Retórica no De libero arbitrio de Agostinho de Hipona

Autores

  • Ricardo Reali Taurisano

DOI:

https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v1n2p35-67

Resumo

Este trabalho procura demonstrar de que modo os três livros do diálogo filosófico-teológico de  Agostinho de Hipona, De libero arbitrio, situa-se também no âmbito da “retórica”, ou, grosso modo, no âmbito do “discurso”. Evidencia-se ainda que discurso algum, nem o que se diz filosófico ou teológico, pode prescindir dos recursos que a ars rhetorica oferece, como pretendia Platão. Nem mesmo, pode-se dizer, o discurso que se diz “religioso”, que se pretende em busca de uma Verdade única, para muito além do eikós. Por conseguinte, sendo um e outro, ao mesmo tempo filosófico e religioso, dialético e teológico, procurou-se fazer ver que o De libero arbitrio pode sim ser compreendido e estudado como “discurso”. E como tal, é dotado de “intencionalidade”, ou seja, neste sentido técnico é, sim, “retórico”, mas não no sentido pejorativo e preconceituoso do termo, imposto por parte da obra de Platão, e que legou rastro tenaz, e sim no que Aristóteles, Cícero e os modernos pesquisadores da arte retórica lhe atribuem, como “produção verbal”, produção esta que é cuidadosamente elaborada, planejada e burilada a fim de que possa não apenas ensinar, mas também deleitar e levar à ação.

Palavras-chave: Agostinho. Retórica. Discurso. Gêneros retóricos. Filosofia cristã.

Biografia do Autor

Ricardo Reali Taurisano

Doutorando em Filosofia Medieval pela Universidade de São Paulo e Mestre em Letras Clássicas também pela Universidade de São Paulo (USP). Contato com o autor: ricardo.taurisano@gmail.com

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Publicado

2011-11-15

Como Citar

Taurisano, R. R. (2011). Retórica no De libero arbitrio de Agostinho de Hipona. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 1(2), 35–67. https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v1n2p35-67