“Será qualquer poema a última
hipótese de se escrever ainda?”
José Pedro Angélico
José Rui Teixeira
Alex Villas Boas
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Não te chamo para te conhecer
Eu quero abrir os braços e sentir-te
Como a vela de um barco sente o vento
Não te chamo para te conhecer
Conheço tudo à força de não ser
Peço-te que venhas e me dês
Um pouco de ti mesmo onde eu habite
(ANDRESEN, 2015, p. 318)
O poema em epígrafe foi publicado em 1954, em No tempo dividido, de Sophia de Mello Breyner Andresen. O título desta nota introdutória é a abertura do poema “O candelabro de sete braços”, de Fernando Guimarães:
Será qualquer poema a última hipótese de se escrever ainda? Cada palavra já veio unir-se a outras para que nelas encontre os significados que se tornam diferentes, os ramos maiores agora tocados pelo vento até serem a sua própria ausência, o impossível em relação ao possível, estas ondas que chegam a uma praia mas ali acabam por se afastar de nós. Podia ser também o candelabro de sete braços. Nele a luz permanece dividida. Talvez seja assim que chega uma imagem ou a única metáfora que se espera por ser esta luz que depois no poema vai ficar unida para sempre. (GUIMARÃES, 2019, p. 17)
Este poema integra o livro Junto à pedra, de 2019, ano em que celebrámos o centenário do nascimento de Sophia e em que organizámos – no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, nos dias 8 e 9 de novembro – o I Colóquio Internacional TEOTOPIAS: “Trazida ao espanto da luz”, que reuniu vinte investigadores: Alex Villas Boas, Ana Paixão, Ana Rodríguez Falcón, Arnaldo de Pinho, Cecilia Avenatti de Palumbo, Hélder Moreira, Henrique Manuel Pereira, Jorge Teixeira, José Carlos Seabra Pereira, José Rui Teixeira, Luís Adriano Carlos, Maria Clara Bingemer, Mariano Carou, Martinho Soares, Miguel García-Baró, Pedro Pereira, Pedro Rodríguez Panizo, Ruy Ventura, Silvia Campana e Steffen Dix.
O que, então, refletimos e celebrámos não foi somente a efeméride desse ano de 1919, que ofereceu à literatura portuguesa Sophia e Jorge de Sena, mas sobretudo a poesia – e os lugares que coabita.
O poema que Sena dedica a Sophia, em Peregrinatio ad loca infecta (SENA, 1969, p. 3), é aqui importante, na medida em que suscitará – numa carta enviada a 18 de novembro de 1969 – estas palavras de Sophia: “Do poema que me é dedicado, e que é lindíssimo, nada posso acrescentar ao que já há tantos anos disse. De novo há o prazer de o ver no teu livro. É um poema belo e misterioso, com aquele mistério das palavras que tocam o limiar do inomeado”1 . Há nesta última afirmação uma espécie de metapoética, como aquela que enuncia em Arte Poética I:
A loja onde estou é como uma loja de Creta. Olho as ânforas de barro pálido poisadas em minha frente no chão. Talvez a arte deste tempo em que vivo me tenha ensinado a olhá-las melhor. Talvez a arte deste tempo tenha sido uma arte de ascese que serviu para limpar o olhar.
