Fatos estilizados dos fundos de Private Equity no Brasil

Autores

  • João Eduardo Ribeiro Universidade Federal de Minas Gerais http://orcid.org/0000-0001-6969-6972
  • Claudia Faria Maciel CEFET-MG
  • Juliano Lima Pinheiro UFMG

DOI:

https://doi.org/10.23925/cafi.v2i2.43505

Resumo

O objetivo deste estudo é evidenciar fatos estilizados dos fundos de Private Equity no Brasil, a fim de compreender como se dá essa modalidade de investimento no mercado de capitais brasileiro. Para tanto, utilizou-se de dados secundários de 12 fundos que possuem domicílio no Brasil e investem em empresas brasileiras. Os dados foram obtidos através do sistema de informações da Bloomberg. Os resultados mostram que o benchmark mais utilizado pelos fundos estudados foi o DI-Cetip, o Fix TRX Des Imob I possui o maior retorno, o Brasil Invest 2014 I FIP tem o maior risco da amostra, e o Barao Vermelho FIP o menor.  Quanto ao tracking error, o fundo que apresentou maior afastamento do benchmark foi o Brasil Invest 2014 I FIP. Além disso, foi observado beta negativo em diversos fundos, o que reforça a ideia de que existem medidas mais adequadas que o beta para avaliar o risco dos países com mercados emergentes. No geral, o fundo FIP TRX Des Imob I apresentou o melhor desempenho dos fundos analisados, não só pela boa performance nos índices IS, IT, Alfa de Jensen e Isor, mas também por ser um dos mais aderentes ao benchmark e possuir uma das menores volatilidades da amostra. Por outro lado, o fundo Brasil Invest 2014 FIP apresentou a menor aderência ao benchmark, além de ser o fundo mais volátil da amostra.

Biografia do Autor

João Eduardo Ribeiro, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorando em Administração na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na qual desenvolve estudos na área de Finanças de Mercado, Liquidez, Microestrutura de Mercado, Estrutura de Capital e Assimetria Informacional. Professor convidado do Curso de Especialização em Gestão Estratégica (CEGE-UFMG). Mestrando em Administração no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Graduando em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Membro do Grupo de Pesquisa Finance Research Group (GFIN).

Claudia Faria Maciel, CEFET-MG

Mestranda em Administração - CEFET-MG

Juliano Lima Pinheiro, UFMG

Tenho uma trajetória profissional de 30 anos no Mercado Financeiro e de Capitais. O que me move é o gosto pelo desafio e a busca incessante pelo conhecimento. No Mercado de Capitais, atuei como gestor, superintendente e diretor de gestão. No Mercado Financeiro, atuei como executivo em bancos no Brasil e na Espanha. No âmbito institucional, atualmente sou vice-presidente Executivo do IBEF, fui presidente da APIMEC, e tive participações nos Conselhos da Anbima, Apimec e IMMC e na liderança do Grupo de Estudos Temático de Finanças do CRA. Leciono há 30 anos sobre os temas de Finanças e Mercado de Capitais em cursos de doutorado, mestrado, MBA e graduação do Ibmec, FDC e PUC. Em 2016, assumi o cargo de professor pesquisador no Departamento de Ciências Contábeis da UFMG. Em 2017 fui convidado pela CVM para escrever um capítulo do livro Análise de Investimentos de sua série TOP e em 2018, organizei e fui autor de três capítulos do livro Gestão de Risco no Mercado Financeiro, publicado pela Editora Saraiva. Sou autor do livro ?Mercado de Capitais? (ed. GEN Atlas), apoiado e patrocinado pela B3. Com mais de 25 mil cópias vendidas, ele é amplamente adotado em cursos de graduação e pós-graduação em Administração, Ciências Contábeis e Economia em todo o Brasil.

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Publicado

2019-07-01

Como Citar

Ribeiro, J. E., Maciel, C. F., & Pinheiro, J. L. (2019). Fatos estilizados dos fundos de Private Equity no Brasil. CAFI, 2(2), 195–210. https://doi.org/10.23925/cafi.v2i2.43505