no âmbito da dignidade humana.
OBSERVAÇÕES À TÍTULO DE CONCLUSÃO
Depois de 28 anos da carta pastoral sobre economia, publicada pela Conferência dos Bispos Católicos dos U.S., e sucessivos governos democratas e republicanos, a economia Americana, estreitamente ligada a outras implicações que incidem diretamente sobre ela, como a Guerra do Iraque, o preço do barril de petróleo e o problema de financiamento da casa-própria (subprime), não traz razões de comemoração para os Americanos e nem para quem escreve as regras econômicas. Em uma cultura impregnada pelo consumer confidence (confiança para consumir), a reflexão ético-moral sugerida pelo Episcopado Americano anos atrás permanece pertinente. Num país pluralista como os U.S. sempre haverá lugar para dialogar sobre religião, questões raciais, baseball e opção política. Porém o núcleo dos problemas sociais não solucionados, persiste sobre a questão econômica[15], como é o caso da rede pública de saúde e, mais recentemente, a crise imobiliária.
Sem a intenção de adentrar uma arena cuja tecnicidade me é ausente, apenas aceno para a importância da carta pastoral no que tange à questão econômica, a complexa questão econômica. O meio usado para construir as diretrizes ético-morais nesta carta pastoral permanece excepcional, justamente por envolver os mais diferentes segmentos sociais na discussão, além de possibilitar à Igreja institucional uma voz mais consistente sobre aquilo que lhe é próprio. À Igreja cabe a missão de atuar na formação da opinião pública evangelizando, considerando mais apropriadamente uma metodologia onde "de Cristo vai-se necessariamente ao pobre, não, porém, necessariamente do pobre a Cristo."[16] Apoiando-se sempre na mensagem evangélica que deve ser proclamada integralmente, independente de contextos políticos e econômicos do momento, a Igreja respeita, por um lado, a autonomia dos diversos campos, porém permite que as conseqüências desta sua mensagem repercutam nos vários setores públicos, onde uma política dita "cristã" e democrática nem sempre tem olhos, ouvidos, coração e ação em favor dos pobres.
BIBLIOGRAFIA
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O'BRIEN, David J. & SHANNON, Thomas A. Catholic social thought: the documentary heritage, Maryknoll, New York: Orbis Books, 1992.
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HOLLENBACH, David. Justice, Peace, and Rights: American Catholic Social Ethics in a Pluralistic World, New York: Crossroad, 1990.
MAcCARTHY, George E. & RHODES, Royal. Eclipse of justice: ethics, economics, and the lost traditions of American Catholicism, Maryknoll, New York: Orbis Books, 1992.
GOLWAY, Terry. "Lessons of Bittergate", in America Magazine, Volume 198, Número 18 (Maio - Junho de 2008).
Boff, Clodovis M., OSM. "Teologia da Libertação e Volta ao Fundamento," in Revista Eclesiástica Brasileira, no. 268 (Outubro de 2007).
[1] Para ler mais sobre este tópico ver DEBERRI, Edward P., HUG, James E., HENRIOT, Peter J., SCHULTHEIS, Michael J. Catholic Social Teaching: Our Best Kept Secret, Maryknoll, New York: Orbis Books, 2003.
[2] DORR, Donal. Option for the poor: a hundred years of Catholic Social Teaching (Maryknoll, New York: Orbis Books, 1992), p. 336.
[3] O'BRIEN, David J. & SHANNON. Thomas A. Catholic social thought: the documentary heritage (Maryknoll, New York: Orbis Books, 1992), p. 576, no. 20.
[4] "Nós dizemos que é um escândalo social e moral que um em cada sete Americanos seja pobre, e nós convocamos a todos para concentrar os esforços para erradicar a pobreza. A realização das necessidades básicas dos pobres é a maior prioridade." Ibid., p. 575, no. 19.
[5] NATIONAL CONFERENCE OF CATHOLIC BISHOPS. Economic Justice for All: Pastoral Letter on Catholic Social Teaching and the U.S. Economy (Washington DC: U.S. Catholic Conference, 1986), nos. 48, 50, and 58.
[6] Ibid., no. 27.
[7] Ibid., no. 34.
[8] "A dignidade da pessoa humana, compreendida em comunidade com outros, é o critério que deve nortear todos os aspectos da vida econômica." Gaudium et Spes, no. 63. Conceito usado pela carta pastoral Economic Justice for All, no. 28.
[9] NATIONAL CONFERENCE OF CATHOLIC BISHOPS. Economic Justice for All, no. 77.
[10] HOLLENBACH, David. Justice, Peace, and Rights: American Catholic Social Ethics in a Pluralistic World (New York: Crossroad, 1990), p. 82.
[11] NATIONAL CONFERENCE OF CATHOLIC BISHOPS. Economic Justice for All, no. 79.
[12] Ibid., no. 85.
[13] HOLLENBACH, David. Justice, Peace, and Rights: American Catholic Social Ethics in a Pluralistic World, p. 82.
[14] MACCARTHY, George E. & RHODES, Royal. Eclipse of justice: ethics, economics, and the lost traditions of American Catholicism (Maryknoll, New York: Orbis Books, 1992), p. 37.
[15] Segue a palavra de Terry Golway, que é curador do Centro John kean para História Americana na Kean University em Union, New Jersey. As grandes oportunidades de trabalho nos U.S. começaram a desaparecer no início de 1980, deixando para trás os trabalhadores que puseram a sua fé no sonho americano e políticos que nos disseram que pretendiam facilitar esses sonhos. Muitos desses políticos faziam parte do consenso de livre-comércio, despachando seus trabalhos de colarinho azul, com seus benefícios de saúde garantidos e outras regalias caras no exterior. (…) Mesmo aqueles que fazem parte da idade da informação, dos ricos entretenimentos e da centralidade da economia na cidade, situações próprias do século 21, sabem que milhões de norte-americanos necessitam de planos de saúde. Novos relatórios regularmente lembram-nos de pais que não podem arcar com a medicação para as crianças doentes e das famílias enterradas em dívida por causa de uma doença ou um acidente catastrófico. Os adeptos do livre-mercado explicam que não podemos ter seguro de saúde a nível nacional porque o livre-mercado funciona melhor e determinados programas governamentais, como o do Canadá, são terrivelmente ineficientes. Estas mesmas pessoas explicam que a globalização é benéfica para todos e que a interferência governamental no mercado atrasa o dinamismo do capitalismo não regulamentado. Mas, quando uma instituição financeira como a empresa Bear Stearns se aproxima do abismo, o governo se apressa para ter certeza de que a falha não é uma opção. Um trabalhador desempregado ou um pai sem plano de saúde, poderá querer saber por que razão o mercado livre é bom para eles, mas não para uma empresa como a Bear Stearns. GOLWAY, Terry. "Lessons of Bittergate", in America Magazine, Volume 198, Número 18 (Maio-Junho de 2008), p. 8.
[16] Boff, Clodovis M., OSM. "Teologia da Libertação e Volta ao Fundamento," in Revista Eclesiástica Brasileira, no. 268 (Outubro de 2007), p. 1012.