A beleza da ânfora de barro pálido é tão evidente, tão certa que não pode ser descrita. Mas eu sei que a palavra beleza não é nada, sei que a beleza não existe em si mas é apenas o rosto, a forma, o sinal de uma verdade da qual ela não pode ser separada. Não falo de uma beleza estética mas sim de uma beleza poética. (ANDRESEN, 2015, p. 889)
Pensamos também nessa resistência que Sophia demonstra ter em relação a um olhar técnico sobre a arte poética, quando escreve:
A poesia não me pede propriamente uma especialização pois a sua arte é uma arte do ser. Também não é tempo ou trabalho o que a poesia me pede. Nem me pede uma ciência nem uma estética nem uma teoria. Pede-me antes a inteireza do meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade mais pura do que aquela que eu posso controlar. Pedeme uma intransigência sem lacuna. Pede-me que arranque da minha vida que se quebra, gasta, corrompe e dilui uma túnica sem costura. (ANDRESEN, 2015, p. 891)
Acreditamos que a mesa a que nos sentámos no I Colóquio Internacional TEOTOPIAS pudesse ser “aquela a que se senta a transparência” (ECHEVARRÍA, 1981, p. 39), a da nudez e da inteireza (cf. ANDRESEN, 2015, p. 893), onde a palavra pudesse poeticamente repousar num “silêncio sem medida” (cf. LEHNERT, 2019).
Foi esse paradoxo – que cremos redentor – que, então, nos reuniu, com a convicção de que a arte poética é, ainda, um lugar possível onde escrever o inominável, permanentemente inscrito na pergunta, como a de Paul Celan:
[O poema] é antes linguagem actualizada, liberta sob o signo de um processo de individuação radical, é certo, mas que ao mesmo tempo permanece consciente dos limites que lhe são traçados pela linguagem, das possibilidades que se lhe abrem na linguagem. Esse Aindae-sempre do poema só pode ser encontrado na poesia de quem não se esquece de que fala sob o ângulo da incidência da sua existência, da sua condição criatural. Então o poema seria – de forma ainda mais clara do que até agora – linguagem, tornada figura, de um entesingular, e, na sua essência mais funda, presença e evidência. O poema é solitário. É solitário e vai a caminho. Quem o escreve torna-se parte integrante dele. Mas não se encontrará o poema, precisamente por isso e, portanto, já neste momento, na situação do encontro – no mistério do encontro? (CELAN, 1996, p. 56-57)
É essa situação que – em novembro de 2019 e agora – se vislumbra possível, um lugar de encontro, coabitado, entre o dizível e o indizível, entre o instante e a linguagem, entre poesia e aquilo que, desde si mesma, a transcende:
Em tudo Te vi amanhecer Mas nenhuma presença Te cumpriu, Só me ficou o gesto que subiu Às mais longínquas fontes do meu ser. (ANDRESEN, 2015, p. 188)
Fundacional para a perceção e expressão do mistério, a linguagem poética é lugar de uma articulação paradoxal, nada acrescentando à representação descritiva do mundo (cf. RICOEUR, 1995). Encontrandose o positivismo teológico em crise, paradigma que sempre cedeu demasiado à obsessão pela verdade, tem-se vindo a notar um crescente interesse pelo estudo teológico de produções literárias como lugares de redenção da linguagem referencial, própria do discurso tradicional da teologia. Na sua performatividade quase litúrgica, a linguagem poética aproxima o objeto do discurso teológico do seu eixo verdadeiramente referencial: a transluminosa treva do Silêncio (Pseudo-Dionísio).
Com essa preocupação, a Cátedra Poesia e Transcendência – Sophia de Mello Breyner (Universidade Católica Portuguesa, Porto), em pareceria com a Faculdade de Teologia e o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, organizou o I Colóquio Internacional TEOTOPIAS – www.teotopias.org –, cujas algumas reflexões seminais são aprofundadas e recolhidas no dossiê do presente número da Teoliterária. Nele encontraremos fundamentalmente três eixos temáticos, por vezes entrecruzados: [1] linguagem poética e linguagem teológica: continuidades e descontinuidades; [2] linguagem poética e linguagem mística: inter[con] textualidades; [3] linguagem poética e sagrado: aproximações estético- -fenomenológicas.
