O Acesso à Justiça na Constituição Federal Brasileira de 1988

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/ddem.v.3.n.6.59904

Palavras-chave:

Direitos humanos, Direitos Sociais, Judicialização dos conflitos, Acesso à justiça, Democracia

Resumo

O presente artigo tem como objeto fundamentar a necessidade premente nas sociedades democráticas da existência das instituições públicas democráticas como a Defensoria Pública e o Ministério Público que pretendem afirmar o papel desses na concretização dos ideais de justiça social inerentes ao sistema democrático. Parte-se do conceito multidisciplinar a respeito do termo pobreza, o qual culmina na caracterização da privação de direitos e, por conseguinte, como uma das causas de exclusão social, tomando-se enquanto base preceitos de direitos humanos e sua falta de efetividade nas sociedades em crescimento. Posteriormente, com fundamento no direito humano de acesso à justiça será delineada a indispensabilidade das instituições públicas no cumprimento da representatividade processual em relação aos menos favorecidos e grupos sociais vulneráveis. Também, pretende-se conhecer e explorar possibilidades de implementação das políticas públicas pelo Poder Judiciário, com o intuito de cumprir a garantia de acesso à justiça. Esta política beneficia a inclusão social de membros marginalizados da sociedade ao ampliar as formas de resolver conflitos e demonstra que este Poder, por meio de suas instituições, concretizam os direitos humanos fundamentais individuais ou coletivos dos cidadãos assegurados na Constituição Federal brasileira de 1998. O princípio do acesso à justiça e a Emenda Constitucional 45/2004 que introduziu alterações no sistema judicial brasileiro, servem como mecanismo e suporte para implementar políticas públicas ao acesso à justiça via Poder Judiciário. O estudo utilizará o método dedutivo com base na pesquisa bibliográfica exploratória da legislação, normas, doutrinas, jurisprudências e dados publicados sobre o tema, para analisar a importância do Acesso à Justiça na construção de uma sociedade democrática.

Biografia do Autor

Júlia Teixeira Portolese, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Pós-Graduação

Doutorado em Direito Constitucional (em andamento) pela PUC/SP, Mestre em Direito Constitucional pela PUC-SP, Especialista em Direito Contratual pela PUC-SP, Graduada em Relações Internacionais pela PUC-SP e Direito pela FAAP-SP. Experiência Profissional em multinacional (ALLIANZ), empresa Deloitte, escritórios de advocacia (Ramacciotti Advogados; Trench, Rossi e Watanabe Advogados; Goulart e Colepicolo Advogados), órgãos públicos (Juizado Especial Cível- FAAP, Defensoria Pública da União de São Paulo, Foros Regional de Pinheiros e do Butantã e Faculdades de Direito PUC-SP e FAEL/PR. Atuação nas áreas Cível, Consumidor, Saúde, Contratos, Penal, Processo Penal, Empresarial, Investigação e Compliance, Educação e Pesquisa em Direito Constitucional. Cursos, palestras, congressos e bancas de exame de mestrado/doutorado em diferentes áreas do Direito e em Relações Internacionais. Cursos de línguas espanhola (Yázigi Internexus), inglesa (Centro Britânico) e italiana (Instituto de Cultura Italiana de São Paulo). Proficiências nas línguas inglesa pela PUC-SP e italiana pela USP e PUC/SP. Cursos de Informática (Pacote Office e Internet Explorer); Formação de Mediadores e Conciliadores na Escola Paulista de Magistratura, com estágio em Conciliação e Mediação de Família e Cível. 

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Publicado

2022-12-19