A CONSTRUÇÃO DO ETHOS DISCURSIVO DE AFONSO X DE LEÃO E CASTELA NO PRÓLOGO DA OBRA CANTIGAS DE SANTA MARIA (SÉCULO XIII)

Resumen

Este artigo objetiva verificar como Afonso X constrói seu ethos discursivo na interação com seu interlocutor ao compor o prólogo da obra. Para a análise, investigamos, a partir das marcas do comportamento enunciativo do locutor, a imagem que o rei dá de si para legitimar sua fala. Do ponto de vista teórico, valemo-nos de categorias do Modo de Organização Enunciativo postuladas por Charaudeau (2014) e de conceitos de ethos discursivo de Maingueneau (2002; 2008) e de Amossy (2005; 2008). Os resultados mostraram que a atenção ao comportamento enunciativo do rei Afonso X nos leva à construção de seu ethos discursivo projetado. Ele atribui a si papéis que o autorizam a opinar e a querer, bem como a expressar seu ponto de vista por meio da obrigação, do saber e da ignorância. Tais ações visam a louvar a Virgem Maria e a cantar suas narrativas de milagres.