Representar o irrepresentável e formular o informulável: o mito em trânsito nos labirintos da literatura e da teologia
DOI :
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p230-261Mots-clés :
Mito, teologia e literatura, mythohermenêuticaRésumé
Ambas, teologia e literatura se prendem em um fundo existencial onde experiências e vivências comandam o discurso, mas, mesmo que não queiramos, a tendência do discurso é eufemizar as experiências e vivências. Isso significa que o indizível, uma vez dito, perde sua força. Não obstante, embora o discurso seja uma das únicas formas de representar nossas experiências e vivências, o mito parece ser o fundo ancestral que fundamenta, sustenta e posiciona o discurso no mundo, na realidade, seja para a literatura, para a teologia ou qualquer outra forma de saber.
Resumidamente, compelimos realizar uma jornada, quase um passeio, ao lugar do mito no discurso, compreendendo sua natureza fugidia e, em seguida, nos meandros dos labirintos da teologia e da literatura. Jornada que fará com que esbarremos em algumas placas que parecem nos indicar que o mito é uma boa estratégia do discurso para representar o irrepresentável e formular o informulável.
Références
BACHELARD, G. A poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
_______. A poética do espaço. In: Os Pensadores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BENN, G. Soll die dichtung das leben bessern? In: Gesammelte werke. WEELLERSHOFF, D. (Org.). vol. IV, Wiesbaden, 1968.
BERNARDO, G. A ficção de Deus. São Paulo: Annablume, 2014.
BORGES, J. L. Discussão (1932). São Paulo: Cia das Letras, 2008.
_______. Ficções. 3 ed. São Paulo: Globo, 2001.
BRANDÃO, H. H. N. Introdução à análise do discurso. 5 ed. Campinas: Ed. UNICAMP, 1996.
BROTHERSTON, G.; MEDEIROS, S. (Orgs). Popol Vuh. São Paulo: Iluminuras, 2011.
CALASSO, R. A literatura e os deuses. São Paulo: Cia das Letras, 2004.
CROCE, B. Breviário de Estética: Aesthetica in nuce. São Paulo: Ática, 1997.
DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário: Introdução à arquetipologia geral. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
ELIADE, M. Mito e realidade. São Paulo: Perspectiva, 2013.
FRAZER, J. G. Apollodorus: The library. London & New York, 1921.
GIBELLINI, R. A teologia do século XX. São Paulo: Loyola, 1998.
GRANT, M. Roman myths. Londres, 1971.
KERMODE, F. Puzzles and epiphanies. New York: Chilmark Press, 1962.
LACERDA, S. História, narrativa e imaginação histórica In: SWAIN, T. N. (Org.). História no plural. Brasília: UnB, 1994, p. 9-42.
LEZAMA LIMA, J. A expressão americana. São Paulo: Brasiliense, 1988.
MARASCHIN, J. Pensamento metafísico: Religião e teologia na pós-modernidade. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2004, 15 p. (Mimeo).
QUELQUEJEU, B. Quando a escrita é questionada... - algumas perguntas aos que “escrevem teologia” In: JOSSUA, J-P e METZ, J. B. (Orgs). Teologia e Literatura, Concilium/115 - 1976/5, p. 54-64.
RAHNER, K. Teologia e antropologia. São Paulo: Paulinas, 1969.
RENARD, J-C. Poesia, fé e teologia In: JOSSUA, J-P e METZ, J. B. (Orgs). Teologia e Literatura, Concilium/115 - 1976/5, p 16-34.
ROLLÁN, M. S. Jean-Claude Renard: (La poesia como) oficio e transparência In: Teoliterária (Revista Brasileira de Literaturas e Teologias) – v. 4, n 8, 2014, p. 138-148.
RUTHVEN, K. K. O mito. São Paulo: Perspectiva, 2010.
SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1984.
SEGOLIN, F. Personagem e anti-personagem. São Paulo: Olho d’Água, 1999.
SOARES, A. M. L. Ciência da Religião aplicada à Teologia In: PASSOS, J. D; USARSKI, F. (Orgs). Compêndio de ciência da religião. São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013.
VICKERY, J. (Ed.) Myth and literature: Contemporary theory and practice. University of Nebraska Press, 1966.
WOOD, J. Como funciona a ficção. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias 2020
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
A TeoLiterária – Revista de Literaturas e Teologias é detentora dos direitos autorais de todos os artigos publicados por ela. A reprodução total dos textos em outras publicações, ou para qualquer outro fim, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor. Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, mais de 500 palavras de texto, tabelas, figuras e outras ilustrações) deverão ter permissão por escrito do editor e dos autores.