A crise na educação brasileira: a falácia da Escola “sem” Partido

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p122-135

Mots-clés :

Escola “sem” partido, banalidade do mal, vazio de pensamento.

Résumé

O texto tem como objetivo identificar as origens do movimento denominado Escola sem Partido e o ambiente político profícuo em que se instalou e suas consequências para o sistema educacional e político no Brasil. Para tanto, pretendo fazer uma breve síntese do mapeamento das suas correntes ideológicas, analisando como se alastrou nas nossas redes de ensino, quais as suas pretensões e as possíveis formas de resistência.  A tentativa de realizar uma diagnose do presente depende muito da habilidade do autor, mas sigo na intensão foucaultiana de não perder a sensibilidade ao intolerável e acho esse, um caso bem emblemático. Nesse sentido, contarei com o suporte conceitual, não só de Michel Foucault, mas também de Hannah Arendt (inimigo objetivo, banalidade do mal, vazio de pensamento). Verificamos que os pressupostos da Escola “sem” partido, baseados numa educação neutra, promove a irreflexão e o vazio do pensamento. O risco identificado, caso nada seja feito contra essa corrente retrógrada, foi a produção de deficientes cívicos (FRIGOTTO, 2017)

 

Biographie de l'auteur-e

Marcos Carneiro Silva, UFRJ PROFESSOR ASSOCIADO DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Professor associado da Faculdade de Educaçao, licenciado em Educação Física e bacharel em Filosofia (UFRJ), pós doutoramento no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Integrante do Programa de Pós graduação em Educação da faculdade de Educação da UFRJ, área de atuação Educação e Filosofia Contemporanea, membro do Laboratório de Filosofia Contemporanea da UFRJ e do Labec, na faculdade de Educação e vice-lider do GT Pensamento Contemporaneo da ANPOF

Références

Arendt, Hannah. Homens em tempos sombrios. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

Arendt, Hannah. As origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Arendt, Hannah. Pensamento e considerações morais. In: A dignidade da política: ensaios e conferências. Trad. Antonio Abranches. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993, p.146.

Arendt, Hannah. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Trad. Antonio Abranches. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1995, p98.

Arendt, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

Arendt, Hannah. A condição humana. 10. ed. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

BERNSTEIN, Richard. ¿Cambió Hannah Arendt de opinión?: del mal radical a la banalidad del mal. In: BIRULÉS, Fina. Hannah Arendt: el orgullo de pensar. Trad. Xavier Calvo. Barcelona: Gedisa, 2002.

CASTELO BRANCO, Guilherme (ORG.). Terrorismo de estado. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

CORREIA, Adriano. Crime e responsabilidade: a reflexão de Hannah Arendt sobre o direito e a dominação totalitária. In: DUARTE, André et al. (Org.). A banalização da violência: a atualidade do pensamento de Hannah Arendt. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.

DUARTE, André. O pensamento à sombra da ruptura: política e filosofia em Hannah Arendt. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FOUCAULT, Michel. Segurança, território e população. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FRIGOTTO, Gaudêncio. (Org.) Escola “sem” partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2017.

KOHN, Jerome. O mal e a pluralidade: o caminho de Hannah Arendt em direção à Vida do espírito. In: AGUIAR, Odílio Alves et al. (Org.). Origens do totalitarismo: 50 anos depois. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

SOUKI, Nádia. Hannah Arendt e a banalidade do mal. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.

SOUZA, Marcelo. Educar para o pensamento: uma reflexão a partir de Hannah Arendt. Revista Perspectiva, vol.17, n.32, jul/dez, Florianópolis,1999.

Publié-e

2020-10-10

Comment citer

Silva, M. C. (2020). A crise na educação brasileira: a falácia da Escola “sem” Partido. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 10(21), 122–135. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p122-135

Numéro

Rubrique

Dossiê: Invisível e Indizível