Teresa de Ávila e a parábola do bicho-da-seda. Encantamento em prosa para um renascer em Cristo

Autores

  • Lúcia Pedrosa-Pádua PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2019v19p239-251

Palavras-chave:

Mística e literatura, Parábola do bicho-da-seda, Santa Teresa de Ávila, Teologia, Teo-poética

Resumo

Estamos no interior de um dos símbolos mais importantes do livro Castelo Interior ou Moradas, de Santa Teresa de Ávila. Literariamente, pode ser lido como uma unidade com valor próprio.  A autora encontra-se numa encruzilhada narrativa, precisa mostrar que o amor de Deus opera uma transformação interior em direção à liberdade, à beleza e ao amor concreto, aquele vivido nas relações humanas cotidianas. Mas esta metamorfose é também morte, alteração da rota, transformação radical em relação à anterior forma de vida, tão apegada a mil coisas. Não é possível seguir adiante sem abrir espaço, sem deixar algo. São João da Cruz havia expressado esta realidade poeticamente: “Matando, trocaste morte por vida”. Teresa o faz pela imagem da metamorfose do bicho-da-seda em uma “borboletinha branca”, passando pela construção do casulo. A narrativa teresiana é marcada por linguagem cheia de encantamento e poesia, em especial, pelo uso do recurso literário dos diminutivos. A narrativa revela uma mística cósmica e intenciona ser uma parábola da vida cristã que, confiada no próprio Cristo, “entra” em sua vida para com ele renascer.

Biografia do Autor

Lúcia Pedrosa-Pádua, PUC-Rio

Lúcia Pedrosa-Pádua é Dra. em Teologia Sistemático-pastoral (PUC-Rio, no Centro Internacional de Estudos Teresiano-Sanjuanistas de Ávila – CITeS). Atua como  professora de teologia na PUC-Rio e pesquisadora nas áreas de Mística (especialmente de Santa Teresa de Ávila), Antropologia Teológica e Mariologia. E-mail: lpedrosa@puc-rio.br.

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Publicado

2019-12-16

Como Citar

Pedrosa-Pádua, L. (2019). Teresa de Ávila e a parábola do bicho-da-seda. Encantamento em prosa para um renascer em Cristo. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 9(19), 239–251. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2019v19p239-251