Editorial
TEOLOGIA E LITERATURA NO UNIVERSO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Antonio Manzatto
Carlos Ribeiro Caldas Filho
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A arte acompanha adam – o humano – desde a aurora dos tempos. Somos homo artisticus. Pinturas rupestres em cavernas, como as encontradas em Lascaux, na França, e Altamira, na Espanha, calculadas em torno de 17.000 anos antes de Cristo, apresentam uma tentativa de comunicação dos nossos antepassados por meio de reprodução de cenas da natureza. A conhecida historiadora das religiões inglesa Karen Armstrong assinala que as pinturas da Grotte Chauvet, também na França, são ainda mais antigas, tendo sido feitas por volta de 30.000 antes de Cristo, ou seja, 13.000 anos antes das pinturas das cavernas de Lascaux.

Milênios depois os humanos criaram alfabetos e, via de consequência, desenvolveram a tecnologia da escrita. Surge assim a literatura, que trata(rá) de literalmente todos os temas e experiências conhecidos e vividos pelo humano, o que inclui a reflexão sobre o transcendente a partir da perspectiva da fé – teologia. Surgiram também textos religiosos que descrevem ritos, mitos e sistemas de organização de instituições religiosas. Mas o humano não abandonou a arte da pintura. Só que durante milênios estas duas artes, a saber, a escrita e a ilustração ou pintura, seguiram caminhos separados. No final do século XIX (1894) nos Estados Unidos surge uma publicação, à época, absolutamente despretensiosa, que unia ilustração e texto escrito: The Yellow Kid, “O menino amarelo”, que contava as aventuras de um menino que vivia em regiões pobres da cidade de Nova Iorque e sempre usava uma camisa amarela. Surge aí a história em quadrinhos, conhecida no mundo de língua como comics no mundo de língua inglesa, bande dessinée em francês, fumetti em italiano e banda desenhada no português lusitano. Não demorou para que este tipo de publicação se tornasse sucesso de público e, consequentemente, e vendas. As revistas que publicam histórias em quadrinhos, chamadas de comic books no mundo anglófono, eram conhecidas carinhosamente no Brasil como “gibis” ou simplesmente, “revistinhas”. Não demorou a surgir publicações com aventuras de super heróis, o gênero que notabilizou as histórias em quadrinhos. O conhecido Superman, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938 é considerado o primeiro super herói das histórias em quadrinhos. É a “Era de Ouro” dos quadrinhos, que vê surgir heróis como Namor, o Príncipe Submarino, Capitão América, Batman, Aquaman, Flash, Lanterna Verde e a Mulher Maravilha Em pouco tempo uma infinidade de outros super heróis e super heroínas foram criados. Gerações cresceram voando nas asas da imaginação lendo “gibis” com aventuras de seus heróis preferidos.

Durante muito tempo este tipo de literatura foi utilizado apenas como passatempo. Mas houve quem suspeitasse que estas narrativas não seriam tão inocentes assim. No final da década de 1940 Fredric Wertham, psiquiatra alemão radicado nos Estados Unidos, levantou a suspeita que as histórias em quadrinhos seriam prejudiciais para crianças e adolescentes, que como efeito deste tipo de leitura, sofreriam uma espécie de lavagem cerebral e seriam assim seduzidos para a prática de crimes. Durante décadas revistas de quadrinhos só podiam ser publicadas nos Estados Unidos se tivessem o selo de aprovação do CCA – Comics Code Authority, órgão de censura do governo daquele país, organizado em 1954. Alguns historiadores dos quadrinhos consideram que a criação do CCA marcou o fim da Era de Ouro. Mas nada foi capaz de impedir a produção, a divulgação e o consumo deste tipo de literatura.