Assim, no primeiro eixo, dedicado à “linguagem poética e linguagem teológica: continuidades e descontinuidades” se encontram a proposta de Alex Villas Boas, intitulado Teotopias como lugar comum entre teologia e literatura que visa articular possibilidades de convergência entre as categorias topos literário e locus theologicus, especialmente desde questões levantadas por Giorgio Agamben sobre poética e política, bem como pelo autor russo-ucraniano, Vladimir Korolenko. Luís Fernando Adriano Carlos trabalha O Ano de 1919, em data importante não somente porque marca o nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, mas também daquilo que o autor chama de um “Terceiro Modernismo”, como uma tarefa em aberto que articula a trans-historicidade do fenómeno literário e a sua especificidade intrínseca, assim como integra uma concepção ética de compromisso da palavra com a dignidade humana sem sacrifício da sua dignidade estética. Teresa Bartolomei, em REDENÇÃO E DEFORMIDADE - A poética do estranhamento como discurso teológico da modernidade, analisa as implicações antropológicas, éticas e consequentemente teológicas da poética do estranhamento que rompe com o processo psicológico da identificação emocional com o herói e a concepção da literatura como a edificação moral para perceber no núcleo teológico deste gesto fundador uma narrativa da graça como um abismo incompreensível em que a transcendência é compreendida como abertura de caminhos redentores, mesmo no mais horrendo. Miguel García-Baró, em Agua de los abismos. Raíces de la poética de Miguel de Unamuno em que o socialismo e a metafísica panteísta foram desenhados, respectivamente, como as respostas à fome na esfera económica e à sede na esfera religiosa, como defesa de um sentimento eufórico da vida, como alternativa à um sentimento trágico da mesma, e que a poesia passa a ser seu melhor instrumento expressivo. Pedro Rodriguez Panizo em Razón teológica del arte literário se pergunta como pode ser a literatura um lugar teológico, esse verdadeiro laboratório da condição humana, desde uma perspectiva tillichiana de teologia da cultura.
No segundo eixo, dedicado à “linguagem poética e linguagem mística: inter[con]textualidades”, Arnaldo de Pinho em O transcendente, o sagrado e o cristão na obra de Sophia de Mello Breyner identifica como matéria-prima da visão de mundo da poeta portuense a convergência entre o sagrado, o transcendente e o peculiarmente cristão, a tradição helênica sob a perspectiva do Mistério da Cruz. José Rui Teixeira em NO TEMPO DIVIDIDO - Mistagogia da temporalidade na poesia de Sophia analisa toda uma poética do tempo, entendido apenas como duração, mas como dinamismo de intensidade, em que a dimensão do futuro adveniente na história possibilita ao mesmo um moviemtno ao seu encontro, uma mistagogia da temporalidade. Maria Clara Bingemer em O ESPANTO DA LUZ E A INOCÊNCIA DA CARNE - (a poesia de Sophia de Mello Breyner e de Adélia Prado) aproxima as duas poetas, portuguesa e brasileira, desde a condição comum de serem mulheres, casadas e mães de família, escritoras em língua portuguesa, ambas à procura da Transcendência nesse universo, porém cada uma a seu modo, delineando suas especificidades estilísticas. Ana Paixão em «Silêncio de luz»: mística musical em Jorge de Sena descreve o processo criativo (poiético) do autor, tendo como ponto de partida a experiência estética, que ecoam em um momento segundo de valorização da eloquência do Silêncio, uma “pausa pregante” em