O papel dos memes no processo de comunicação
DOI:
https://doi.org/10.23925/2179-3565.2025v16i2p60-76Palavras-chave:
Memética, Comunicação, Memes estratégicos, Memes materiais, Campo memético, Agência, Evolução, IntersubjetividadeResumo
A memética, enquanto quadro científico para a evolução cultural, deve ser integrada no processo de comunicação para se manter viável. Este artigo explora se a comunicação é melhor explicada através de memes e se os memes atuam como agentes autónomos. Embora a comunicação possa ser compreendida sem memética, a aplicação de uma estrutura memética oferece insights heurísticos mais profundos sobre os fenómenos comunicativos. Ao examinar conceitos como notícia, significado, linguagem, leitura, audição, escrita, silêncio, pensamento lateral e ensino, este artigo demonstra que os campos meméticos estruturam e remodelam a comunicação. Com base em experiências mentais e referências interdisciplinares, defende que os memes reconstroem ativamente o seu ambiente, tornando-os mais do que replicadores passivos. Além disso, o estudo estende a tese de McLuhan de que “o meio é a mensagem” aos social media, onde os submedia gerados pelos utilizadores funcionam como ecossistemas meméticos que redefinem a intersubjetividade. A análise levanta uma questão evolutiva: serão os humanos os agentes dos memes ou serão os memes os verdadeiros agentes da evolução cultural? Embora a validação completa da agência memética permaneça em aberto, este artigo avança um modelo no qual os memes influenciam, restringem e direcionam a cognição humana de formas anteriormente inexploradas.
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