A fraternidade como princípio consectário à Dignidade da Pessoa Humana à luz da interpretação e aplicação da Constituição

Autores

  • Luciana da Silva Paggiatto Camacho (Pós D) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0003-4286-9890
  • Viviane Coêlho de Séllos-Knoerr Centro Universitário Curitiba - UNICURITIVA, Curitiva, PR
  • José Alberto Monteiro Martins Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA, Curitiba, PR

DOI:

https://doi.org/10.23925/ddem.v.1.n.7.60901

Palavras-chave:

Princípios, Dignidade da pessoa humana, Fraternidade, Interpretação constitucional

Resumo

Objetivo: impõe um novo pensar sobre todas as questões protetivas que envolvem o indivíduo, como o princípio da dignidade da pessoa humana, a cidadania, a ética e a necessidade preeminente de construção axiológica de um princípio da fraternidade. A Constituição (BRASIL, 1988) pode contribuir de forma muito engrandecedora para a construção de novos paradigmas interpretativos na construção do princípio da fraternidade, cujo escopo é contribuir para uma sociedade mais solidária no plano interno e numa construção de valores colaborativos internacionais fundados igualmente na fraternidade e na solidariedade, mas também no respeito e na compaixão em relação ao próximo.

Metodologia: utiliza-se uma metodologia científica dedutiva, por meio de estudos bibliográficos, principalmente pela observação de forma crítica fenomenológica da realidade social, principalmente no conflito existente atualmente na Ucrânia, cuja crueldade é um tema de destaque, paulatino e diuturno nos noticiários.

Justificativa: diante da retomada, no cenário mundial, de discursos de ódio, neonazistas e neofacistas, de caráter extremamente intolerante e discriminatório, impõe-se ao cientista social a necessidade de construção e (re) construção de conceitos em que o indivíduo, todos os indivíduos, sem distinção, inserem-se em um núcleo intangível de proteção e, para tanto, socorre-se a partir do pragmatismo hodierno, da construção de axiomas relacionados aos princípios e conceitos propostos neste estudo.

Resultados: (i) a necessidade de uma reconstrução de axiomas em relação às normas já existentes; (ii) para tanto os estudos apontam o caminho da interpretação constitucional diante da carga valorativa existente na Carta Política brasileira atual; e (iii) a leitura da fraternidade como um princípio constitucional, consectário da dignidade da pessoa humana, sem prejuízo da incidência de valores como a ética como pauta de conduta de exercício da cidadania.

Contribuições: a contribuição científica auferida a partir da pesquisa proposta é a necessidade contínua e resiliente de estudar os conceitos nucleares e periféricos relativos à fraternidade e à dignidade da pessoa humana para a construção de uma sociedade com igualdade de oportunidades, solidária e próspera para as gerações presentes e futuras.

 

Biografia do Autor

Luciana da Silva Paggiatto Camacho, (Pós D) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, Brasil

Bolsista CNPq. Professora concursada da Fundação Santo André. Doutoranda em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Área de Concentração: Efetividade do Direito; Linha de Pesquisa: Efetividade do Direito Privado e Liberdades Civis; Projeto de Pesquisa: Cognição como meio de acertamento do direito material litigioso. Mestre em Direito Processual Civil pela PUC/SP [2015] - Bolsista CAPES. Pós- graduada com especialização em Direito Processual Civil pela PUC-SP. Fui Coordenadora de assuntos estratégicos, bem como do contencioso cível, trabalhista e tributário do escritório Valfredo Bessa Advogados. Atuação nos ramos de Direito Tributário, Administrativo Cível, Família, Bancário, Ambiental, Consumidor e Telecomunicações. Atuou em escritórios de renome, dentre eles Advocacia Salomone, Sette Câmara, Corrêa e Bastos Advogados Associados, De Vivo, Whitaker e Castro Advogados Associados, Leite,Tosto e Barros Advogados, direito contratual, direito do consumidor, direito societário, incorporação imobiliária, bancário e telecomunicações. Foi professora assistente em Direito Processual Civil nas Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo graduação e Pós-Graduação.

Viviane Coêlho de Séllos-Knoerr, Centro Universitário Curitiba - UNICURITIVA, Curitiva, PR

Estágio Pós-Doutoral na Universidade de Coimbra. Doutora em Direito do Estado e Mestre em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Graduada em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professora e Coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito Empresarial e Cidadania do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba)

José Alberto Monteiro Martins, Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA, Curitiba, PR

Doutorando e Mestre em Direito Empresarial e Cidadania pelo Centro Universitário Curitiba - Unicuritiba; coordenador do Curso de Graduação em Direito da Faculdade São Vicente, Cidade de Irati, PR;coeditor da Revista Jurídica QualisA1 do Unicuritiba; avaliador de artigo científico por pares da Pensar Revista de Ciências Jurídicas - Qualis A1; pós-graduado em direito empresarial - MBA - pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, com extensão universitária na University of California - UCLA e graduado em Direito pela Universidade de São Paulo - USP, com especialização em Direito Empresarial. Professor convidado de pós-graduação lato sensu na ESIC - Business School and Marketing. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Privado: Direito Empresarial, contratos internacionais e compliance.

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Publicado

2023-05-11