Uma Perspectiva Filosófico-Literária da Justiça? Platão e os Tragediógrafos Clássicos
DOI:
https://doi.org/10.23925/poliética.v3i1.19183Palavras-chave:
Figura literária, Justiça, Mistagogia, Ontologia, TragédiaResumo
Os recursos empregados pelo pensamento grego para a compreensão do conceito de justiça permitem entender ao menos dois caminhos para a sua observação ontológica. O primeiro deles reside na produção de figuras literárias a partir da produção trágica do período. A segunda, por seu turno, considera a leitura mistagógica da ontologia platônica e recupera através dela a exploração crescente das experiências ideais que constituem a imposição crescente do justo às mais diversas relações humanas. As condições inconclusivas dos argumentos filosóficos e das narrativas trágicas, contudo, permitem considerar que os percursos em questão se completam, levando a uma terceira possibilidade: a de que tanto a filosofia platônica quanto a observação trágica estabelecem limites para a discussão a partir de figuras literárias, as quais disponibilizam narrativas fundadoras da força motivacional de discussão do conceito, tornando o conteúdo das ações justas o alvo de ações experimentais que só se consolidam conceitualmente no devir.