GOVERNANÇA CORPORATIVA: UM ESTUDO SOBRE O APOIO DA ALTA ADMINISTRAÇÃO AO PROGRAMA DE INTEGRIDADE, EM CONSONÂNCIA COM A LEI N.º 12.846/2013 NA COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP.

Autores

  • Márcio Shoiti Kuniyoshi PUC-SP/Departamento de Administração https://orcid.org/0000-0003-2973-9645
  • Andre Carrillo FIA - Fundação Instituto de Administração

DOI:

https://doi.org/10.23925/2237-4418.2021V36i1p90-110

Palavras-chave:

Governança Corporativa; Programa de Integridade; Stakeholders, Compliance.

Resumo

O tema Governança Corporativa e as práticas de governança tem sido foco de várias pesquisas acadêmicas. (COSTA, 2016; GILL, 2008; ALMEIDA, 2002; CARVALHAL-DA-SILVA, 2002). Para Ventura (2009), a adoção de boas práticas de governança corporativa passou a ser exigida e vista como uma forma do investidor assegurar o tratamento adequado de seus interesses, principalmente o retorno sobre os investimentos. O objetivo deste estudo foi analisar as influências do Programa de integridade em consonância com a Lei nº 12.846/2013 para com as práticas de Governança Corporativa da SABESP e seus reflexos sobre os principais stakeholders corporativos. A pesquisa foi de natureza exploratória, de caráter qualitativo, baseado no método de Estudo de Caso. Para a coleta de informações foram realizadas entrevistas em profundidade com gestores responsáveis pelo Programa de Integridade da Sabesp, análise documental e observações participantes do pesquisador. Os principais achados do estudo mostraram o comprometimento da alta direção da empresa na atuação em discussões e aprovações do conteúdo do programa e, consequentemente, na participação em atividades relacionadas à supervisão da aplicação das políticas de integridade. As medidas de integridade existentes na Sabesp também foram analisadas. Deficiências e oportunidades de melhoria foram identificadas com a finalidade de diminuir o risco de corrupção e fraudes, bem como aumentar a capacidade de detecção e remediação das irregularidades que venham a ocorrer. Os resultados mostraram ainda que, a alta administração da Sabesp ao se posicionar afirmativamente pelo combate de práticas ilegais, promoveu a redução dos riscos da ocorrência de fraude e corrupção, fortalecendo as práticas de Governança Corporativa e trazendo maior segurança aos principais stakeholders da Sabesp.

Biografia do Autor

Márcio Shoiti Kuniyoshi, PUC-SP/Departamento de Administração

Doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (2008), mestre em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001) e bacharel em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991). Parecerista de periódicos listados no Webqualis Administração. Professor Titular do Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo. Vice-coordenador de curso de graduação (Campus Ipiranga) e professor do curso de Administração de Empresas - área Administração Geral - da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: modelos de gestão, inovação e competitividade, gestão do conhecimento, planejamento estratégico e estratégias competitivas e empreendedorismo (independente e corporativo). Pesquisador associado do NPGT - Núcleo de Pesquisa em Política e Gestão Tecnológica e subcoordena o GPEADE - Grupo de Pesquisa em Administração Avançada e Empreendedorismo listado no diretório de grupos de pesquisa do CNPq, cujas linhas de pesquisa são: novos modelos de gestão, empreendedorismo independente e corporativo com ênfase em criação de empresas e negócios de base tecnológica.

Referências

ALMEIDA, F. G., ALMEIDA, L. C., & NESS JR., W. L. A governança corporativa no setor de telecomunicações brasileiro. In Encontro Brasileiro de Finanças, Rio de Janeiro. Anais do Encontro Brasileiro de Finanças, Rio de Janeiro: SBFIN. 2, 2002

ARAÚJO, C.E.B., CABRAL, A.C A., SANTOS, S.M., PESSOA, M.N. M., & ROLDAN, V.P.S. Grau de adesão de empresas familiares às boas práticas de governança corporativa: proposição e teste de um instrumento-diagnóstico. Revista Alcance – Eletrônica. 2013.

B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão. Regimento do Programa Destaque em Governança de Estatais. São Paulo. 2017.

BERLE, A.A.; MEANS, G.C. A moderna sociedade anônima e a propriedade privada. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO - Bovespa. Boletim Informativo Ano 5 n. 92, out. 2006 Disponível em <http://www.bovespa.com.br>. Acesso em: 10 jun. 2017.

BRASIL. Banco Central. Resolução n° 2.829, de 06 de abril de 2001. Brasília, DF, abr. 2001. Disponível em: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/72/BACEN/2001/2829.html>. Acesso em: 10 jun. 2017.

CADE: Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Guia para Programas de Compliance, Brasília, 2015.

CBIC: Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Guia de Ética e Compliance para Instituições e Empresas do Setor da Construção. Brasília. 2016.