Veio a “Era de Prata”, que durou, desde 1954/1955 até por volta de 1970, que tem como grande nome o “mago” Stan Lee (falecido em 2018), e desenhistas como Jack Kirby, Steve Ditko, John Romita e John Buscema. Stan Lee e Jack Kirby foram os responsáveis pela ascensão estelar da Marvel Comics nos anos de 1970. Alguns fatores explicam isso: a geografia da DC é imaginária: as legendárias Gotham City, Smallville, Central City, Fawcett City e Metropolis são cidades imaginárias, como Shangri-La. Já as histórias da Marvel “acontecem” em lugares reais, como Nova Iorque. Além disso, os heróis de Lee, a despeito de possuírem super poderes, são mais “pé no chão” e mais “humanos” que os da DC, a grande rival da Marvel: Peter Parker, que se tornará o Homem Aranha, é um adolescente órfão criado por um casal de tios idosos, genial em ciências exatas, mas desorganizado e sempre em apertos financeiros. O Quarteto Fantástico é o primeiro grupo que apresenta uma família que, por um acidente, desenvolve super poderes. Reed Richards, o cientista genial, casado com Sue, dá mais atenção às pesquisas que faz em seu laboratório que à esposa, e esta, emocionalmente carente, se envolve um caso extraconjugal. Johnny, irmão mais novo de Sue, é o garotão preocupado em impressionar as garotas com seus super poderes para assim conquista-las em suas aventuras românticas. Ben Grimm, o “Coisa”, amigo da família, é um judeu que se transformou em um Golem, só quer voltar a ser como todo mundo. Tony Stark, o multibilionário que construiu a armadura que o transforma no Homem de Ferro, é um playboy exibicionista e fanfarrão que tem dependência de álcool. O Demolidor é o primeiro herói com deficiência física, porque é cego. Lee e Kirby são também responsáveis por outras criações memoráveis, como os X-Men, um grupo de mutantes, os únicos que nasceram com super poderes. Vítimas da incompreensão, do preconceito e de ataques dos não mutantes, os X-Men são uma metáfora perfeita das minorias perseguidas, como os cristãos no Império Romano ou os negros lutando por direitos civis nos Estados Unidos na década de 1960, exatamente a época em que foram criados. Não é mera coincidência que O líder dos X-Men é Professor Charles Xavier, um pacifista convicto, cujo sonho é a convivência pacífica entre mutantes e humanos não mutantes. Mas há também Erik Magnus Lehnsherr, o Magneto, líder dos mutantes que opta pela violência contra os agressores não mutantes. Qualquer semelhança de Xavier com o Reverendo Martin Luther King Junior e de Magneto com Malcolm X não é mera coincidência.

Segue-se a “Era de Bronze”, nos anos de 1970 até meados da década seguinte. Esta fase é marcada por um realismo ainda mais ácido: Frank Miller recria, por assim dizer, dois heróis, curiosamente, um da DC – o Batman – e um da Marvel – o Demolidor, adensando-os e tornando-os existencialmente complexos. A Marvel nesta época compra os direitos de publicação de Conan, o Bárbaro, criado por Robert Howard na década de 20 do século XX. As histórias de Conan pela Marvel nesta época, com o traço inconfundível de John Buscema, eram publicadas em formato grande, maior que o tradicional, em preto e branco, e sempre tinham um forte apelo ao erotismo, até então inexistente no mundo dos quadrinhos.

O tempo passou, e as histórias em quadrinhos se sofisticaram. Surgiram os graphic novels, literalmente, “romances gráficos”, histórias mais longas publicadas em volume único, apresentando temas de maior complexidade psicológica e profundidade filosófica. Os quadrinhos, que logo chegaram ao Brasil e caíram no gosto dos brasileiros, se espalharam pelo mundo. Exemplo eloquente do apelo mundial dos quadrinhos vem do Japão, que tem uma rica tradição no mangá, o tradicional quadrinho japonês.

A academia se rendeu ao poder dos quadrinhos, e logo surgiram estudos acadêmicos que os escolheram como objeto de análise. No Brasil, Álvaro de Moya (n. 1930) é o pioneiro no estudo acadêmico dos quadrinhos, sua linguagem e seus conteúdos. Alguns consideram as histórias como paraliteratura, mas esta de modo algum é infraliteratura. A Base Nacional Comum Curricular – BNCC – do Ministério da Educação há anos incorporou os quadrinhos como estratégia pedagógica.

