Rede Globo: Teledramaturgia e poder sob a ditadura

Autores

  • José Arbex Jr. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP - Departamento de Jornalismo

DOI:

https://doi.org/10.23925/nhengatu.v2i3.34260

Palavras-chave:

Rede Globo, Poder e Ditadura, Teledramaturgia

Resumo

A história da criação, instalação e desenvolvimento da Rede Globo no Brasil já é bastante conhecida, apesar de todos os esforços feitos pela feita família Marinho e porta-vozes, com o objetivo de ocultá-la ou falsificar deliberadamente os fatos. 1 Por essa razão, não é nosso objetivo discutir em detalhe esse capítulo tenebroso da história, mas sim as formas assumidas pela colaboração entre a Rede Globo e a ditadura militar, especialmente no campo da manipulação do imaginário. É certo, também, que muito já se escreveu sobre o tema, mais especificamente tendo como foco o Jornal Nacional e as narrativas ufanistas e patrióticas, destinadas a criar um clima consensual de sustentação da ditadura militar. Mas, relativamente pouco se discute o papel da teledramaturgia (telenovelas e minisséries) e do entretenimento na sustentação ideológica do regime. A teledramaturgia global costuma ser festejada como uma das mais competentes e sofisticadas do mundo. A rede exportava (e exporta) telenovelas para o mundo inteiro (incluindo países do bloco socialista, como China e Cuba), e estabelece padrões internacionais, estéticos e industriais, de produção. Mas a construção do “Padrão Globo de Qualidade” tem uma história, também ela total e indissoluvelmente vinculada à história da própria ditadura militar.

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Publicado

2017-08-30