Este artigo expõe o processo de criação de um carnavalesco paulistano. A pesquisa foi realizada com Raul Diniz, que autorizou o acompanhamento de sua rotina no carnaval e disponibilizou informações que possibilitaram a análise das restrições e dos limites impostos pelas escolas de samba no processo de criação de um carnavalesco. A pesquisa, de cunho bibliográfico, documental e de campo, teve como base a metodologia da crítica genética e de processo, e os princípios teóricos foram os da semiótica da cultura e peirciana. O objeto de análise dessa investigação foi o Carro Abre-alas da Escola de Samba Vai-Vai, elaborado para o Desfile das Escolas de Samba de São Paulo, em 2006. Esboços, desenhos, anotações, sinopses, livros de pesquisa e apoio, críticas e reportagens publicadas na mídia, fotos e também alguns objetos produzidos por Diniz foram estudados com o intuito de analisar seu processo de criação. Todos esses registros ou pertences desse profissional foram observados e estudados com o propósito de perceber quais interferências alteraram os procedimentos e as escolhas durante o processo de criação, elaboração e construção do espetáculo de um desfile para uma escola de samba.