E a teologia? Teologia fala de coisa séria! Seria possível estabelecer diálogo da teologia, que só trata do que é absolutamente sério, com o multiverso das histórias em quadrinhos, tão marcado por fantasia e consumido por tanta gente como mera fruição? A “nona arte” tem algo a dizer à teologia? Já há alguns anos alguns teólogos têm realizado um diálogo muito rico com a literatura “canônica”. Abordagens em perspectiva teológica e/ou exploração de elementos teológicos em autores como Dostoievski ou Guimarães Rosa já têm lugar estabelecido na academia brasileira. Em outras latitudes e línguas este diálogo já está firmado há bem mais tempo. Mas aí surge a questão: seria possível um diálogo entre teólogos e histórias em quadrinhos?

Em 2012 o jovem teólogo luterano brasileiro Iuri Andreas Reblin defendeu a primeira tese de doutorado que se tem notícia no país apresentando um olhar ao mundo dos quadrinhos a partir da teologia: A Superaventura: da narratividade e sua expressividade à sua potencialidade teológica, defendida na Escola Superior de Teologia (Faculdades EST) em São Leopoldo. Em suatese, Reblin analisa duas histórias que se tornaram clássicas, ambas da DC Comics: Super-Homem:Paz na Terra (de 1998), e O poder da esperança, do Shazam. O “atrevimento” de Reblin rendeu-lhe o Prêmio Capes de Tese na área de Filosofia/Teologia, subcomissão Teologia, em 2013.

Desde então surgiram alguns livros e artigos sobre o tema no país, como por exemplo, a coletânea Teologia Nerd, organizada por Carlos Caldas e publicada em 2015. Mas o que com certeza será o marco definitivo para firmar de vez a cidadania acadêmica do diálogo entre teologia e a literatura das histórias em quadrinhos é o dossiê Teologia e literatura no universo das histórias em quadrinhos, de Teoliterária. Ao lançar o dossiê, pensava-se que haveria apenas três ou quatro artigos, não mais. Mas o sucesso foi tanto, que foram submetidos dezenas de artigos. Daí resolveu-se desdobrar o dossiê em duas edições, sobretudo por conta da qualidade do que foi produzido.

A primeira parte do dossiê, que os leitores e as leitoras agora podem consultar, traz ampla e rica gama de temas: abre o dossiê o levantamento minucioso da produção bibliográfica sobre quadrinhos e teologia e sobre quadrinhos e estudos de religião feito por Christian Davi Soares Bittencourt no artigo A pesquisa sobre religião e histórias em quadrinhos no Brasil. O artigo é oportuno por demais por apresentar um já considerável corpus de produção a respeito. O mapeamento feito por Christian Bittencourt em seu artigo de será com certeza de grande valia para todos os que se dedicarem a produzir pesquisas nesta interface.

O segundo artigo, de autoria de Diego Genu Klautau, especialista em temas tolkienianos, é intitulado A virtude da fortaleza entre espartanos e hobbits. Em seu artigo, Diego Klautau apresenta uma comparação entre duas graphic novels muito famosas: 300 de Esparta, de Frank Miller (o mesmo responsável pela mencionada recriação do Batman da DC e do Demolidor da Marvel), e O Hobbit, adaptação da obra de J. R. R. Tolkien feita por Charles Dixon (roteiro) e David Wenzel (ilustrações). O fio condutor da análise comparativa feita por Klautau é ανδρεία – andreia – a virtude cardeal da fortaleza, ou coragem, em uma perspectiva pré-cristã (300 de Esparta) e cristã (O Hobbit).

O quadrinista estadunidense Robert Crumb (n. 1943) é tido como um dos principais nomes do movimento underground dos quadrinhos do seu país. Em 2009 surpreendeu o mundo dos quadrinhos quando lançou Gênesis, uma versão quadrinizada do primeiro livro da Bíblia. Como Javé – o Senhor – é representado por Crumb? Esta exploração de uma teologia visual é o tema de Quando Javé encarnou nos quadrinhos: a imagem de Deus no “Gênesis” de Robert Crumb, o terceiro artigo do presente dossiê, de autoria de Alexandre Sugamosto, jovem e promissor estudioso de tradições e fenômenos religiosos.