que o poema vem à luz. Ruy Ventura em FREI AGOSTINHO DA CRUZ: um poeta para o nosso tempo evoca a figura do poeta franciscano que permanece atual após os 400 anos da sua morte, ao realocar os lugares comuns da poesia ao divino do seu tempo para tematizar os conflitos interiores da alma moderna face a uma erosão da dignidade humana dos novos tempos. Jorge Teixeira em DE PODERES ABRIR A VIDA - sobre a casa na poesia de Luiza Neto Jorge e de Daniel Faria apresenta um itinerário de transcendência que inicia na casa e se dirige at´a liberdade, condição para se ver o rosto de Deus, estabelecendo paralelos e particularidades entre os dois poetas. Ana Rodriguez Falcón em Persigo a un colibrí de la hermosura, lo sagrado en el espacio poético y el espacio poético como sagrado en Amelia Biagioni, poeta argentina contemporânea em que trabalha as dimensões de sagrado e espaço poético como em uma dinâmica de reflexo mútuo em que uma dimensão se enxerga através da outra àquele que busca a beleza. Helder Moreira com “Ó flor que é impossível ver”: a associação metonímica como princípio de continuidade em Toda a Terra, de Ruy Belo analisa a função da metonímia no poeta português como processo cognitivo com finalidade anagógico, dada a insuficiência da linguagem para expressar a transcendência. Mariano Carou em Alejandra Pizarnik: trazida (também) ao espanto da luz identifica o apreço compartilhado pelo tema do “espanto” entre a poeta portuguesa centenária e a poeta argentina, entretanto, se para a primeira a correlaciona à claridade, a segunda a vê como horror e escuridão. Silvia Julia Campana em “Busco el nacer de la luz…” Decir el desierto y la sed en la poética de Hugo Mujica, poeta argentino contemporáneo, também traça um itinerário mistagógico, do silêncio ao culme de um acontecimento poético, por meio de imagens paradoxais.
No terceiro eixo, dedicado à “linguagem poética e sagrado: aproximações estético-fenomenológicas”, Martinho Tomé Soares em O Sagrado e o Mistério como categorias de análise e interpretação do Religioso na Literatura: a leitura de Dalila P. da Costa do Moby Dick de Melville desde uma análise fenomenológica do Sagrado e do Mistério aborda a figura de Moby Dick de Melville em uma aproximação da autora portuense Dalila Pereira da Costa. Steffen Dix em “Os deuses são uma funcção do estylo.”: A mitologia clássica na história cultural da Europa trabalha como em períodos diferentes e com funções diversas, os deuses mitológicos reapareceram no imaginário europeu por meio literatura, na filosofia ou nas artes europeias inerente ao processo de formação da moderna consciência europeia, de modo particular no contxto português trata desse regresso dos deuses em Fernando Pessoa e em Sophia Mello Breyner Andresen. Pedro Pereira em De mãos vazias perante a morte: Sobre o vazio de Deus em Vergílio Ferreira situa a obra do poeta português entre a finitude e o transcendente, entre a vontade de afirmação e o absurdo das possibilidades. E deste modo sua poética se constitui uma espécie de instruções sobre como morrer, e necessariamente sobre como viver, pois o Mistério se situa entre vida e a morte. Por fim, Fabrício Tavares Moraes, em Tecnocracia como ordem política antinatural no romance O Fruto Do Vosso Ventre, de Herberto Sales cria uma representação estética distópica da estrutura e das ações de uma tecnocracia autoritária num mundo distópico, geradora de uma gradual alienação coletiva, ambiente de emergência de messianismos teológicos.
