A RELAÇÃO CAPOEIRA E RELIGIÃO – UMA REFLEXÃO SOBRE ANTIGOS E NOVOS TEMPOS DE UMA ARTE QUE É MARCIAL
DOI:
https://doi.org/10.23925/1980-8305.2018i2p56-69Palavras-chave:
Capoeira, religião, Candomblé, pentecostalismoResumo
Este artigo pretende discutir a relevância da religião na prática da Capoeira. Ele foi motivado pelo surgimento e crescimento da prática da Capoeira Gospel criada por membros de igrejas evangélicas pentecostais como alternativa para a suposta relação da Capoeira tradicional com as chamadas religiões de matriz africana que normalmente são associadas, por essas igrejas, a uma devoção ao diabo, demônio ou entidade parecida. São igrejas que parecem perceber e abraçar o potencial agregador da Capoeira, mas que não entendem ou aceitam sua origem supostamente religiosa e presente na sua africanidade. Sem a pretensão de chegar a conclusões definitivas, mas não se omitindo em expressar opiniões e ressaltando algumas ambiguidades, o texto irá tratar sobre as possíveis origens da Capoeira e sua evolução na realidade brasileira. Pontuar a relação de alguns praticantes com o Candomblé, especialmente na Bahia, e a ligação de seus cantos e pontos com práticas de organização do trabalho trazidas da África. Este artigo não se apoia exclusivamente numa pesquisa sistemática, até porque há pouco escrito sobre o tema. Ele traz uma síntese das origens do canto e das letras das músicas usadas tanto na Capoeira quanto no Jongo e nas Congadas e lembra que a divisão entre sagrado e profano nunca fez parte da cosmovisão africana. Todos os subtítulos são termos ligados à Capoeira.
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