O quarto artigo do dossiê, de autoria de Carlos Caldas, tem o já mencionado Demolidor da Marvel como objeto de análise: Quadrinhos e Teologia: O Demolidor da Marvel como um cavaleiro cristão. Neste artigo Caldas, a partir de fontes da historiografia francesa, resgata o conceito do chevalier, o cavaleiro, que na Idade Média era visto como um servo de Deus, separado para defender os que não podem se defender. No mundo medieval, o padre é o servo de Deus eclesiástico, e o cavaleiro, é o servo de Deus “secular”, por assim dizer. O ideal do cavaleiro medieval é o homem com a virtude perfeita, no caráter, na fé e, além disso, a perícia no combate, não em benefício próprio, mas na busca da justiça na sociedade e na proteção dos indefesos. O artigo de Caldas apresenta como o Demolidor, um dos mais complexos, curiosos, interessantes e amados personagens do universo Marvel, encarna este papel.

Nataniel Gomes dos Santos e Vanderli Legramante Barbosa produziram a quatro mãos o artigo Reino do Amanhã, de Mark Waid e Alex Ross e a intertextualidade com o Apocalipse de João. Publicada originalmente em 1996, Kingdom Come – “Reino do Amanhã” no Brasil – tornou-se um clássico dos quadrinhos. A narrativa de Waid e Ross apresenta paralelos com a estrutura do Apocalipse, o último livro da Bíblia. Desta maneira, Reino do Amanhã é uma confirmação da conhecida tese do crítico literário canadense Northrop Frye que a Bíblia é o “grande código” da arte e da literatura do Ocidente.

Aspectos religiosos na adoração de super-heróis: olhares ao fã do gênero da superaventura, o sexto artigo do presente dossiê, também foi produzido a quatro mãos: o já citado Iuri Andreas Reblin e Larissa Tamboridegui Becko. O foco deste artigo está nos elementos religiosos, conscientes ou inconscientes, presentes nos leitores de histórias em quadrinhos. A atenção da dupla de autores se volta para um aspecto muito interessante da sociedade contemporânea: nas palavras dos autores, as narrativas de super heróis “emergem como uma espécie de narrativa religiosa capaz de evocar práticas de devoção e adoração que se traduz no comportamento do fã, refletido, analogicamente, nas materialidades, nas comunidades e nos espaços”.

Gustavo Soldati Reis, autor do sétimo artigo deste dossiê que tem o título provocativo “Do estrume vieste, para o estrume voltarás!” Religião como símbolo na graphic novel Os Malditos. Este artigo é também uma comprovação da já mencionada tese de Frye sobre a influência da Bíblia na cultura ocidental, pois é uma espécie de releitura de Gênesis 4, que apresenta Caim, o “pai do homicídio”. É preciso destacar que esta graphic novel não está ainda disponível no Brasil. Portanto, Soldati Reis se valeu da edição lusitana da mencionada obra.

Por fim, o último artigo – nunca é demais repetir, o último desta primeira parte do dossiê – da autoria da estudiosa de religiões Cláudia Danielle de Andrade Ritz é Mulher Maravilha e o poder do amor. A autora utilizou a primeira edição da Mulher Maravilha, personagem clássica da já citada Era de Ouro dos quadrinhos, publicada em 1942. A grande questão teológica e religiosa levantada pelo artigo e, curiosamente, também como apontado por Cláudia Danielle, no filme de 2017, dirigido por Patty Jenkins é: o que é mais importante, o amor ao poder ou o poder do amor?

Finalizando, há que se destacar a ousadia de Teoliterária, que ao lançar este dossiê, inova na academia brasileira de estudos de teologia e ciências da religião. Este dossiê, em suas duas partes, há de firmar a cidadania acadêmica do diálogo entre teologia e literatura no universo das histórias em quadrinhos.

Em seguida ao dossiê, apresentamos ainda outros artigos relevantes no trabalho da interface entre teologia e literatura. Como se trata de área de pesquisa interdisciplinar, é natural que esta aflore de diversas maneiras no conjunto de textos publicados. A alusão à temática bíblica é esperada, e ela aparece no estudo de Anderson de Oliveira Lima que contempla A história da negação de Pedro: análise literária e crítica ateológica. É sempre fascinante mergulhar no universo bíblico através do percurso literário, ainda que não se queira elaborar, em princípio, uma reflexão teológica. É o que transparece no artigo aqui apresentado.