Ainda na Seção de Temática Livre, o leitor poderá encontrar o trabalho de Sebastião Lindoberg da Silva Campos, intitulado “Só a antropofagia nos une”. Missa dos Quilombos a partir de uma (est)ética antropofágica, uma proposta de recuperação de uma leitura antropofágica, ao estilo Oswald de Andrade, das relações de poder e subordinação para uma substancialização dos elementos históricos herdados do traumático encontro civilizacional desde a “Missa dos Quilombos”. Francisco de Souza Gonçalves e José Carlos de Lima Neto abordam em Mística: experiência, tecitura e leitura a questão do fenômeno místico marcado por elementos de uma experiência estética, desde a mística medieval até a mística contemporânea, que não raro converge com autores literários. Delmo Gonçalves em Uma Reflexão acerca da fé no imaginário religioso popular brasileiro a partir da música “Se eu quiser falar com Deus” de Gilberto Gil, compositor e cantor brasileiro desvelando a uma relação entre religiosidade e sociedade distinta de algumas expressões contemporâneas neohegemônicas. A presença do religioso na Música Popular Brasileira desvela a densidade e a complexidade da questão religiosa, e como certas expressões são compatíveis com as inquietações tipicamente emergentes de um anseio de mudanças. Alex Lara Martins em A Metafísica Poética de Machado de Assis e a sua relação com a filosofia brasileira aposta na vocação filosófica da ficção machadiana e procura identificar tais elementos filosóficos arraigados à visão estética de mundo do autor brasileiro, especialmente na maturidade que é marcada por um ceticismo pessimista do contexto nacional. Tal concepção é também tributária de uma influencia escatologica e soteriológica agostiniana, desde a filosofia pascaliana. Vanderlei Dorneles em A Linguagem da religião: binarismo, simbolismo e universalidade das narrativas míticas visa decodificar a estrutura linguística simbólica das narrativas religiosas, desde o capítulo 12 do Livro de Apocalipse 12, por meio de uma fenomenologia do sagrado em que a linguagem do simbolismo busca não uma relação causal do fenômeno, mas entender a constituição de recursos de mediação da relação inevitável do ser humando com realidades ausentes, também entendidas como transcendentes. O volume encerra com a contribuição de Joanicio Fernando Bauwelz com Teologia e Literatura: um discurso sobre o método, fruto de seu trabalho de mestrado que insere novas referências na inesgotável, porém necessária discussão metodológica. Tal debate avança na medida em que os objetos de pesquisa se revelam mais complexos e assim avança um campo de investigação científica. Bauwelz colabora com a interlocução oferecida pelo método hermenêutico de Divo Barsotti, em que a potência criadora da palavra humana pode ajudar a pensar as repercurssões da possibilidade de um Verbo divino, uma Palavra Maior que consequentemente ajuda a dilatar a compreensão da palavra poética.
O leitor também notará uma variedade de formas de ortografia, de concepção de textos acadêmico, e até mesmo de citações das referências, que os editores têm consciência e assumem o risco do estranhamento, pois entender ser esse dossiê um trabalho interdisciplinar e intercultural de duas comunidades acadêmicas que compartilham sim, o mesmo idioma, mas também a dinamicidade própria de uma língua ultramarina. A manutenção das diferenças para nós é uma forma de respeitar a alteridade e apostar nas formas de interação que tiveram início, e que só a história nos dirá que formas e lugares serão alcançados. Uma coisa é certa, este lugar de onde miramos a realidade é tributário de uma concepção teotópica, pois é fruto de um empenho em encontrar e consolidar o que nos une, em um longo itinerário marcdos por situações babilônicas em marcha a um desejo poético de Pentecostes, grávidos por reescrituras.
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Referências
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. Obra Poética. Porto: Assírio & Alvim, 2015.
BREYNER, Sophia de Mello; SENA, Jorge de. Correspondência 1959- 1978. Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2010.
CELAN, Paul. Arte Poética. O Meridiano e outros textos. Lisboa: Edições Cotovia, 1996.
ECHEVARRÍA, Fernando. Introdução à Filosofia. Porto: Nova Renascença, 1981.
ECHEVARRÍA, Fernando. Introdução à Poesia. Porto: Edições Afrontamento, 2001.
GUIMARÃES, Fernando. Junto à Pedra. Porto: Edições Afrontamento, 2019.
LEHNERT, Christian. „Stille ohne Maß. Dichtung and der Grenze der Wörter“, Stimmen der Zeit 4, 2019, p. 243-258.
RICOEUR, Paul. Figuring the Sacred. Religion, Narrative, and Imagination. Minneapolis/MN: Fortress Press, 1995.
SENA, Jorge de. Peregrinatio ad loca infecta. 70 Poemas e um Epílogo. Lisboa: Portugália Editora, 1969.
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Notas
[1][Carta de Sophia a Sena, 18/11/1969]: cf. BREYNER; SENA, 2010, p. 118.