O corpo usurpado ou a dupla lógica e a dupla falácia: da crítica de autotradução

Autores

  • Luís Fernando Protásio Universidade Estadual de Campinas

Palavras-chave:

autotradução, psicanálise, bilinguismo, critica de tradução

Resumo

A prática de autotradução, muito embora não seja mais compreendida comoum fenômeno marginal e, nos últimos anos, venha ganhando espaço nos estudos datradução, ainda é frequentemente articulada a questões ligadas direta ou indiretamenteao bilinguismo – ou a uma “condição bilíngue” –, como demonstram os trabalhos quese ocupam de mapeá-la. Abraçada pela crítica, tal articulação, todavia, acabafuncionando como uma usurpação do corpo do tradutor da cena da tradução com afinalidade de inseri-lo “legitimamente” na cena da escritura. Entretanto, ao colocar emfuncionamento o mecanismo da différance (o jogo de adiamento do sentido) e revelar aaporia que dá origem ao teatro do estrangeiro, do estranho (o Unheimlich freudiano), aautotradução incide mais diretamente sobre uma consciência da inscrição do corpo nalinguagem do que sobre a condição bilíngue inscrita nesse corpo por ordens históricas,geográficas e/ou políticas determinadas. É no campo de discussão de tais questões quese insere este trabalho, cujo objetivo é propor uma reflexão sobre os espaços que aprática de autotradução tem ocupado nos campos teóricos e críticos dos estudos datradução, campos esses em que a tarefa do tradutor desponta, ainda, como uma dívidaque não terá sido paga.

Biografia do Autor

Luís Fernando Protásio, Universidade Estadual de Campinas

Programa de Pós-graduação do Departamento de Linguística Aplicada, Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas

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Publicado

2013-09-07

Edição

Seção

Artigo / Edição InPLA