<b>Sumário | Editorial</b>
Resumo
O dossiê desta edição aborda o tema da memória e sua apreensão midiática sob três pontos de visada. Marialva Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, examina a narratividade televisiva em sua construção de passados e futuros, principalmente em cerimônias e comemorações. Herom Vargas (Universidade IMES - São Caetano do Sul), Priscila F. Perazzo (IMES) e Simone Luci Pereira (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) abordam a produção musical popular na região do Grande ABC paulista a partir da memória de alguns de seus personagens, investigando os papéis de emissoras de rádio locais como mediadoras culturais entre gêneros musicais e a sociedade local. Alexandre Rocha da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), debate o modo de construção da figura de Elis Regina como agente televisiva pela televisão brasileira. Seu argumento, instigante, é que Elis foi a primeira cantora efetivamente produzida pela televisão brasileira. Entre os artigos, o leitor terá encontro com seis autores: Cauduro, Caramella, Noack, Souza, Santarelli e Lima Junior. Flávio Vinicius Cauduro, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-RS, estuda a apropriação feita pelo design da realidade simbólica incorporada nos produtos, ou seja, o que certos autores chamam de valores imateriais. Como eles são incorporados como signos aos produtos para interpelar o sujeito da recepção publicitária enquanto sujeito do desejo e não como sujeito da consciência? Lacan é aqui chamado para a exposição. Elaine Caramella, professora do Departamento de Arte da Faculdade de Filosofia e Comunicação da PUC-SP e do Curso de Design do Centro Universitário Senac, examina o aspecto polêmico do design na atualidade, associado ao conceito de interface, fazendo necessária uma contextualização da construção conceitual do design no século 20, para perceber porque, hoje, um projeto de design não pode ser mais entendido somente como desenho: "o desenho é um dos códigos que se entrelaçam na ação projetual". No mundo contemporâneo, o design é ação interpretante complexa, uma vez rompidos os limites entre desenho industrial, publicidade, marketing etc. Sandra Souza, Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da ECA/USP, e Christiane Santarelli, doutoranda na mesma escola, tematizam o processo persuasivo das campanhas publicitárias, fundamentalmente ancorado na visualidade, considerando o percurso analítico que incorpora a percepção dos elementos expressivos dos textos, bem como a interpretação da ação pretendida pelo anunciante. O corpus específico aqui desconstruído é a campanha da Fórum "ajude a limpar o Brasil". Juliane Noack, pós-doutoranda em Comunicação Social na PUC-MG, investiga o conceito de identidade a partir de uma visão semiótica. Trata-se de verificar se o sujeito pós-moderno, já dado tantas vezes como morto, ainda tem sua unidade, e coerência, ou se as teorias identitárias ancoradas na continuidade perderam sua validade. Será que se deve hoje abdicar do conceito de "identidade"? O que nos diz disso a semiótica escolhida pela autora? Finalmente, Walter Teixeira Lima Junior, professor do Programa de Pós- Graduação da Cásper Líbero, parte de outra preocupação em relação à memória: como escolher uma fonte jornalística? Seu ponto de inflexão está na memória biológica e na constituição de um software para tomada de decisões na escolha das melhores fontes jornalísticas. Dois livros são comentados nas Resenhas. O primeiro, de Muniz Sodré, As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política, é apresentado por Kati Caetano. Trata-se de uma investigação filosófica de fôlego do conhecido e querido autor de Antropologia do espelho, incidindo agora na importância do sensível na comunicação do capitalismo globalizado. O segundo livro, de Andrea Semprini, A marca pós-moderna: poder e fragilidade da marca na sociedade contemporânea, surge na continuidade das pesquisas do autor sobre as marcas e realiza um balanço crítico em termos de força e fragilidade das marcas na atualidade da economia imaterial. A resenhadora é Valdenise Leziér Martyniuk. José Luiz Aidar Prado Editor CientíficoMetrics
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Publicado
2007-09-28
Edição
Seção
Editorial | Editorial
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