Derrubando os muros para construir pontes: a arqueologia brasileira e a Teoria Queer

Autores

  • Arkkley Marques Bandeira Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.23925/poliética.v8i2.51064

Palavras-chave:

Teoria Queer, Arqueologia, Decolonialidade, Engajamento, Ativismo

Resumo

Neste texto, reflito sobre uma perspectiva teórica que vem se consolidando de maneira bastante promissora na arqueologia brasileira, sobretudo por engajar diferentes vozes em torno de temáticas que até o início do século XXI não costumavam ocupar a agenda da práxis arqueológica. A Teoria Queer vem descortinando um universo de possibilidades para um fazer acadêmico politicamente engajado e com ressonância no presente. Neste texto não apresentarei modelos ou receitas prontas, por compreender que as narrativas Queer são antinormativas, não essencialistas e críticas, portanto, plurais, negociáveis, fluídas, além de refletirem muitas questões que nos acometem no presente. A minha proposta é subsidiar, a partir do meu lugar de fala, as reflexões que estou realizando acerca de algumas abordagens Queer, alicerçando minhas reflexões no pensamento de pioneiras e pioneiros que já trilharam o caminho que ainda estamos por percorrer no campo da arqueologia.

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Biografia do Autor

Arkkley Marques Bandeira, Universidade Federal do Maranhão

Graduado em História

Especialista em Educação Ambiental

Mestre e Doutor em Arqueologia

Docente da Universidade Federal do Maranhão

Docente permanente do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Cultura e Sociedade 

Docente permanente do PRODEMA

Coordenador do Observatório Cultural do Maranhão

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Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Dossiê