Religião e significado

entre o "Mito de Sísifo e "Em busca de sentido

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/ua.v25i40.57312

Palavras-chave:

Religião, absurdo, sentido da vida, Albert CAmus, Viktor Frankl

Resumo

A religião confere sentido à existência humana. Essa afirmação é um tipo de ponto pacífico entre cientistas da religião, filósofos que se ocupam com a religião e psicoterapeutas de abordagem existencial.Entretanto, autores como Grondin (2012) reconhecem que fora do âmbito religioso pode-se também fazer experiências de sentido. Entre as várias respostas que podem ser dadas pela religião e pela filosofia, encontra-se a chamada corrente da absurdidade, cujo formulador e divulgador mais eficiente foi Albert Camus, mesmo tendo sido influenciado por expoentes como Nietzsche, Kierkegaard e o próprio Sartre. Ao contrário de Camus, que não enxergava qualquer sentido na existência humana mas que nem por isso propunha o suicídio, o psiquiatra Viktor Frankl entendia o ponto nevrálgico da vida humana exatamente como a busca por sentido. Este artigo tem por objetivo cotejar os pensamentos de Camus e de Frankl a partir de seus ensaios mais conhecidos a respeito da existência. “ O mito de Sísifo”, camusiano; e “Em busca de sentido”, de Frankl. Embora Camus apresente compreensão individualista do sentido e da ausência do sentido, sua reflexão ainda é expressiva para hoje. Por outro lado, Frankl mostra abertura para as influências que a sociedade exerce sobre a pessoa. Essa perspectiva de Frankl, em consonância com os sociólogos Berger e Luckmann, acaba se mostrando mais ampla do que a de Camus.

 

 

Biografia do Autor

Marcos Paulo Fonseca da Costa, Universidade Católica de Pernambuco

Mestre em ciências da religião.

Referências

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. Modernidade, pluralismo e crise de sentido:a orientação do homem moderno. 3. ed.Petrópolis-RJ: Vozes, 2012.

BISPO, Milene Fontes de Menezes; ROSA, Roberto Sávio.O Mito de Sísifo: A decisão de viver ou suprimir a vida. Revista de Filosofia da UESB, 2013. Disponível em: http://periodicos2.uesb.br/index.php/filosofando/article/view/2134. Acesso em: 2 ago. 2020.

CAMUS, Albert. O mito de Sísifo. Disponível em: http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/Albert%20Camus-2.pdf. Acesso em: 13 jun. 2020.

FOGEL, Gilvan. Que é filosofia? Filosofia como exercício de finitude. Aparecida-SP: Ideias e Letras, 2009.

FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido. 44. Ed. São Leopoldo-RS: Sinodal; Petrópolis-RJ: Vozes, 2018.

GRONDIN, Jean. Que saber sobre filosofia da religião. Aparecida-SP: Ideias e Letras, 2012.

HARRIS, Sam. Despertar: um guia para a espiritualidade sem religião. São Paulo: Cia das Letras, 2015.

RABUSKE, Edvino A. Antropologia filosófica. 8. Ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2001.

REALE, Giovanni. Pré-socráticos e orfismo. Nova edição corrigida. São Paulo: Loyola, 2009.

SIMÕES, Antônio et al. O sentido da vida: contexto ideológico e abordagem empírica. Revista Psychologica, 2009. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/psychologica/article/view/1647-8606_51_8. Acesso em: 15 ago. 2020.

ZILLES, Urbano. Filosofia da religião. São Paulo: Paulinas, 1991.

ZILLES, Urbano. Antropologia teológica. São Paulo: Paulus, 2011.

Downloads

Publicado

2022-10-31

Como Citar

Costa, M. P. F. da. (2022). Religião e significado: entre o "Mito de Sísifo e "Em busca de sentido . Último Andar, 25(40), e57312. https://doi.org/10.23925/ua.v25i40.57312