n. 23 (2013): Verve

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verve, entre levezas e contundências, segue atenta ao que vibra liberdades. vive intensa no que problematiza a política, a moral do castigo e as tentativas de pacificar existências e práticas.

verve vem na companhia de max stirner, pela análise de saul newman, com seu firme ataque às procedências metafísicas do humanismo e do liberalismo.

a coragem de existências libertárias continua nas páginas de verve pelas lembranças de christian ferrer do anarquista alfredo errandonea e na narrativa sobre o fechamento do centro de estudos sociais prof. josé oiticica, no início da ditadura civil-militar brasileira, por pietro ferrua. esse relato de ferrua compõe, junto a outros quatro já publicados em verve, parte inédita dos arquivos do centre internationale de recherche sur l’anarchisme que registra acontecimentos cruciais do anarquismo no brasil dos anos 1960.

a verve abolicionista desponta com márcia cristina lazzari sobre o redimensionamento da punição de crianças e jovens em artigo atiçado por incisivo hypomnemata sobre a sanha punitiva e assassina no brasil de agora.

sofia osório apresenta a história de práticas de liberdade movidas pela dança e pela pulsão de vida heterotópica que emergiu num brasil de repressão e medo. seu artigo provoca um deslocamento, forte e sutil, para o desconcerto que as práticas ditas “primitivas” produzem no civilizado e nos anarquismos, com david graeber e pierre clastres, na leitura de yoram moati.

tensões e liberações, fluindo por limiares numa história do presente na aula-teatro revista e potencializada por edson passetti e acácio augusto.

nas resenhas, a guerra ininterrupta em torno da repressão às drogas é esgarçada em suas táticas de controle e possibilidades de resistência e invenções livres, enquanto o anarquismo contemporâneo é apresentado em suas potências combativas, limites e labirintos.

a anarquia, essa força que não cessa, atravessa verve em fotos que registram gritos grafados em muros nas américas e na europa, em fotos de edson passetti e thiago rodrigues.

com levezas e contundências, verve desdobra-se eletrônica, inventando heterotopicamente espaços de liberdade, como um convite ao desassombro e à coragem.

vivas!

Publicado: 2016-11-28