CARVALHAL-DA-SILVA, A. L. Governança corporativa, valor, alavancagem e política de dividendos das empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas, 39(4), 348-36. 2004.

CGU: Controladoria Geral da União. Empresa Pró-Ética. 2017. Disponível em <http://www.cgu.gov.br/assuntos/etica-e-integridade/empresa-pro-etica>. Acesso em: 10 jun. 2017.

CHRISTIANO, R. Comunicação de uma empresa de soluções ambientais. Disponibilizado em <http://www.sabesp.com.br/sabesp/filesmng.nsf/1BBCC9B59A8BD7F3832574CD004E14E2/$File/comunicacao_sabesp.pdf>. Acessado em 18 mai.2017.

COSTA, S, L. RIBEIRO, F. A. Programa de Integridade como mecanismo de governança. Disponível em <http://serpro.gov.br/tema/edicao-238/programa-deintegridade-como-mecanismo-de-governanca>. Acesso em: 10 junho.2017.

DEMO, P. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000.

Ethos: Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Empresa Pro-Ética. 2016. Disponível em <https://www3.ethos.org.br/conteudo/projetos/integridade/ empresa_pro_etica/#.WcFS9bKGN1u>. Acesso em: 10 jun. 2017.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003.

GIL, A C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

GILL, A. Corporate governance as social responsibility: a research agenda. Berkeley Journal of International Law, New York, v. 26, n. 2, p. 452-478, 2008.

GILL, M.S., VIJAY, T.S., JHA, S. Corporate governance mechanisms and firm performance: a survey of literature. - e Icfai University Journal of Corporate Governance. 2009.

GODOY, A. S. Introdução à Pesquisa Qualitativa e suas Possibilidades. Revista de administração, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, mar./abr. 1995.

GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciência Sociais. Rio de Janeiro: Record, 2001.

HITT, M., IRELAND, R., HOSKISSON, R. Administração estratégica: competitividade e globalização. São Paulo: Thomson Learning. 2003.

IBGC: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de Governança Corporativa. 4ª edição. 2010.

IBGC: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Conformidade e Integridade. Conformidade e Integridade. 2015. Disponível em <http://www.ibgc.org.br/ userfiles/2014/files/Arquivos_Site/IBGC_Discussao_Conformidade_Integridade.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2017.

IBGC: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Guia das Melhores Práticas de Governança para Cooperativas. IBGC. São Paulo. 2015.

IIA - The Institute of Internal Auditors. Declaração de posicionamento do IIA: As três linhas de defesa no gerenciamento eficaz de riscos e controles. 2013. Disponível 70 em: <http://www.iiabrasil.org.br/new/2013/downs/As_tres_linhas_de_defesa_Declaracao_de_Posicionamento2_opt.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2017.

LAKATOS, E. M. ; MARCONI, M. A.. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed.São Paulo: Atlas, 2003.

LAMEIRA, V.J., NESS, W.L. Os determinantes da qualidade da governança praticada pelas companhias abertas brasileiras. Revista de Negócios. 2011.

LODI, J. B. Governança corporativa: o governo da empresa e o conselho de administração. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

McKINSEY & COMPANY; KORN FERRY INTERNATIONAL. Panorama da Governança Corporativa no Brasil. São Paulo, 2001. Disponível em <http://www.kornferry.com.br>. Acesso em: 10 jun. 2017.

Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSA. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 2015. Brasília: SNSA/MCIDADES, 2017.

ROSSETTI, J.P., ANDRADE, A. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências (5a ed.). São Paulo: Atlas. 2011.

SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Relação com Investido: Estrutura de Governança Corporativa: Disponível em . Acesso em: 20 abr. 2017.

SELLTIZ, C. et al. Planejamento de pesquisa. In: SELLTIZ, C. et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Ed. Herder e Editora da Universidade de São Paulo, p. 57-160, 1967.

SILVEIRA, A. D. M. Governança Corporativa e estrutura de propriedade: Determinantes e Relação com o Desempenho das Empresas no Brasil. São Paulo, 2004. Tese (Doutorado) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em <http://www.teses.usp.br>. Acesso em 01 mai. 2017.

SILVEIRA, A.D.M. Governança Corporativa, Desempenho e Valor da Empresa no Brasil. São Paulo, 2002. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em <http://www.teses.usp.br>. Acesso em: 10 jun. 2017.

STANDARD & POOR´S. Country Governance Study - Brazil, 2004. Disponível em <http://www.ibgc.org.br>. Acesso em: 10 jun. 2017.

VENTURA, E. C. F. Governança Cooperativa: Diretrizes e Mecanismos para Fortalecimento da Governança em Cooperativas de Crédito. Brasilia: BCB, 2009.

WILLIAMSON, O. E. The Mechanisms of Governance. New York: Oxford University Press, 1996.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Downloads

Publicado

2022-02-13