Estudo retrospectivo das complicações da apendicite aguda relacionadas com a demora para o tratamento operatório

Resumo

Introdução: A apendicite aguda (AA) é a doença cirúrgica abdominal mais comum na infância. Em crianças menores de 5 anos sua evolução é geralmente atípica e o atraso no diagnóstico leva frequentemente a complicações como perfuração e peritonite (82% dos casos) acarretando aumento da morbimortalidade nesta faixa etária 1 . 3 ; Objetivos: O objetivo do presente estudo é o de estabelecer uma relação entre a presença das complicações descritas acima (perfuração, uso de dreno e infecção da ferida operatória), com o tempo de espera para a cirurgia; Metodologia: Foram analisados 200 os prontuários de crianças com idade até 12 anos completos, atendidas no período de janeiro de 2010 à dezembro de 2014, cujo diagnóstico de entrada no Hospital Regional do Conjunto Hospitalar de Sorocaba foi de AA. Foram igualmente estudados os dados: idade, sexo, graus clínicos e histológicos do apêndice inflamado (Figura 1), uso de dreno, deiscência, formação de abcesso; Resultados: As complicações que aconteceram nas crianças operadas até 7 horas de internação foram: Abscesso em 19 (9%) crianças, colocação de Dreno em 29 (14%) e Deiscência em 6 (3%) crianças. Nas crianças operadas depois de 7 horas de internação as complicações foram: Abscesso em 12 (6%) crianças, colocação de Dreno em 51 (24%) e Deiscência em 6 (3%) crianças; Conclusão: O tempo para o tratamento cirúrgico da AA parece não aumentar o risco de complicações como perfuração e infecção do sítio cirúrgico 1, 2.