A interdisciplinaridade aparece, também, de forma inusitada no interessante texto que João Carlos Domingues dos Santos Rodrigues e Vicente Artuso elaboraram, e que apresenta As teorias de letramento aplicadas ao ensino bíblico: o estado da questão. Não é sem importância perceber como a questão religiosa atravessa os diversos campos de atividade humana, incluindo o da educação, e como isso pode repercutir também de forma interdisciplinar na reflexão realizada.

Luiz Adriano Carlos nos apresenta, diretamente de Portugal, uma interessante abordagem no texto O drama da beleza na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, onde a cada vez mais estudada e conhecida poeta portuguesa nos é apresentada em análise que põe em realce um alcance bastante singular de sua obra.

Na sequência, dois textos abordam a contribuição de Paul Ricoeur para o trabalho de hermenêutica desenvolvido no diálogo entre teologia e literatura. Um primeiro, de René Armand Dentz, intitula-se Por uma teopoética do perdão a partir de Paul Ricoeur, unindo a reflexão própria da teopoética à questão do perdão tal como aparece no pensamento do filósofo francês, possibilitando uma perspectiva mística que traz uma abordagem da questão bastante especial. Também Cristina Amaro Viana Meireles apresenta seu trabalho que reflete sobre o pensamento de Ricoeur mas em uma perspectiva dialogal, com seu texto Jean Nabert e a noção de divino: uma chave conceitual para a antropologia filosófica de Paul Ricoeur, mostrando como a literatura pode, efetivamente, construir pontes de relacionamento e reflexão entre diversas e diferentes áreas de conhecimento.

Luiz Antonio Pinheiro traz seu criativo texto Sem a carne a alma não existe, uma interlocução contemporânea entre Tertuliano de Cartago (A Ressurreição da Carne) e Richard Morgan (Carbono Alterado), no qual o diálogo entre diferentes pensadores, de culturas e épocas diferentes, pode conduzir a novas abordagens da forma humana de ser no mundo.

O último texto da presente edição traz o texto de Luiz Carlos Mariano da Rosa intitulado Abraão e a espiritualidade individual como base da existência autêntica em Kierkegaard: da fé como relação à fé como encarnação do absoluto no Deus-homem Jesus Cristo, onde o que se destaca, ainda uma vez, é a perspectiva interdisciplinar que relaciona bíblia, literatura, teologia e filosofia, o todo percebido em chave mística. Desejamos a todos os leitores e leitoras uma boa leitura de tão distintos, criativos e interessantes textos.

Cabe ainda lembrar que, a partir deste ano de 2019, Teoliterária passa a ser quadrimestral, publicando então três edições ao ano, em um volume tripartite. Com isso esperamos responder mais adequadamente ao interesse da comunidade acadêmica que tem, com mais intensidade, nos procurado para a submissão de textos, sugestões de dossiês e participação em nossos trabalhos. Ficamos felizes porque, de um lado, isso demonstra o crescimento de pesquisas realizadas cobrindo a interface entre teologia e literatura, denotando as potencialidades da área, sua diversificação e sua relevância para a compreensão da dimensão religiosa e teológica do ser humano. De outro lado, mostra também a importância que a Teoliterária vem assumindo, não apenas como veículo de divulgação de pensamento, mas como referencial de pesquisa dentro da área.

Queremos agradecer o trabalho do professor Carlos Ribeiro Caldas Filho por sua colaboração na edição do dossiê que Teoliterária apresenta neste número. Sua sensibilidade para a temática e sua capacidade de articulação fizeram com que muitos pesquisadores se interessassem sobre o tema, o que nos surpreendeu e nos levou à decisão de, ainda nesse ano, publicar outros textos completando o dossiê no próximo número. Com isso o calendário de chamadas precisou ser alterado, e esperamos que isso não traga prejuízos aos projetos de pesquisa de ninguém. Agradecemos a todos que colaboraram na presente edição e aos leitores e leitoras, razão da publicação.