Uma possível abordagem da literatura de Johann Wolfgang Von Goethe na filosofia de Friedrich Nietzsche

Autores

  • João Bosco de Camargo Millen PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.23925/poliética.v2i1.17520

Palavras-chave:

Nietzsche, Goethe, filosofia, literatura, intertextualidade.

Resumo

Resumo:Esta pesquisa surgiu da análise do aforismo escrito por Friedrich Nietzsche em Ecce Homo, em que o filósofo se perguntava e, principalmente, sustentava o título “Por que escrevo tão bons livros”. Nessa obra, percebemos uma relação de uma metodologia direta e incisiva, o que engendrou a postulação da hipótese de intertextualidade e de alguns aspectos possivelmente congruentes entre a filosofia de Nietzsche e a literatura de Goethe. Para a averiguação dessa hipótese, pesquisamos as obras de Nietzsche e constatamos a existência do nome e de menções elogiosas a Goethe nas melhores referências bibliográficas de todos os livros do filósofo avaliados por nós neste trabalho. Nos escritos de Nietzsche, a presença de um literato de loquacidade de naturezas pérfidas, isto é, de loquacidade por prazer com palavras e formas de linguagem boas (NIETZSCHE, 2007), pode ter tangenciado o filósofo nas construções de seu próprio método narrativo e descritivo, assim como de sua estilística. Tendo isso em vista, objetivamos averiguar: (i) se o conhecimento aprofundado que Nietzsche nutria sobre a literatura goethiana pode ter influenciado, de alguma forma, a natureza da composição literária de suas obras filosóficas; e (ii) se esse conhecimento favoreceu o filósofo nas modalidades estilísticas de transposição de seu pensamento; (iii) em que medida ocorreram esses vetores de aproximação; (iv) quais consequências essa intertextualidade pode trazer para as pesquisas e análises das obras filosóficas de Nietzsche.

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Biografia do Autor

João Bosco de Camargo Millen, PUC-SP

  1. 1. Referências

GOETHE, J. W. Fausto. Tradução de Agostinho D’Ornellas. São Paulo: Editora Martin Claret, 2004.

______________. O conto da serpente verde e da linda Lilie. São Paulo: Landy, 2003.

______________. Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister. São Paulo: Editora 34, 2006.

LUKACS, G. A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. Tradução de José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas cidades, Editora 34, Coleção Espírito Crítico, 2000.

NIETZSCHE, F. A gaia ciência. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

_____________. Ecce homo: como alguém se torna o que é. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

_____________. Sabedoria para depois de amanhã. Tradução de Karina Jannini. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

_____________. Humano demasiado humano. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

_____________. Crepúsculo dos ídolos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

_____________. O nascimento da tragédia; ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

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Publicado

2014-09-17

Edição

Seção

Artigos