TECHNÉ, TECNOLOGIA E A CRÍTICA DO DEUS METAFÍSICO EM HEIDEGGER

Autores

  • Guilherme Cavalcante Silva Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.23925/1980-8305.2018i2p102-110

Palavras-chave:

técnica, Deus, pós-metafísica, Martin Heidegger

Resumo

Uma das principais inquietações do denominado segundo Heidegger é acerca da técnica moderna e sua instauração como 'ápice' da metafísica, a consumação do processo histórico de fixação e mensuração do Ser. Embora já presente no clássico 'Ser e Tempo', é na conferência 'A Questão da Técnica' que o filósofo alemão trabalha a técnica para além de uma abordagem instrumental e orientada para os objetos técnicos. Para ele, técnica é o modo pelo qual as coisas se apresentam como existentes para o ser humano na contemporaneidade, como coisas passíveis de produção, problematização, cálculo e reprodutibilidade. Heidegger aponta este pensamento como sendo o ápice de uma história (Seingeschichte) de constante apreensão do Ser que se inicia com os gregos, através de Platão. A partir da crítica de Heidegger à metafísica e de sua forma de expressão contemporânea, a técnica, este trabalho busca traçar, por meio da própria reflexão do filósofo no texto acima citado e em outras obras, uma crítica da teologia conforme esta se desenvolveu dentro da metafísica e se encontra na era da técnica moderna. Desta maneira, procura contribuir para se pensar Deus e a teologia fora da metafísica. A análise teórica conta também com uma revisão bibliográfica de autores intérpretes da filosofia heideggeriana.

Biografia do Autor

Guilherme Cavalcante Silva, Universidade Estadual de Campinas

Mestrando em Divulgação Científica e Cultural (Universidade Estadual de Campinas - Unicamp). Graduando em Teologia (Centro Universitário Adventista de São Paulo – Unasp).

Referências

BISHOP, J. Transhumanism, Metaphysics and the Posthuman God. Journal of Medicine and Philosophy. 35(6), p. 700-720, 2010.

FELINTO, E. A Religião das Máquinas: Ensaios sobre o Imaginário da Cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2005.

GORZ, A. O imaterial: conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume, 2005.

HEIDEGGER, M. Identity and Difference. New York: Harper & Row, 1969.

__________. Introduction to Metaphysics. New Haven: Yale University Press, 2000.

__________. Ser e Tempo. Petrópolis: Editora Vozes, 2005.

__________. A Questão da Técnica. Scientiae Studia. 5(3), p. 375-398, 2007.

__________. The Provenance of Art and the Destination of Thought. Journal of the British Society for Phenomenology. 44(2), p. 119-128, 2013.

MICKLE, E. Téchne y técnica, ousía y materia. Hypnos, 3(4), p. 18-27, 1998.

SEUBOULD, G. Heideggers Analyse der neuzeitlichen Technik. Friburgo: Alber, 1986.

SILVA, G.C. Elementos para uma crítica da noção cibernética da comunicação: um estudo sobre as premissas cibernéticas da comunicação à luz do avanço da inteligência artificial. Monografia, Centro Universitário Adventista de São Paulo, 2016.

THOMSON, I. Ontotheology? Understanding Heidegger’s Destruktion of Metaphysics. International Journal of Philosophical Studies. 8(3), p. 297-327, 2000.

__________. Heidegger on Ontotheology: technology and the politics of education. New York: Cambridge University Press, 2005.

TOMAZ, T. Alteridade e Tecnologia: Implicações da Fenomenologia de Martin Heidegger, 2016. In: https://www.researchgate.net/publication/324311823_Alteridade_e_Tecnologia_Implicacoes_da_Fenomenologia_de_Martin_Heidegger. Acesso em agosto de 2018.

_______. A Máquina como Outro comunicativo: crítica da concepção cibernética à luz da fenomenologia de Heidegger. Tese de Doutorado, Escola de Comunicação e Artes – Universidade de São Paulo, 2017.

Downloads

Publicado

2018-12-20

Como Citar

Silva, G. C. (2018). TECHNÉ, TECNOLOGIA E A CRÍTICA DO DEUS METAFÍSICO EM HEIDEGGER. Último Andar, (32), 102–110. https://doi.org/10.23925/1980-8305.2018i2p102-110